A Bentley vai participar na próxima edição da Rampa de Pikes Peak com um Continental GT3 preparado especificamente para esta prova, assumindo-se como o modelo de competição mais extremo com base num carro de série. Mas este não é um projeto estritamente desportivo, uma vez que servirá igualmente para a marca britânica desenvolver combustíveis renováveis.

O Continental GT3 Pikes Peak, concebido para competir na categoria ‘Time Attack’ com vista à obtenção do recorde naquela prova, tem por base a versão GT3 mas utilizando um composto de biocombustível de última geração. Diversos tipos de combustíveis estão a ser avaliados e testados, sendo apontada a possibilidade de reduzir os gases com efeito de estufa em até 85% em comparação com um combustível normal.

A Bentley já assumiu o seu compromisso para com a eletromobilidade, apontando para 2030 a sua conversão para os motores puramente elétricos, mas a sua intenção é reduzir substancialmente as emissões de gases poluentes até lá, aplicando-se aos seus modelos híbridos ainda com motor de combustão – os quais serão produzidos ao longo dos próximos nove anos.

Com mais de 80% de todos os modelos produzidos pela Bentley ainda em circulação, a marca de Crewe tenta obter um combustível que permita a todos os seus condutores desfrutarem dos seus automóveis de forma sustentável.

“Estamos entusiasmados pelo regresso a Pikes Peak pela terceira vez – agora movidos com combustível renovável no lançamento de um projeto para outro elemento do nosso programa ‘Beyond100’”, refere Matthias Rabe, membro do Conselho de Administração para a área de Engenharia. “Os nossos engenheiros de motorizações estão já a pesquisar os biocombustíveis e os e-fuels para utilização por parte dos nossos consumidores a par do nosso programa de eletrificação – com passos intermédios na adoção de combustíveis renováveis na fábrica de Crewe e para a nossa frota”, acrescentou.

O projeto de Pikes Peak está a ser desenvolvido em conjunto com a equipa Fastr, especialista no desenvolvimento da versão de competição do Continental GT3. Em termos de alterações, o automóvel recebeu a maior asa traseira alguma vez aplicada num Bentley, a par com um difusor na secção inferior, enquanto na dianteira há um ‘splitter’ de dois planos para incrementar a carga aerodinâmica. O motor é o da versão de competição, desenvolvido a partir do V8 turbo de 4.0 litros. A aplicação do biocombustível terá de garantir que a perda de potência devido à altitude seja menos evidente. Os escapes têm as suas saídas nas laterais para complementar o visual extremo.

No percurso de Pikes Peak, o Bentley Continental GT3 Pikes Peak terá de cumprir as 156 curvas da subida em menos de nove minutos e 36 segundos, chamando o experiente piloto Rhys Millen para tentar o recorde.

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