DBS Superleggera: O Aston Martin do super Bond

26/06/2018

O Vanquish desapareceu da gama Aston Martin e deu lugar ao novo DBS Superleggera, que recupera dois nomes com história na marca e acrescenta um motor V12 com 725 cv. O carro perfeito para quando James Bond estiver a ser perseguido… por um rocket!

“Brute in a suit” é a definição da Aston Martin para o seu novo topo de gama, o DBS Superleggera que substitui o anterior Vanquish. A sigla DBS já tinha sido usada no passado, para designar modelos de topo na oferta da marca preferida de James Bond, tal como o segundo nome Superleggera, inicialmente designando o tipo de estrutura tubular concebida pela Carrozzeria Touring para os Aston Martin DB4 dos anos cinquenta/sessenta. Desaparece assim o Vanquish, pelo menos por enquanto, pois ele vai voltar, sob a forma de um superdesportivo de motor central e dois lugares, um anti-Ferrari 488 GTB.

Tal como o Vanquish era uma versão extrema do anterior DB9, também o novo DBS Superleggera é uma derivação do novo DB11, o modelo que substituiu o DB9 e estreou a nova plataforma de alumínio da mais famosa marca inglesa. Uma marca que está à beira de uma revolução, com o próximo lançamento de um SUV de luxo, que lhe vai duplicar o volume de produção anual e levou à compra de uma nova fábrica no país de Gales. Mas antes do SUV, chega este superdesportivo de motor dianteiro.

Mais “superleggera”

Se do exterior parece um DB11 mais potente e agressivo, a verdade é que as diferenças são muitas. Desde logo no próprio estilo, que passa a usar uma grelha maior e para-choques dianteiro mais curto, o que permitiu diminuir o comprimento em 20mm. À exceção das portas que continuam em alumínio, os restantes painéis passam a ser em fibra de carbono, dando assim legitimidade à palavra “Superleggera” colada em duplicado no capót, aludindo aos 70 kg que pesa a menos que um DB11 V12, ficando-se pelos 1693 kg, bem distribuídos entre a frente e a traseira nas percentagens de 51/49. As cavas das rodas mais volumosas deram mais 20 mm à largura, na frente e mais 15mm, atrás, acomodando jantes de 21 polegadas com pneus Pirelli PZero de largura 265, à frente e 305, atrás. As embaladeiras são também mais amplas e há um friso que liga os dois farolins traseiros.

Nas cavas das rodas da frente permanecem as saídas de ar que permitem melhorar a aerodinâmica nessa zona. Mas a maior mudança a este nível foi a substituição do minúsculo spoiler móvel traseiro por um de maiores dimensões, fixo, que continua a trabalhar em conjunto com a asa virtual formada pelo ar captado nos pilares traseiros e ejetado na vertical junto deste novo spoiler. A AM afirma que este é o seu modelo com maior downforce, neste momento, gerando 180 kg à velocidade máxima de 340 km/h, divididos da seguinte maneira: 120 kg, atrás e 60 kg, à frente. E isto sem acrescentar resistência ao avanço, face ao DB11, também porque parte do efeito é conseguido através do “venturi” criado pelo difusor traseiro, alimentado pelo fundo plano e por novas derivas colocadas junto das rodas traseiras.

As possibilidades de personalização da carroçaria são imensas e passam por um novo tratamento superficial da fibra de carbono que elimina as típicas estrias deste material. Por dentro, as escolhas de cores e materiais também são imensas, partindo de novos bancos desportivos, com mais apoio lateral, tablier forrado com material anti-reflexo e o mesmo volante quase quadrado do DB11. Para já só foi possível sentar ao volante e apreciar tudo isto com o V12 desligado, mas é claro o aumento da perceção de luxo e da ergonomia da posição de condução, que já é muito boa no DB11.

V12 bi-turbo de 725 cv

Isto é o que se vê por fora, por baixo do tal fato, o “bruto” tem muito mais diferenças de detalhe, pois na AM a prática é a de ir melhorando continuamente os seus carros. Os principais números a reter são a potência máxima de 725 cv, o binário máximo de 900 Nm às 1900 rpm, os 340 km/h de velocidade máxima, os 3,4 segundos na aceleração 0 a 100 km/h e os 270 g/km de CO2. A AM avança ainda um dado curioso, a recuperação em quarta velocidade, entre os 50 e 100 km/h, feita em apenas 4,2 segundos “mais rápida que no Ferrari 812 Superfast” dizem os engenheiros britânicos, comparando com o motor, sem turbo, do carro italiano.

Para chegar a estes valores, o motor V12 5.2 bi-turbo da Aston Martin recebeu uma nova reprogramação e maiores radiadores. A sobrealimentação subiu a pressão em 0,3 bar e a calibração foi revista. A caixa de velocidades continua a ser uma automática de oito relações, fornecida pela ZF, mas é diferente da usada no DB11, para resistir ao acréscimo de 200 Nm no binário máximo. O diferencial é um autoblocante convencional e tem uma relação final ligeiramente mais curta. O condutor continua a poder escolher entre os modos de condução GT/Sport/Sport+, que modificam o amortecimento, assistência da direção, resposta da caixa e som do escape, que tem novas saídas quadruplas com válvulas de som, debitando mais 10dB. Curiosamente, a resposta do acelerador não é alterada, para não ficar demasiado nervosa.

A suspensão também foi revista ao detalhe, para conseguir dar resposta ao aumento de performance e manter a condução deste tração traseira de 725 cv acessível ao maior número possível de condutores. Partilhando a plataforma com o DB11, mas também com o Vantage, o DBS Superleggera usa os braços inferiores da suspensão traseira do Vantage e casquilhos mais firmes que os do DB11. Nos principais parâmetros dinâmicos, como a frequência permitida pelo amortecimento e o rolamento lateral, o DBS Superleggera fica entre o DB11 e o Vantage. Os travões são de carbo-cerâmica.

O DBS Superleggera será lançado em Julho numa edição inicial limitada a 50 unidades, feita em colaboração com a Tag Heuer. Mais tarde está já garantida uma versão descapotável, para este super-GT que James Bond certamente gostaria de ter como o seu próximo carro de serviço.

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