Joaquina matou o porco ontem, mas agora precisa de ajuda para preparar as farinheiras. Em Outeiro do Rio, aldeia de Montalegre, o povo já não é muito, e quase todos são família. Por isso vêm primos daqui e dali ajudar à confeção das farinheiras, hoje é em casa de Maria Joaquina Portelada, amanhã ela retribuirá o favor. «Desde que não falte comida e vinho, ninguém se importa de ajudar», diz a mulher, que já acendeu o lume e deixa ali a cozer a carne. Quatro horas hão de ficar os pedaços de porco a ferver em sal, antes de se lhe juntarem as farinhas e o sangue, um pedaço valente de caldo e uma série de temperos. O fumeiro, que […]