Um dos exemplares mais especiais do Ferrari F40 será leiloado pela RM Sotheby’s em maio, tendo sido oferecido a Alain Prost quando o piloto francês assinou pela equipa italiana em 1990. Com especificações ainda de protótipo, este F40 destaca-se por ter um elevado nível de fidelidade face ao momento em que foi dado a Prost.

No final da década de 1980, Alain Prost era já um dos pilotos mais conceituados da Fórmula 1, tendo garantido em 1989 o seu terceiro título mundial de F1 (após uma manobra polémica que resultou numa colisão com Ayrton Senna, então companheiro de equipa na McLaren-Honda). Para 1990 estava já assegurada a sua passagem para a Ferrari, tendo por isso recebido um F40 completamente novo como presente de ‘boas-vindas’ no decorrer do ano de 1990.

Mantido sempre em condições exemplares, o F40 agora leilão mantém o chassis, motor, caixa de velocidades e carroçaria originais, com uma especificação ‘sem catalisador, sem ajuste’ para assinalar o facto de não ter catalisador e de não ter suspensão ajustável, duas características que se tornariam comuns nos Ferrari de produção subsequentes. Com o número de chassis 83249, o F40 foi produzido no final de 1989.

Alain Prost revelou recentemente, em entrevista à RM Sotheby’s, que este F40 foi-lhe, de facto, oferecido, mas que nunca o usou, vendendo-o pouco depois de o receber (tendo assinado o tejadilho do F40, num detalhe ainda hoje visível graças à cobertura de verniz aplicada então). O carro foi registado em Meribel, local de residência do francês, em fevereiro de 1990. O proprietário seguinte foi Graham de Zille, um entusiasta da marca que detinha já vários modelos e que o manteve no Reino Unido até se mudar para os Estados Unidos em 1995, onde chegou a ser capa de revista num artigo de comemoração dos 50 anos da Ferrari.

Em 1999, o F40 regressou ao Reino Unido, agora na posse de David Darling, embora ainda com escassa utilização, passando depois pelas mãos de Craig Johnson, Karl McKeowen e de Alistair Dyson, em setembro de 2007, que o manteve até 2016. Nesse mesmo ano, recebeu a certificação da Ferrari Classiche, indicando que mantém muitos dos componentes originais, como o motor, caixa ou carroçaria.

Atualmente a ‘residir’ em França, recebeu uma revisão profunda em 2019, com pneus montados há dez anos. No odómetro, mostra 2900 milhas (cerca de 4660 quilómetros). A RM Sotheby’s espera obter uma licitação vencedora entre os 2.5 e os 3.0 milhões de euros, com o prazo limite a ser o dia 12 de maio.

Fotos: Cortesia de Remi Dargegen/RM Sotheby’s.

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