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Ponte Vasco da Gama: 20 anos já passaram, ainda tem 100 pela frente

Foto: Ana Rivera
Obras no acesso à Ponte Vasco da Gama em Sacavém Foto: Gerardo Santos
Acesso à Ponte Vasco da Gama em Sacavém Foto: Gerardo Santos
Acesso à Ponte Vasco da Gama em Sacavém Foto: Gerardo Santos
Acesso à Ponte Vasco da Gama em Sacavém Foto: Gerardo Santos
Retoques finais na Ponte Vasco da Gama. Foto: Paulo Carriço
ACESSOS A NOVA PONTE VASCO DA GAMA 3/98 FOTO LUIS VASCONCELOS
Ponte Vasco da gama. Foto Paulo Carriço
Foto: ACÁCIO FRANCO
Ponte Vasco da Gama Foto: ACÁCIO FRANCO
Inauguração da ponte Vasco da Gama Foto: José António Rodrigues
Inauguração da Ponte Vasco da Gama. Foto: ANTÓNIO XAVIER
Inauguração da Ponte Vasco da Gama Foto: LUÍS VASCONCELOS
Feijoada na Ponte Vasco da Gama FOTO ACÁCIO FRANCO
Feijoada na ponte. FOTO: GONÇALO ROSA DA SILVA
Feijoada na Ponte Vasco da Gama. Foto: PAULO CARRIÇO
Almoço de feijoada na ponte Vasco da Gama. Foto: PAULO CARRIÇO
Ponte Vasco da Gama. FOTO: GONÇALO ROSA DA SILVA
foto: RICARDO GUILHERME
Ponte Vasco da Gama Foto: LUÍS VASCCONCELOS
Ponte Vasco da Gama Foto: LUIS VASCONCELOS
Sampaio e Guterres na inauguração da ponte Vasco da Gama . Foto: JOSÉ ANTÓNIO RODRIGUES
Marcelo Rebelo de Sousa na ponte Vasco da Gama Foto: LUIS VASCONCELOS
Preparação do mega almoço na ponte Vasco da Gama FOTO: JOSÉ OLIVEIRA
Ponte Vasco da Gama, vista aérea da zona norte. Foto: PAULO CARRIÇO
Ponte Vasco da Gama, vista da Expo98. FOTO: MARCOS BORGA
Ponte Vasco da Gama. Foto Paulo Carriço
Ponte Vasco da Gama. Foto: Paulo Carriço
Cacilheiro no rio Tejo junto a ponte Vasco da Gama Foto: GERARDO SANTOS
A ponte tornou-se na mais comprida da Europa.
Perfil de autoestrada, mas ainda está longe da sua capacidade máxima.
Expo98, vista sobre parque-expo e ponte Vasco da Gama. Foto: GRS
Abertura ponte Vasco da Gama Foto: STEVEN GOVERNO
Foto: Ana Rivera
A ponte é hoje também palco de provas desportivas, como é o caso da Meia Maratona de Lisboa. FOTO DE TONY DIAS

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Inaugurada com muita pompa e circunstância no dia 29 de março de 1998, a Ponte Vasco da Gama é hoje um símbolo do Portugal contemporâneo, trazendo consigo o nome do navegador que deu ao país “novos mundos”, como recordou na cerimónia de abertura desta infraestrutura o primeiro-ministro da época, António Guterres.

Portugal tinha muitos motivos para sorrir na abordagem ao novo milénio, mais concretamente em 1998, ano em que Lisboa seria o ponto de encontro de múltiplas culturas com a realização da Exposição Universal de 1998, mais comummente apelidada Expo 98, naquele ano dedicada aos oceanos, que Portugal dominou por tantos anos ao longo da História.

Os sons que não se esquecem

Hoje, é uma obra imponente que assinalava o progresso da área a Norte da cidade de Lisboa, esquecida por muito tempo até ao momento em que os trabalhos para a Expo 98 se iniciaram. Muito se discutiu sobre a sua construção, desde custos à localização, esperando-se que a mesma pudesse retirar trânsito da congestionada Ponte 25 de Abril, situada mais a Sul ligando Alcântara a Almada.

