Sete maneiras foleiras de decorar o carro

A decoração de interiores está na moda mas, no que aos automóveis diz respeito, os tempos já não são o que eram. Estamos gratos por isso, sim?

Agora, menos é mais. Imbuídos de espírito nostálgico puxamos pela memória, a custo diga-se, para resgatar algumas das modas mais foleiras que alguma vez existiram na área da decoração de interiores de automóveis.

1. O assento de bolinhas de madeira. Este bonito acessório decorativo vendia-se pelos seus vários benefícios. Para além de protegerem os bancos, proporcionavam uma sensação de massagem ao condutor, preveniam as dores de coluna e ativavam a circulação. Em boa verdade este é um artigo que ainda se avista, especialmente em táxis. Isto leva-nos a desconfiar das vantagens para a saúde e até a confirmar que o desconforto das esferas é capaz de provocar irritabilidade crónica.

2. O pinheiro ambientador. É um clássico e resiste podendo ser ainda encontrado à venda nos mais variados espaços comerciais. Ainda assim, os condutores optam hoje por colocá-lo no carro de forma mais discreta, ao contrário dos tempos em que o espelho retrovisor era o sítio mais óbvio para o pendurar, muitas vezes a fazer par com um CD ou um par de dados de peluche.

3. Caixa de k7’s e cd’s. Roberto Carlos, Queijinhos Frescos ou aquelas versões mix personalizadas a gosto, eram banda sonora de qualquer trajecto. O problema sempre foram as tão pouco práticas caixas de arquivo do espólio musical. Ocupavam espaço a mais, andavam aos pontapés por baixo dos bancos e, do ponto de vista estético, nunca foram grande peça de design!

4. Cão e naperon. Condutores mais vanguardistas investiam nesta brilhante combinação de bom gosto. A peça de decoração completamente inútil que brindava quem seguia no automóvel atrás com uma espécie de dança hipnotizante, um headbanging canino, chamemos-lhe assim, repousando na chapeleira em cima de um naperon de renda. Hoje são espécie de foleirada que conhece novo fôlego. Cães de loiça e naperons estão de volta, esperemos apenas que o bom senso os deixe em casa e os mantenha longe dos automóveis.

5. Calendário com mulheres nuas. Não havia camião que não tivesse esta peça pendurada na cabine. Doze meses de mulheres despidas em poses provocadoras que, na melhor das hipóteses, elevavam o espírito de quem passava demasiado tempo na estrada. Este item ainda integra muitas configurações decorativas, por vezes conjugado com a fé representada pela figura da Nossa Senhora de Fátima.

6. Autocolantes. Alguns automóveis mais antigos ainda têm os “Bebé a Bordo” de uma marca de papas infantis colados na janela. Não menos conhecido era o autocolante da Penélope, uma jovem de cabelos compridos, de chapéu, moda inspirada numa qualquer discoteca de Benidorm. E do infame ovo estrelado, lembra-se? Aquela rodela amarela com o 90 no meio, obrigatória para os automóveis conduzidos por recém encartados. Ainda há quem goste de um bom autocolante no vidro mas, lamentamos, é foleiro.

7. Alavanca da caixa de velocidades. Porquê manter peças de origem quando se pode personalizar recriando, por exemplo, o interior de um carro de corridas? O punho desportivo acrescenta aquele toque de “campeão” mas, para os mais destemidos, a opção da caveira com brilhantes nas cavidades oculares pode ser a mais indicada, ainda que seja um atentado à estética.