Prestes a chegar ao mercado nacional, o smart #1 inaugura um novo capítulo da história da marca de automóveis citadinos, aventurando-se agora na filosofia SUV com uma proposta 100% elétrica, bastante irreverente e com um foco impressionante na conectividade e tecnologia. As pré-encomendas abrem agora e as entregas das primeiras unidades estão previstas para a primeira metade de 2023, com preços a partir dos 40.950€… Não falta mesmo uma versão smart #1 Brabus de fazer inveja a muitos desportivos com 428 CV de potência!

Em 2019, ainda sob alçada da Daimler, a smart tornou-se na primeira marca proveniente dos motores de combustão a fazer a transição para a mobilidade 100% elétrica, efetivando-se pouco depois outro momento decisivo para a companhia, com a formação de uma ‘joint venture’ entre a Daimler e a Geely, um dos maiores grupos automóveis do mundo, a resultar numa nova smart. Mas, muito mudou, a começar desde logo pelas ambições, que passaram a ser mais premium e mais abrangentes, com o primeiro resultado do esforço de desenvolvimento entre a China e a Alemanha a ser o #1, que é uma denominação a apelar ao novo mundo das redes sociais, mas também uma alusão ao capítulo um da nova fase.

Nesta mescla de competências, o #1 beneficia então do conhecimento e experiência em mobilidade elétrica da Geely, envolto no ADN e herança de design da Mercedes-Benz, havendo a constante preocupação de traçar um cunho de identidade entre este novo modelo e os seus antecessores. Ainda assim, a estética deste modelo não deixa de ser revolucionária, a começar pela postura SUV com a maior altura ao solo e jantes de grandes dimensões, mas também pelas muitas superfícies arredondadas que, de forma comum na era dos elétricos, obedece às necessidades da aerodinâmica. Outro exemplo dessa mesma ‘dependência’ está nos puxadores retráteis das portas, que revelam a palavra ‘smart’ quando se destacam da porta.

A tecnologia LED sobressai de forma natural na iluminação, com os faróis dianteiros a serem unidos por uma faixa central horizontal, o mesmo sucedendo, de forma quase mimética, na secção traseira, em ambos os casos com design dos grupos óticos em ‘Y’. O tejadilho flutuante em ligação ao pilar C funciona como principal elo de personalização nas cores da carroçaria, assemelhando-se no conceito àquilo que a célula ‘tridion’ representava no smart fortwo anterior (que não desaparece ainda do mercado). A plataforma SEA estreada neste #1 aumenta a distância entre eixos e ‘empurra’ as rodas para as extremidades da carroçaria.

Sem surpresas, é o maior smart de sempre, com 4270 mm de comprimento, 1822 mm de largura e 1636 mm de altura, para uma distância entre eixos de 2750 mm para melhorar a habitabilidade. O peso cifra-se nos 1820 kg em vazio (1900 kg no Brabus).

Notavelmente, a qualidade de construção do #1 é exemplar, mesmo tratando-se de unidades de pré-produção, logo passíveis de apresentar pequenas imperfeições. Neste caso, não notámos qualquer exemplo disso, tanto por fora, como por dentro, onde o ambiente é bastante jovial e cuidado. Partindo por aqui, há uma subida muito evidente na qualidade dos materiais utilizados, sobretudo naqueles mais à vista na parte superior do tablier. Os espaços de arrumação também são em muito bom número, com local para o telemóvel na consola central flutuante (com carregador sem fios), sítios para pequenos objetos e um grande vão por debaixo onde se podem guardar outros objetos. Se na revelação oficial, em Berlim, pudemos apenas observar o exterior, agora houve tempo suficiente para sentir o habitáculo e as primeiras impressões foram deveras positivas.

