Sistema ‘Guardião’ da Toyota vai ajudar condutor a prevenir acidentes graves

08/01/2019

Na estratégia e rumo do Grupo Toyota para a condução automatizada (termo que a companhia prefere em relação ao termo ‘autónomo’), estão a ser delineados dois patamares de assistências para os condutores – um deles cada vez mais presente nos Toyota e Lexus já à venda e o outro pensado para o futuro.

Esta é a visão do Toyota Research Institute (TRI), instituição criada pela marca nipónica para o desenvolvimento de tecnologias de assistência e de segurança, mas também numa vertente de mobilidade para todos. Sob a liderança de Gill Pratt, esta divisão de pesquisa e de desenvolvimento, tem trabalhado nas funcionalidades de ‘Guardian Mode’ e ‘Chauffeur Mode’: o primeiro é de assistência (guardião) e o segundo de condução automatizada.

É no primeiro que as atenções se focam a curto-prazo. Acreditando que ainda falta muito tempo até que os veículos 10’0% autónomos atinjam um estatuto de desenvolvimento avançado o suficiente para lidar com todos os cenários, a TRI pretende dar ao ‘Guardian Mode’ um estatuto importante de auxiliar na mitigação de acidentes rodoviários ou até ao evitá-los por completo. No entanto, o condutor estará sempre no centro dos acontecimentos, com o sistema a intervir se e quando entender necessário com o intuito de evitar colisões.

Utilizando câmaras a bordo de veículos de teste, sensores e animações 3D, a TRI recuperou os seus dados de uma colisão ocorrida com um veículo de testes numa estrada da Califórnia, na qual ninguém ficou ferido, recriando-a na sua conferência de abertura da Feira de Eletrónica de Las Vegas (CES), revelando até o vídeo da colisão.

a carregar vídeo

“Sabemos o que aconteceu porque estávamos lá, no meio disso. O nosso veículo de testes estava a viajar a velocidades de autoestrada em modo manual com o seu modo autónomo desativado enquanto recolhia dados nos muitos túneis e pontes na área da baía de São Francisco. Depois de termos descarregado os dados do acidente, perguntámo-nos: ‘poderia este acidente ter sido mitigado ou evitado por um futuro sistema automatizado Toyota ‘Guardian”? Acreditamos que a resposta é sim”, referiu Gill Pratt.

Assim, este ano, um dos principais avanços da TRI foi a criação de uma ação de controlo conjunto onde o sistema ‘Guardian’ combina e coordena as capacidades e pontos-fortes do humano e da máquina. Uma combinação que extrai inspiração do sistema de controlo dos jatos, nos quais os pilotos não comandam diretamente o avião, mas sim ‘injetam’ os seus comandos num sistema de voo que avalia e coordena as suas intenções num patamar secundário, transferindo-o para o controlo do jato com uma avaliação constante feita milhares de vezes por segundo. A companhia aplica a denominação de ‘envelope fundido’.

De acordo com a Toyota, este conceito é muito mais complicado de criar num carro do que num jato, porque o ‘envelope’ de controlo para um veículo automóvel é não só definido pela dinâmica do veículo, mas também pela perceção do veículo e previsão de todas as circunstâncias do ambiente em redor.

A grande noção, prossegue ainda a Toyota, é de que esta conjunção de esforços não pressupõe uma ligação ou alternância ativa entre os modos autónomo e manual, mas sim uma integração discreta e quase invisível ao jeito de cooperação entre companheiros de equipa para extrair o melhor de cada uma das partes.

a carregar vídeo

Concluindo, se a causa da Toyota é salvar o máximo possível de vidas humanas, a marca assume que o modo autónomo está ainda a alguns anos de distância, o mesmo sucedendo com a aceitação por parte do público, uma vez que existirão acidentes, lesões e mortes com veículos autónomos até ao seu total desenvolvimento.

“Enquanto não chegam os veículos automatizados, temos uma obrigação moral de aplicar a tecnologia de condução automatizada para salvar tantas vidas quanto possível o mais depressa possível”, refereiu ainda Pratt, corroborando uma ideia que alguns dos mais altos responsáveis da Toyota e da Lexus já haviam adiantado ao Motor24 anteriormente.

TRI-P4 é misto de tecnologias

Um dos exemplares expostos no CES para evidenciar isso mesmo será o TRI-P4, que mais não é do que um Lexus LS repleto de sistemas de assistência e que, mais em concreto, assume as duas tecnologias de segurança – o ‘Gurdian Mode’ e o ‘Chauffeur Mode’ – numa forma de acelerar o desenvolvimento destas tecnologias. Sobre este veículo, a Toyota adianta que o P4 beneficia de uma nova geração de controlo de chassis e de direção, para maior agilidade e resposta melhorada e mais suave durante a condução sem intervenção manual.

O P4 conta com duas câmaras adicionais para melhorar a atenção espacial nas laterais e dois novos sensores de imagem – um para a frente e outro para trás – especificamente desenhados para veículos autónomos. A marca adianta que este modelo é “muito mais inteligente do que o seu antecessor”, dispondo de maior capacidade computacional e de aprendizagem.

a carregar vídeo

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.