Audi A8: Luxo e tecnologia para conduzir e ser conduzido

06/10/2017

A Audi não poupou esforços no desenvolvimento do seu novo A8, modelo que vem enriquecer o exclusivo segmento das berlinas executivas de luxo. Entre os seus argumentos mais importantes está o requinte a bordo e a tecnologia integrada, incluindo mesmo um sistema de condução autónoma que, sendo de nível 3, é o mais avançado do mundo.

A marca de Ingolstadt levou cabo um trabalho fundamental na hora de desenvolver o seu novo topo-de-gama e, além dos atributos impressionantes de requinte e luxo no habitáculo, tratou de colocar neste modelo toda a tecnologia que lhe é permitida neste momento. Isso inclui, então, o seu tal sistema de condução autónoma de nível 3 que, no entanto, não estará disponível por enquanto para os condutores europeus. A razão é simples e prende-se com a legislação atual, que coloca vários e sérios entraves à condução autónoma neste momento.

Rupert Stadler, CEO da Audi, acredita que a situação irá mudar em breve e que a tecnologia será melhorada de forma muito rápida, mas, por enquanto, o Audi A8 apenas poderá guiar-se – tomando conta de todos os controlos em condições de autoestrada ou vias rápidas com separadores centrais físicos (entenda-se uma barreira de betão ou rails) em velocidades até aos 60 km/h. Aí, o novo modelo de luxo da Audi acelera, trava, vira e mantém a distância para o carro da frente. Daí o nome traffic jam assist.

Por outro lado, tal como muitos outros sistemas já fazem – o AutoPilot da Tesla ou o Drive Pilot da Mercedes-Benz – consegue também guiar-se na autoestrada, fazendo exatamente as mesmas funções que nos engarrafamentos, mas necessita da colocação das mãos do condutor no volante de forma intervalada. Só para garantir que ainda está acordado.

Para controlar todo este manacial de dados e leituras, o Audi A8 confia numa unidade eletrónica de comando denominada zFas, que tem o tamanho aproximado de um pequeno computador portátil e que, no seu interior, conta com mais tecnologia e ‘inteligência artificial’ do que todo o Audi A8 anterior!

Essa unidade recebe e analisa os dados provenientes de um inovador scanner laser que faz a leitura da estrada por diante, mas também de um radar de longo alcance e quatro de médio alcance, câmara dianteira, câmaras de 360 graus e até 12 sensores ultrassons.

Outros sistemas de assistência à condução facilitam o estacionamento, que se pode fazer autonomamente com o Parking Pilot, com o condutor a poder controlar remotamente as operações, havendo ainda um que deteta a proximidade dos passeios para que não se estraguem as jantes. Afinal de contas, ninguém quer ter uma berlina com valor superior a 100 mil euros e com jantes de 21 polegadas lascadas por lancis.

Estrutura inovadora

Outra característica importante deste Audi A8, que começou a ser desenvolvido em 2014 e que só agora chegou à estrada, é a conceção da sua estrutura, ou ‘body in white’, o esqueleto de todo o veículo. Para a produção, a Audi recorre ao seu conhecido Space Frame com quatro materiais distintos, que perfazem assim uma melhoria da rigidez estrutural em 24%: alumínio, magnésio (para a barra estabilizadora dianteira com ancoragem nas torres de suspensão e na parte dianteira do para-brisas), plástico reforçado com carbono ou CFRP (que é utilizado na parede dos bancos traseiros e que é responsável, só por si, por 33% do aumento de rigidez total) e aços moldados a quente (habitáculo).

Assim se compreende que este modelo tenha aumentado a rigidez torsional, ao mesmo tempo mantendo um peso controlado daquele elemento, embora no final, dado incremento de sistemas, cablagens e outros itens, o novo A8 até seja cerca de 90 kg mais pesado do que o anterior. O seu comprimento aumentou 37 mm no modelo de base (5.172 mm) e na variante de distância entre eixos mais longa (5.302 mm), estando também mais alto em 13 mm na versão de base e 17 mm no A8 L. Cota que reduziu foi a largura, perdendo escassos 4 mm em comparação com o antigo A8.

No interior, um grande salto, especialmente com a combinação de materiais de elevado requinte, sistemas pensados para aumentar o conforto dos passageiros e para a colocação de diversos sistemas tecnológicos que começam, desde logo, pela solução dupla de ecrãs táteis para o sistema de infoentretenimento (com ecrã capacitivo de 10.1 polegadas) MMI Plus que tem agora funções melhoradas (graças a um novo processador da Nvidia), com ligação à Internet para a navegação em tempo real (com mapas 3D de alta definição) ou para uma função, até, de auto-aprendizagem do sistema consoante as rotas que o condutor faça mais vezes. Além das já naturais capacidades de emparelhamento com smartphones (permitindo acesso Wi-Fi a até cinco ocupantes), o novo A8 pode ainda oferecer serviços online como os que alertam para perigos na estrada ou disrupções no trânsito ou lugares de estacionamento disponíveis à superfície, tendo por base as informações recolhidas pelos outros carros que circulam na rua. A Audi chama-lhe comunicação a partir do ‘enxame’.

