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A DS revelou a sua visão para a performance desportiva eletrificada na forma do DS E-Tense Performance, um concept que terá a ajuda do piloto português António Félix da Costa no seu desenvolvimento para uma eventual transformação em modelo de produção em série (que ainda não está confirmada).

Desde a sua emancipação face à Citroën, em 2014, que a DS Automobiles tem colocado a eletrificação no centro da sua estratégia. Tendo sido uma das primeiras marcas automóveis de grande craveira a assumir o desafio da Fórmula E – modalidade de monolugares elétricos na qual conta com três títulos, dois por Jean-Éric Vergne e um por António Félix da Costa –, a DS recorreu aos conhecimentos e competências da divisão DS Performance para criar um protótipo que visa testar diferentes inovações a integrar nas futuras criações da marca.

Com a rival Alpine a assumir uma pretensão de eletrificação muito firme em associação à premissa desportiva no Grupo Renault, é de crer que também a Stellantis e, muito concretamente, a DS, possam embarcar num modelo com filosofia desportiva de alto gabarito, com o DS E-Tense Performance a apresentar uma série de características que o tornam impressionante.

Em primeiro lugar, a monocoque em carbono permite elevadíssima rigidez estrutural e baixo peso, estando associada a uma componente motriz retirada de um monolugar de Fórmula E. A geometria da suspensão é capaz de garantir a melhor aderência possível à estrada, tal como nos circuitos de corridas urbanas frequentemente rugosos, e perante quaisquer condições meteorológicas.

A cadeia de tração é composta por dois motores elétricos que produzem uma potência combinada de 600 kW (250 kW na frente e 350 kW na parte traseira), correspondendo a 815 CV de potência e a um binário de 8000 Nm transmitido às quatro rodas. A marca aponta ainda uma elevada eficiência de utilização graças à capacidade de regeneração de até 600 kW.

A bateria é um dos elementos fundamentais deste laboratório de ultra-elevada performance: compacta, encontra-se alojada numa estrutura em material compósito de alumínio e carbono, projetado pela DS Performance, estando colocada numa posição central traseira. A bateria foi inspirada nas corridas de monolugares elétricos e foi desenvolvida em conjunto com a TotalEnergies e a sua subsidiária Saft.

Resultante de um trabalho de pesquisa deste parceiro, esconde uma química inovadora e um sistema de arrefecimento imersivo para as células, em rutura com as tecnologias atuais, graças a um design personalizado da solução Quartz EV Fluid concebida à medida. Esta bateria traduz-se em fases de aceleração e de regeneração até um máximo de 600 kW, permitindo a exploração de novas avenidas para as gerações futuras de veículos de série.

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“O nosso objetivo é aplicar a experiência adquirida na Fórmula E e a experiência que trouxemos com os nossos títulos internacionais a um projeto que prevê a criação de uma viatura elétrica de elevada performance no futuro. É um laboratório que iremos utilizar para analisar o comportamento dos componentes e desenvolvê-los com vista a futura fabricação. A ideia é, também, encontrar soluções para reduzir custos, torná-las mais fáceis de produzir e aplicá-las em modelos de série. As próximas gerações da gama E-Tense irão beneficiar destes desenvolvimentos”, referiu Thomas Chevaucher, Diretor da DS Performance.

O olhar sobre os DS do futuro

Este protótipo é também a base ideal para a exploração do design para o futuro, num trabalho levado a cabo pelo DS Design Studio Paris. A secção frontal desvenda uma nova superfície, em substituição da grelha. Já sugerido pelo concept DS Aero Sport Lounge, este tratamento combina o logótipo da DS Automobiles com um efeito tridimensional, numa autêntica montra, com uma sequência especial de boas-vindas.

Em ambos os lados, novas luzes diurnas combinam tecnologia e estilo, apostando numa solução esguia sem precedentes, mas que permite uma ampla extensão da iluminação.

Em conjunto, compõem-se por 800 LED. Duas câmaras posicionadas, em substituição dos faróis, completam a identidade visual deste DS, permitindo, ao mesmo tempo, a recolha de dados úteis por este laboratório de condução.

Para acompanhar a linha aerodinâmica, a carroçaria introduz uma cor de interferência com efeito de besouro. Dependendo das condições exteriores e do ângulo a partir do qual é visto, a perceção da cor muda e dá um efeito de contraste com as superfícies em preto brilhante que se estendem até ao capô. As jantes de 21 polegadas estreiam um perfil aerodinâmico com inserções únicas.

O habitáculo foi concebido para recolher dados. Bancos do tipo bacquet e um volante de Fórmula E recriam uma ambição inerente à elevada performance. O conforto e a atenção ao detalhe também surgem como um todo com inserções especiais em couro preto.

Mas nem só de prestações ‘vive’ este DS E-Tense Performance: a especialista em áudio Focal integra a bordo um sistema de som denominado ‘Utopia’, estreando um par de colunas Scala Utopia Evo exclusivas, nas cores do protótipo.

Pelas mãos de Costa e Vergne

A partir do presente mês de fevereiro, a equipa DS Performance irá organizar os primeiros ensaios com este protótipo, tendo os pilotos da equipa DS Techeetah de Fórmula E como principais envolvidos no desenvolvimento. Jean-Éric Vergne, embaixador da linha E-Tense, e António Félix da Costa irão alternar-se nos turnos ao volante deste protótipo, de modo a finalizar o seu desenvolvimento, antes de se iniciarem os testes em circuitos e em estrada aberta. Os dados reais de performance do DS E-Tense Performance serão, então, anunciados.

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