É este que explica como os procedimentos têm de ser meticulosamente cuidados: “A precisão e a preparação são fundamentais. Tudo acontece muito depressa no Rafale Marine e cada movimento que fazes tem de ser o correto. E o mesmo se passa com o Chiron Sport a altas velocidades. Tudo tem de correr perfeitamente no Chiron Sport e no Rafale Marine. Porque a pista não é assim tão longa ou excecionalmente larga para ambos. A comparação será um desafio para todos”, afirma o capitão francês.
A disputa entre o Bugatti e o Dassault Rafale Marine tem como pano de fundo o lançamento da edição especial ‘Les Légendes du Ciel’ para o Chiron Sport, tratando-se de uma versão que homenageia a ligação da marca ao universo da aviação no seu passado. Esta edição especial, com diversos apontamentos específicos em termos de equipamento, tem uma produção limitada a apenas 20 unidades, com um preço unitário de 2.88 milhões de euros.
Já o avião de combate é um dos motivos de orgulho da aviação francesa. Depois de abandonar o programa Eurofighter, a companhia francesa Dassault desenvolveu o seu próprio avião, concebido à medida da Força Aérea gaulesa. Isso inclui a capacidade de descolar em distâncias extremamente curtas, dispondo de soluções aerodinâmicas específicas. Com um peso ‘em vazio’ de 10.3 toneladas, 15,5 metros de comprimento e 10,86 metros de comprimento de asas – na configuração monolugar –, o Dassault Rafale Marine atinge uma velocidade máxima de 1.6 Mach, ou seja, 1975 km/h, embora a empresa que o concebeu lhe destaque, sobretudo, a agilidade. Étienne comanda aviões deste género há cinco anos, sendo atualmente o responsável de operações na base aérea de Landivisiau.
Ambos têm bastantes pontos em comum, apesar de distintos nas suas fisionomias e características, como refere o capitão da Força Aérea francesa. “O Chiron Sport e o Rafale Marine têm muito mais em comum do que diferenças. São ambos produtos de alta tecnologia, são concebidos com paixão e precisão, são belos, incrivelmente potentes e rápidos, podem ser manobrados e travar de forma precisa como nenhuns outros”, garante. Aliás, no sistema de travagem do avião aparece um elo de ligação que vai além do conceito. Os travões do Rafale foram desenvolvidos pela Messier-Bugatti, uma empresa com raízes na Bugatti Automobiles, em Molsheim.
O recurso a materiais compósitos faz igualmente parte da lista de condimentos de cada um dos veículos com o objetivo de manter o peso sob controlo e a elevada rigidez em todos os momentos.
Além dos materiais, também a aviação serviu de inspiração para a criação do chassis adaptativo do Chiron. Este é o primeiro modelo a dispor de um chassis adaptativo totalmente adaptável de forma hidráulica, tal como o trem de aterragem do caça a jato. A diferença é que esse se retrai de forma hidráulica, enquanto o chassis do automóvel é adaptado com base nos programas de condução.
Quem ganha, afinal?
Porém, a pergunta que sobre é, afinal, quem vence este peculiar duelo? O Chiron Sport assume a dianteira pouco depois do arranque, graças à sua capacidade de aceleração de zero a 100 km/h em apenas 2,4 segundos, atingindo os 200 km/h em 6,1 segundos e os 300 km/h em meros 13,1 segundos. Os 400 km/h são atingidos em 32,6 segundos, numa velocidade a partir da qual o caça já está no ar, partindo rumo ao horizonte quanto maior é a sua velocidade, sem limite de espaço enquanto o Chiron se vê forçado a acionar os travões a cerca de 350 km/h devido à distância da pista.
Ambos declaram, portanto, um empate: mais rápido na partida o Chiron, mas mais forte na longa distância o Dassault Rafale Marine…
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