Diz-nos a definição científica, que os gémeos partilham o mesmo ADN. Mesmo que sejam considerados “falsos”. Neste caso, pedimos o termo emprestado para o aplicar às duas propostas que a BMW denomina por SAC – Sport Activity Coupé. Embora estejam em gamas opostas, não há dúvida de que partilham o mesmo código genético. O potencial cliente de qualquer uma delas é alguém que se preocupa com a imagem e não quer de todo passar despercebido.

Se no caso do X6, a afirmação (em inglês, “statement”) será em muito definida pelo tamanho, já no X2 são as cores arrojadas e o visual que não deixam ninguém indiferente. Pioneiro naquilo que parecia não ser mais do que uma moda, o X6 surge em 2007 com um design que junta dois conceitos que não pareciam possíveis de misturar: SUV (maior distância ao solo, tração integral e pneus de grandes dimensões), com a atitude mais vincada de um Coupé (com o pilar C inclinado e o tejadilho a baixar até à traseira).

Se no caso do X6, a afirmação (em inglês, “statement”) será em muito definida pelo tamanho, já no X2 são as cores arrojadas e o visual que não deixam ninguém indiferente

As opiniões eram antagónicas: ou se gostava, ou se detestava, mas ninguém ficava indiferente. Certo é que a concorrência apresentou propostas dentro do novo conceito e as 440 mil unidades que as duas primeiras gerações que o X6 vendeu só confirmaram que a moda, afinal, era para ficar. A opulência está presente desde o início, naquele que foi o primeiro SUV-Coupé do mercado e que teve por base os modelos das séries 5 e 6. Como seria de esperar, a nova geração continua a tradição. A versão xDrive30d propõe-nos uma motorização que apesar de estar no início da gama (um Diesel de 6 cilindros em linha com 2993 cc, e 265 cv) surpreende pela sonoridade que quase parece ser a gasolina, e pela agilidade com que consegue impulsionar as mais de duas toneladas que pesa.

Já no X2 sDrive18d, a sonoridade do bloco com 1995 cc de quatro cilindros denuncia a propulsão diesel, que não chega a incomodar, mas não é tão elegante como a do seu “irmão” sobredimensionado. Esta versão tem tração dianteira e está disponível com uma caixa automática de oito velocidades (um opcional que custa 1 806 euros), os seus 150 cv de potência podem parecer modestos, mas provaram ser suficientes para uma condução empolgante.

O que é unânime nos dois modelos é o conforto sentido a bordo. O X2 aposta em acabamentos que apelam a uma dinâmica mais jovem, com os bancos e o teto forrados com um tecido que parece alcântara, as costuras na cor da carroçaria, os bancos da frente desportivos e oferecem, simultaneamente, conforto e apoio lateral necessários quando o entusiasmo se apodera da condução. O X6 pega na palavra conforto e confere-lhe um significado superlativo ao elevar para outro patamar o simples ato de estar dentro de um automóvel. O interior não será surpresa para quem já conhece as soluções implementadas nos mais recentes modelos de topo da marca: a instrumentação digital mantém o grafismo, e ao centro temos um ecrã tátil com 12,3” que continua a poder ser controlado com o comando iDrive, podendo ainda ser controlado com alguns (pouco práticos) comandos gestuais (320 euros). Na opção confort, (um extra que custa mil euros) os bancos da frente estão equipados com um programa de massagens (900 euros) e ventilação (700 euros). Mas há mais: os vidros duplos com proteção acústica (512 euros) e o sistema de som Surround Harman/Kardon (845 euros) ou ainda a função “experience” que, dependendo do modo escolhido, regula a intensidade do som e da luz ambiente, da climatização, libertando ainda a fragância adequada através do difusor (outro extra que custa 300 euros).

O X6 pega na palavra conforto e confere-lhe um significado superlativo ao elevar para outro patamar o simples ato de estar dentro de um automóvel.

Tudo somado é motivo para preferir ficar dentro do X6, em vez de ir trabalhar para o escritório, se bem que ao final de um dia stressante é a forma ideal para relaxar a caminho de casa. Embora mais modesto na oferta, não significa que não exista um elevado grau de conforto a bordo do X2, a afinação mais firme das suspensões independentes penalizam o rolar de “tapete mágico”, mas beneficiam o comportamento em curva. O tato dos materiais é excelente, a posição de condução é ótima e também temos luz ambiente personalizável. Há imenso espaço para quatro adultos, mas o quinto cabe com alguma boa vontade. A bagageira oferece 470 litros de capacidade de carga, e a porta é automática, só é pena a visibilidade para trás ser quase nula, por causa de o óculo traseiro ser tão pequeno. No X6 esse problema é resolvido com a câmara traseira, e a lista de opcionais parece não ter fim, mas vale a pena referir mais alguns: a suspensão pneumática adaptativa (1 772 euros), o pack xOffroad permite algumas saídas fora de estrada, adaptando a transmissão ao tipo de piso (2 479 euros), grelha frontal BMW iluminada “Iconic Glow” (422 euros), este é porventura o opcional que mais impacto causa em todos os que se cruzam com o X6, o efeito é mais evidente à noite, e nunca passa despercebido.

Fotografias: Fernando Marques

Preços

X2 sDrive18d: 57.582,03 €

X6 xDrive30d: 149.441,08 €

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