Com 12,3 quilómetros de comprimento, arrebatou para si o estatuto de ponte mais longa da Europa, unindo as regiões do Montijo e de Alcochete à zona do Parque das Nações, nome atual da área que em 1998 albergou a Expo 98 e que reformulou toda aquela envolvente.

Começou a ser construída em fevereiro de 1995 e uma semana antes do prazo, três anos depois, foi inaugurada, numa prova de engenharia que contou com o empenho de 3300 trabalhadores. Para quem morou na zona na época da construção, há imagens que a memória vai substituindo por outras mais recentes, tornando difícil lembrar como era a visão sem a ponte naquele local, mas há sons que nunca se esquecem, garante José Ramiro, morador na zona de Camarate, vila às portas de Lisboa.

Dali, do Bairro de São José e aproveitando a localização privilegiada do seu prédio, viu a ponte a nascer paulatinamente, partindo dos pilares para a chegada posterior do tabuleiro e tirantes. Mas foi o som que nunca esqueceu: o das máquinas a cravarem no solo as estacas dos pilares ainda na fase inicial do projeto.

“Ouvia-se bem aquele som metálico, ao longe, mas forte e ritmado”, recorda, acrescentando que, por vezes, “ficava às meias horas a olhar para aquilo, sem saber muito bem o que estava para vir”.

O que estava para vir, sabe-se agora, foi uma profunda reformulação de toda a malha urbana e viária da zona em redor daquela que albergou a Expo 98 e que hoje consiste na zona da Parque Expo, entre Moscavide, Sacavém e Marvila, na margem Norte, além das novas oportunidades que trouxe para as áreas da construção civil e comércio na margem Sul, mais concretamente no Montijo e em Alcochete, que hoje está também na expectativa de uma decisão quanto ao novo aeroporto de Lisboa.

Feijoada recordista

O processo de construção foi rápido, mas o dos acessos pareceu demorar muito, sobretudo por causa dos atrasos e engarrafamentos que as obras causaram nos acessos à A1 e na zona de Sacavém, uma vez que toda a malha viária teve de ser refeita para se criarem os acessos à ponte. O facto de ter a sua área de construção na zona do Parque Natural do Estuário do Tejo causou preocupação entre as organizações ambientais, pelo que foram necessárias medidas especiais, como por exemplo os focos de iluminação específicos.

Uma semana antes da inauguração, deu-se aquela que ficou conhecida como a mega feijoada da Ponte, batendo um recorde do Guinness com as cerca de 15 mil pessoas prontas para comerem numa mesa com 5 km de extensão. Para a história ficou a curiosidade de ter uma refeição numa ponte ainda por inaugurar para os carros.

A feijoada na ponte teve direito a recorde no Livro do Guinness.
FOTO: Gonçalo Rosa da Silva/Global Media Group

No dia 29 de março, por fim, a inauguração. Uma semana antes do previsto, um feito destacado então por quase todos. Jorge Sampaio era o Presidente da República, sendo Guterres o primeiro-ministro da época, ao passo que o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também não faltou à chamada, embora na época marcasse presença como líder do PSD.

No total, a ponte teve um custo em redor dos 900 milhões de euros, uma verba da qual 319 milhões vieram do Fundo de Coesão da União Europeia, 299 milhões de euros por empréstimo do Banco Europeu de Investimentos e outros 50 milhões derivados das portagens cobradas na Ponte 25 de Abril.

Se já passaram 20 anos da sua construção, ainda tem mais um século pela frente (no mínimo): foi feita para durar 120 anos, tendo ainda o mérito de suportar ventos de 250 km/h. Além disso, numa outra nota de segurança, a ponte está projetada para resistir a um sismo 4,5 vezes mais forte do que o histórico Terramoto de Lisboa, em 1755, o qual teve uma magnitude de 8,7 na escala de Richter. Foi, por isso, apelidado de local mais seguro de Lisboa em caso de sismo… As fundações mais profundas com um diâmetro de 2,2 m estão a uma profundidade de 95 metros abaixo do nível médio do mar.

Com uma extensão tão grande, outra dificuldade foi colocada pela própria… Terra. Isto porque teve de ser levada em conta a curvatura do planeta. Caso contrário, iria existir um desvio de 80 cm nas extremidades da ponte.