Para o condutor está reservado uma evolução do sistema Virtual Cockpit, numa ‘ponte’ com o nosso país, uma vez que este é um sistema que é produzido e desenvolvido no centro da Bosch em Braga. Conta agora com novas configurações num ecrã que continua a ser de alta resolução com 12.3 polegadas. No túnel central está um ecrã tátil para a climatização, o que permite desta forma reduzir para um número muito pequeno a quantidade de botões físicos.

A bordo, nota ainda para a excelente qualidade dos materiais, havendo pormenores deliciosos como o dos puxadores das portas, que têm formato inovador e um pequeno motor que ajuda a abrir a porta assim que deteta o seu movimento. Atrás, além do espaço melhorado para os ocupantes em 32 mm no comprimento (com as duas variantes a crescerem 6 mm na distância entre eixos), o A8 volta a firmar os seus créditos na tecnologia e requinte. Bancos ajustáveis com ventilação e aquecimento, ecrã tátil à sua frente (nas costas dos bancos dianteiros) e um pequeno tablet amovível na consola central (cujo formato imita a consola da frente) para ajustar áudio e os bancos, por exemplo, marcam a vivência nos bancos de trás. À frente, o condutor e passageiro poderão beneficiar de bancos com as mesmas funções, mas também com massagem.

Nota, ainda, para a insonorização. Uma vez fechadas as portas, os ruídos exteriores tornam-se inaudíveis no interior.

Motores: primeiro os V6

A gama de motores do novo Audi A8 conta na fase inicial com dois motores V6: um 3.0 TDI (A8 50 TDI) com 286 CV de potência e um 3.0 TFSI (A8 55 TFSI) com 340 CV, surgindo associados a caixa Tiptronic de oito velocidades e tração integral quattro de série. Estes serão os primeiros modelos a surgirem, mas até ao final do ano aparecerão ainda as unidades 4.0 TFSI com 460 CV, W12 de 585 CV e um modelo com sistema Plug-in Hybrid para o A8 L 60 e-tron quattro com 449 CV de potência e eficiência acrescida: a marca garante uma autonomia elétrica em redor dos 50 quilómetros, apresentando ainda a possibilidade de carregamento por indução de 3.6 kW, ou por cabo normal de 7.2 kW.

Todos os motores dispõem de sistema elétrico micro-híbrido de 48 V, que permite à marca anunciar uma redução nos consumos de 0,7 l/100 km, o que permite suportar o modo de rodagem ‘à vela’ e aumentar os tempos de start-stop (agora até aos 22 km/h), além de permitir igualmente a gestão mais eficaz de uma série de outros sistemas elétricos.

No campo do chassis, o A8 conta com suspensão pneumática independente e adaptativa de série com recurso a amortecimento controlado de forma hidraúlica, mas há ainda uma opção de suspensão ativa com atuadores eletromecânicos (um por roda) que lhe permitem abordar de forma mais eficaz cada desnível, lomba ou buraco. Isto porque o sistema de laser do carro consegue também fazer uma leitura prévia do estado do piso para assim preparar a suspensão para enfrentar esse mesmo ‘obstáculo’. Além disso, melhora a segurança: um atributo impressionante é a sua capacidade de, em caso de embate lateral, aumentar a zona lateral prestes a receber o embate em 8 cm, reduzindo assim a força do impacto para os ocupantes. Outra novidade é o sistema opcional de quatro rodas direcionais, que permite melhorar a dinâmica e a manobrabilidade em cidade, a que se junta ainda um raio de viragem mais curto de 11.4 metros.

Para o fim, o desenho

Para o final, reservamos o design deste novo modelo. Apostando numa tónica mais conservadora, com os responsáveis da marca a considerarem que este não é o segmento adequado para se fazerem grandes experiências, o novo A8 está ainda assim mais agressivo e mais desportivo, apostando numa linha de tejadilho que recorda a de um coupé, mas destacando-se sobretudo pela dianteira com uma grelha Singleframe de maiores dimensões e pela integração com os farós mais esguios, numa evocação do concepto Prologue. Atrás, a diferença é ainda maior com uma faixa horizontal que transmite largura e que é iluminada. Os faróis podem ter tecnologia matriz LED com laser para maior iluminação da estrada.
O novo Audi A8 chegará ao mercado nacional ainda este ano, estando os preços ainda a ser finalizados, embora devam superar os 100 mil euros.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.