A astúcia da raposa numa lufada de ar fresco

A posição de condução é elevada, como convém num SUV tendencialmente urbano, mas há boa amplitude de afinações para o banco e para o volante, valendo a pena notar que os espelhos retrovisores se ajustam a partir do grande ecrã tátil central de 12.8 polegadas em posição muito elevada. O ajuste dos espelhos pode ser feito por menu específico, mas, minimizando o potencial de queixas, o ajuste dos mesmos pode ser feito também sempre que o condutor ajusta eletricamente o seu banco, surgindo um alerta no ecrã para ajustar os dois espelhos, com a ajuda também de um dos botões do volante.

Já o painel de instrumentos mede 9.2 polegadas, não sendo um suprassumo da personalização, mas oferecendo todas as informações indispensáveis e também as das faixas de música, por exemplo, além das representações de potência e regeneração, entre outras. O head-up display de 10” é também uma adição bem-vinda, complementando todas as informações necessárias durante a condução (não disponível no equipamento Pro+).

O sistema de infoentretenimento foi totalmente desenvolvido pela smart em parceria com a ECARX (especialista em integração de software e hardware), sendo o grande centro de controlo de praticamente todas as funções do #1. Embora muitas das funcionalidades não sejam propriamente inovadores, o grafismo e a interação representam uma lufada de ar fresco no segmento, o mesmo se podendo dizer da escolha da raposa como um avatar gráfico para representar o assistente pessoal que nos ajuda após o comando ‘hi smart’ (nas unidades testadas, apenas usámos a língua inglesa).

Conhecida pela sua astúcia entre os animais, a raposa foi escolhida para servir de fiel ajudante do condutor e dos seus ocupantes, efetuando comandos como ativar o ar condicionado, efetuar chamadas, fechar e abrir as janelas e até a cobertura do tejadilho panorâmico de grandes dimensões (que também se encarrega de dar uma maior luminosidade ao habitáculo). O sistema de navegação foi fornecido pela HERE, prometendo rotas inteligentes com recurso a parâmetros como o trânsito ou os postos de carregamento disponíveis pelo caminho.

A este respeito, a smart explica que o novo #1 e todos os produtos e serviços conectados formam um ecossistema “intuitivo e adaptado”. Uma arquitetura de computação centralizada e de alto desempenho garante atualizações ‘Over-The-Air’, para que mais de 75% de todas as ECU (Eletronic Control Unit) no automóvel possam ser continuamente atualizadas remotamente.

Como não podia deixar de ser, tudo isto é depois complementado por uma aplicação de smartphone que ajuda o condutor/proprietário a gerir o seu quotidiano com o #1. Outro detalhe inédito é o de ajuste bipartido das cores no habitáculo, podendo assim combinar duas cores para o interior para uma maior diferenciação, com uma ampla palete de tonalidades à escolha. O sensor de qualidade do ar exterior pode também detetar as micro partículas PM 2.5 no meio ambiente e, automaticamente, fechar as janelas e ativar o ar condicionado com filtragem do habitáculo. À raposa não falta até a sua própria máscara…

Os bancos oferecem um ótimo apoio do corpo, ao passo que o espaço para os ocupantes é também muito interessante graças às boas cotas aproveitáveis. Mesmo adultos mais altos deverão viajar comodamente nos bancos traseiros. O banco traseiro desliza longitudinalmente até 13 cm, oferecendo ainda rebatimento das costas na proporção de 60/40 e abertura central no banco traseiro para equipamentos compridos, como por exemplo, esquis.

A bagageira varia entre os 323 litros na versão de equipamento Pro+ e os 313 litros nas versões Premium, Edição Limitada e Brabus. Sob o capot está mais um pequeno espaço de arrumação (‘frunk’) com 15 litros.

Do ‘espigadote’ ao ‘bruto’ Brabus

Na sua versão de base, o smart #1 estreia um sistema elétrico de última geração, com recurso a um motor de 200 kW/272 CV que transmite a potência às rodas traseiras, com 343 Nm de binário máximo disponível. Acelera dos zero aos 100 km/h em 6,7 segundos e atinge uma velocidade máxima de 180 km/h. Dispõe de uma bateria de 66 kWh, o que lhe permitirá uma autonomia (WLTP) entre os 420 e os 440 quilómetros.

