‘Pai’ do novo RAV4 explica quinta geração: “Confiante e natural” para ir a todo lado

23/01/2019

Conceber uma nova geração de um modelo como o RAV4, aquele que é o SUV mais vendido do mundo, não é tarefa fácil, mas para Yoshikazu Saeki foi uma missão que teve por objetivo manter um traço fiel daquele modelo desde o lançamento do original em 1994: ir a qualquer lugar.

Os traços de robustez, fiabilidade e competência dinâmica em todos os tipos de troços foram argumentos que Saeki procurou transportar para a quinta geração, que já está disponível em Portugal com versão híbrida de tração dianteira. Aliás, no nosso país, atendendo à transformação do mercado, a motorização híbrida será a única disponível, embora em duas variantes distintas – tração dianteira (FWD) e integral (AWD-i), variando ligeiramente a potência, de 218 no FWD para 222 CV no AWD-i (que chegará em março).

No entanto, passados estes 25 anos desde o lançamento do RAV4 original, Saeki aponta que o importante foi manter o carácter de versatilidade de utilização, mas também acrescentar algo mais – qualidade de materiais, dinâmica melhorada e mais tecnologia para atrair uma nova geração de clientes.

“Quando começámos este projeto, eu estudei o que era a filosofia do RAV4 e interroguei-me: ‘quais é que são as expectativas do cliente em relação ao RAV4?’ Esta é a quinta geração e cada vez que um engenheiro-chefe desenvolveu o modelo, manteve um ponto fundamental do ADN: poder ir para qualquer lado. O ponto seguinte no ADN é assegurar o espaço, por isso este SUV pode ser usado para negócios, lazer ou todos os tipos de utilização que o cliente desejar. Estes foram as duas ideias fundamentais do RAV4”, começa por indicar Saeki, em entrevista exclusiva ao Motor24,, referindo-se ao conceito de Aventura e Refinamento que sublinhou o desenvolvimento do novo modelo.

O engenheiro-chefe do RAV4 lembra ainda que, com este novo SUV, “quisemos mudar a direção. Optar por ser mais ‘waku-doki’, com mais paixão e mais emotividade. Também perceber como criar uma sensação mais Premium. Estas foram as considerações iniciais. Mas como criar uma imagem mais emotiva? A ideia é ter uma imagem mais espetacular, que causasse surpresa. Este novo RAV4 é muito simples e muito forte ao mesmo tempo, passa uma mensagem mais forte e mais simples visualmente”. Explica-se assim a razão pela qual o novo RAV4 difere tanto do seu antecessor no visual, sobressaindo até de muito dos seus parceiros de gama.

No caso do RAV4, outro argumento importante é o sistema híbrido, que Saeki também destaca como um auxiliar de performances e de capacidades dinâmicas, além da capacidade de tração integral na versão AWD-i: “O anterior sistema híbrido não tinha potência suficiente. Já este novo tem mais potencia para o sistema híbrido de tração integral. Basicamente, esta plataforma baseia-se no conceito de motor à frente e tração dianteira, que pode dar mais azo a subviragem. Este novo sistema híbrido, é mais seguro, dando mais potência às rodas traseiras, não só em estradas escorregadias mas em situações de carga em curva. Esta performance AWD… Anteriormente apenas era usada para condições escorregadias, mas neste novo pode ser usado até em estradas secas. Este sistema ativo de tração integral também é importante”, afirma.

A melhoria dinâmica foi outro dos pontos centrais do desenvolvimento do novo RAV4, sobretudo beneficiando agora da nova plataforma TNGA (Toyota New Global Architecture) na sua versão GA-K, ou seja, mais longa. Saeki destaca que essa ferramenta “foi muito importante” para transformar o seu “sonho” numa realidade de oferecer “mais estabilidade, mais conforto, mais segurança ou mais tranquilidade de espírito. Este ponto é o mais importante. A TNGA foi uma grande ajuda para alcançar o meu sonho”.

Foco na sensação

A nova geração deste Toyota é, sem dúvida, mais tecnológica, tanto em termos de assistentes de segurança, como de conectividade. Saeki-san reconhece esse facto, mas explica que o mais importante foi ter uma visão “mais simples”.

“Mesmo com muita tecnologia e decisões de engenharia difícil, é preciso simplificar. Oferecer uma sensação confiante e natural. Quando você se senta no lugar do condutor, liga o carro e acelera a fundo, a reação deve ser suave e natural. É tudo uma questão de sensação: a sensação de travagem, de direção, de aceleração… A sensação é o mais importante. Ter uma boa sensação pela tecnologia, uma sensação natural. O meu pensamento foi ter um bom feedback, uma boa sensação de acelerador e uma boa resposta, muito suave, muito conectada ao condutor”, explica este japonês com larga experiência na Toyota.

A expectativa é, portanto, bastante elevada para este modelo, com Saeki a mostrar-se confiante que de que “novos clientes virão para este RAV4. A Toyota é uma marca muito tradicional, faltava de paixão, de ‘waku-doki’. Mas agora, está a mudar”.

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