A F1 chegou às estradas: o impressionante Mercedes-AMG Project One

11/09/2017

Um Mercedes-AMG com alma de Fórmula 1 para utilização em estrada. Eis a premissa de desenvolvimento do novo Project One, um hiperdesportivo híbrido que se inspira diretamente nos monolugares que Lewis Hamilton e Nico Rosberg levaram ao sucesso na categoria rainha do automobilismo nos últimos anos.

Com efeito, o grande segredo deste desportivo de mais de 1.000 CV de potência está na motorização híbrida que é uma variante trabalhada do mesmo sistema que se pode encontrar no W08 de Fórmula 1, ou seja, um bloco a gasolina de 1.6 litros em configuração V6 de 670 CV associado a motores elétricos, sendo aqui que reside uma grande diferença, na medida em que o Project One tem quatro unidades elétricas de propulsão. O seu esquema de construção é verdadeiramente impressionante e revela bem o trabalho que a AMG teve neste seu desenvolvimento.

Se na frente se podem encontrar dois motores elétricos de 120 kW (160 CV) cada, com uma capacidade de rotação de até 50.000 rpm, o terceiro motor, também de 120 kW, está alojado no turbompressor para uma maior facilidade de acionamento deste (eliminando o ‘turbo-lag’) e o quarto motor, de 90 kW (120 CV), está no próprio motor de combustão interna. Uma solução engenhosa que, de acordo com a marca de Affalterbach, permite tempos de resposta do motor muito mais velozes e prestações impressionantes.

Com esta solução de integração de um motor elétrico no turbo, a marca garante que se eliminam os vestígios do atraso da resposta do turbo, ao mesmo tempo que torna esta unidade mais eficiente.

Tudo neste modelo foi pensado para a obtenção de máxima eficácia: os dois motores elétricos dianteiros, que movimentam as rodas desse eixo, podem funcionar de maneira independente para melhorar as reações dinâmicas deste Project One ao jeito de vetorização de binário, com as travagens a possibilitarem igualmente uma recuperação pronunciada da energia decorrente da desaceleração – 80%, de acordo com a Mercedes-AMG. Essa energia é acumulada nas baterias elétricas, havendo uma autonomia estimada de 25 quilómetros com a carga a 100%. Quanto às baterias, não existem dados da sua capacidade, mas sabe-se que está alojada sob o piso entre os dois eixos para reduzir o centro de gravidade e a dinâmica. Por outro lado, com o motor a gasolina de elevada eficiência térmica – a marca assume um valor de 40% – surge igualmente uma caixa de velocidades de oito relações com patilhas atrás do volante. Só não vem com as luvas para se sentir como um piloto de F1. Mas, se não estiver interessado nesse esforço, existe a possibilidade de funcionar automaticamente.

Quanto ao interior, o volante foi também retirado da F1, com comandos de afinação do veículo embutidos. havendo ainda comodidades a bordo como o ar condicionado, vidros elétricos ou uma câmara traseira, o que é fundamental porque no Project One não há espelho retrovisor. Isto porque não há óculo traseiro.

Carbono e prestações exorbitantes

O Project One demarca-se ainda pelo seu sistema elétrico de 800 V, reduzindo o diâmetro de cabos e o seu peso, em consequência, melhorando igualmente a sua eficiência.
Com chassis de estilo monocoque produzido em fibra de carbono, o motor e a caixa funcionam como elementos estruturais, uma vez que a suspensão traseira está acoplada a esses dois elementos, também numa ideia retirada da Fórmula 1. Em termos de condução, este hiperdesportivo, que se aventura de forma aguerrida no território dos Ferrari LaFerrari, Mclaren P1 e Porsche 918 Spyder apenas para citar os híbridos mais famosos, mas as suas prestações impressionam: a aceleração dos 0 aos 200 km/h faz-se em menos de seis segundos. O mesmo tempo que um Honda Civic Type R demora a atingir os 100 km/h! Já a velocidade máxima supera os 350 km/h

O controlo de estabilidade também é específico, com três modos de funcionamento. Entre o modo ‘civil’, que o torna utilizável no dia-a-dia e o modo de ‘time attack’ (nomes não oficiais), o AMG Project One promete corresponder às expectativas de todos os seus condutores. Que não serão muitos – o modelo que comemora os 50 anos da AMG terá uma produção limitada a 275 unidades com um preço unitário de 2.27 milhões de euros. Como não poderia deixar de ser num modelo destes, todas as unidades já estão reservadas…

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