BMW estreia plataforma digital avançada para acelerar condução autónoma

29/03/2019

No seu caminho para a condução autónoma, a BMW anunciou a estreia de uma plataforma avançada denominado High Performance D3 com que dará um passo decidido para a condução totalmente autónoma.

A denominação ‘D3’ no contexto informático moderno representa o impacto de um ‘triplo D’, ou seja, ‘Data Driven Development’, que em português pode ser traduzido como Desenvolvimento Originado por Dados [informáticos], sendo a base para o desenvolvimento e validação de diversas funções avançadas de condução automatizada. Esta será a plataforma de nível 3 que será utilizada no BMW iNEXT a surgir no ano de 2021.

Esta plataforma tem vindo a ser aprimorada ao longo dos últimos dois anos. O seu princípio básico é o de que a única forma de mapear e, em última instância, lidar com a complexidade e variedade dos dados de trânsito encontrados em cada continente é através da angariação de vastas quantidades de dados e de informação. Isso quer dizer, de acordo com a BMW, que os algoritmos e toda a operação de condução autónoma tem de ser validada utilizando uma vasta quantidade de dados recolhidos.

O iNEXT, a lançar em 2021, será o primeiro veículo do Grupo BMW a apresentar condução autónoma de nível 3 como opção, delegando ao sistema eletrónico o controlo do veículo por períodos mais alongados de tempo em autoestrada em velocidades até 130 km/h. Em redor dessa mesma data, a marca bávara irá começar a trabalhar nas funcionalidades de nível 4 – sem qualquer intervenção humana – em larga escala, percorrendo ambientes urbanos definidos.

O primeiro passo neste processo é angariar aproximadamente cinco milhões de quilómetros de condução ‘real’ a partir de uma frota de veículos de teste. A partir desses dados, dois milhões de quilómetros dos cenários mais relevantes em termos de condução e fatores de condução diversos serão extraídos e analisados.

Numa análise ‘matrioska’, esses dois milhões de quilómetros serão selecionados utilizando filtros adequados para certificar a sua utilidade. Aproveitando as potencialidades do mundo digital, esses dois milhões de quilómetros são expandidos por 240 milhões de quilómetros adicionais a partir de dados simulados, baseados primariamente em cenários de condução relevantes. O reprocessamento de dois milhões de quilómetros reais e os 240 milhões de quilómetros virtuais requerem uma plataforma de processamento de dados de alta performance com uma capacidade de armazenamento superior a 230 petabytes, ou seja, 230 milhões de gigabytes, e capacidade de processamento superior de 100.000 núcleos e mais de 200 GPU. A ligação constante entre a plataforma D3 e as estações Hardware-in-the-Loop (HiL) localizadas no Campus de Condução Autónoma do BMW Group, perto de Munique, terá um valor de 96×100 Gb/s.

Com esta plataforma, a recolha diária de dados será superior a 1500 Tb, com a D3 a conseguir armazenar mais de 230 Pb.

A marca dispõe já de uma frota de testes composta por 80 unidades do Série 7, em funcionamento na costa Oeste dos Estados Unidos da América, na Alemanha, em Israel e na China. No final deste ano, o número de carros de teste deverá chegar aos 140 veículos.

Para lidar com os desafios desta plataforma, a BMW aliou-se à DXC Technology, que estabelece e gere bases de dados e aplicações para suportar o desenvolvimento da condução autónoma. Esta solução foi elaborada num ambiente de ‘open source’, permitindo um ambiente de trabalho híbrido entre universo real e virtual.

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