Mas a grande surpresa é mesmo o #1 Brabus, com que a smart entra em grande na batalha dos SUV desportivos elétricos. O aumento do valor de potência dos 200 kW para os 315 kW/428 CV deve-se à adição de um outro motor elétrico de 115 kW/154 CV no eixo dianteiro, o que lhe permite assim oferecer tração às quatro rodas. O binário também aumenta para os 543 Nm. Na prática, este Brabus oferece prestações que, até há alguns tempos, eram exclusivos de superdesportivos de ponta, nomeadamente no que diz respeito à aceleração, demorando apenas 3,9 segundos a cumprir o exercício dos zero aos 100 km/h. A velocidade máxima não se altera, batendo nos 180 km/h.

O design do Brabus é ligeiramente distinto do #1 de base, sobretudo por adição de elementos específicos, como o capot com duas entradas de ar simuladas e do spoiler traseiro, a que se juntam ainda jantes específicas ‘Dynamo’ de 19 polegadas, detalhes interiores como o volante em Alcantara e bancos desportivos. Além dos modos de condução ‘Eco’, ‘Comfort’ e ‘Sport’, junta ainda um modo especial ‘Brabus’ que permite maior agressividade nas prestações.

De acordo com a marca, a autonomia não se ressente grandemente, apresentando um valor em torno dos 400 quilómetros, apesar dos quase 430 CV.

“O smart #1 Brabus vai integrar-se perfeitamente na longa parceria de sucesso entre as duas marcas. O design distingue-se de forma clara das outras linhas #1 graças à carroçaria com spoilers marcantes e inspirados no desempenho desportivo, tanto dianteiros como traseiros, e frisos laterais específicos. Jantes exclusivas, os típicos destaques vermelhos Brabus no exterior e a linha interior específica, completam a versão”, refere Kai Sieber, chefe de Design da smart.

Segurança e equipamentos de topo

Sem fazer qualquer concessão em matéria de segurança e tecnologias de assistência à condução, o #1 conta com assistência inteligente ao condutor, cruise control adaptativo com função Stop & Go, assistência à manutenção na faixa de rodagem, deteção de ângulos mortos, reconhecimento de sinais de trânsito, assistência de mudança de faixa, assistente automático de estacionamento, iluminação de máximos adaptativos, sensores de estacionamento e câmara de 360 graus, a que se juntam ainda os sete airbags de série.

A composição de equipamento também remete para um segmento mais premium, dividindo-se a oferta do #1 em quatro linhas principais: a Pro+ é a de base com vasta gama de sistemas de assistência à condução, câmara surround de 360 graus, assistência de voz inteligente, luzes LED e porta traseira do porta bagagens com abertura elétrica, seguindo-se a linha Premium com sistema de som Beats composto por um amplificador e 13 altifalantes, incluindo subwoofer, Head-Up Display, faróis Matrix CyberSparks+ LED e o Assistente de Estacionamento Automático.

O Brabus #1 diferencia-se pela tração às quatro rodas e pelos detalhes exclusivos daquela preparadora desportiva. A quarta oferta é a Edição Limitada para o lançamento, que é composta por uma ampla quantidade de sistemas e funcionalidades.


Preços

A linha Pro+ começará nos 40.950€ enquanto a linha Premium terá um preço de partida nos 44.450€. A Edição de Lançamento tem um custo de 45.750€, ao passo que a versão de topo Brabus terá um preço de 48.450€. As pré-encomendas para as quatro linhas estarão disponíveis ao público em Portugal a partir de 18 de outubro de 2022. Recorde-se que a smart propõe um modelo de compra a partir dos concessionários ou por via digital, a partir do site da marca.

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