A Ford está a testar uma tecnologia de condução automatizada, com base em Inteligência Artificial (IA), concebida para tornar o processo de produção mais eficiente. No âmbito do projeto, os veículos não só saem da linha de montagem pelos seus próprios meios, como também se dirigem autonomamente para as estações de testes finais e fazem o seu próprio carregamento, antes de se posicionarem para seguirem viagem rumo aos clientes finais.

Pioneira no processo de linha de montagem em série, há mais de 100 anos, a Ford está a testar novas formas de melhorar o processo, preconizando um formato mais autónomo e com menos influência de seres humanos.

O projeto E-SELF é uma das iniciativas que a Ford está a desenvolver para o Centro de Veículos Elétricos Ford de Colónia, na Alemanha – alvo de um investimento de 2 mil milhões de dólares – onde terá início, ainda este ano, a produção de novos modelos elétricos da marca americana.

“A Ford está a reinventar a sua gama de veículos na Europa, um processo em que decidimos integrar e desenvolver os métodos que utilizamos na produção dos nossos novos VE”, declarou Frank Schwarz, líder do projeto da Ford. “A introdução da tecnologia de condução autónoma na linha de montagem poderá apoiar a eficiência e a segurança, permitindo, ao mesmo tempo, que os funcionários se concentrem em tarefas essenciais”, acrescentou.

O projeto E-SELF utiliza a comunicação veículo-com-a-infraestrutura para controlar e monitorizar veículos. Os sensores localizados à volta da fábrica conseguem identificar perigos ao longo do percurso do veículo, tais como uma pessoa ou outro veículo, podendo mesmo abrandar ou imobilizar os veículos se necessário.

Apenas na fase de testes finais poderão ser efetuadas uma dezena, ou mais, de deslocações entre diferentes locais, antes de os veículos ficarem estacionados nos pontos de recolha, para o seu transporte rodoviário, por comboio ou via marítima. Utilizando a tecnologia de IA, esses veículos, muito simplesmente, poderão deslocar-se pelos seus próprios meios, com carregamento completo e prontos para sair da fábrica.

Este processo é válido para todos os veículos equipados com transmissão automática, controlo eletrónico de estabilidade, travão de parque elétrico e direção com assistência elétrica. O único requisito adicional é uma unidade de comunicação inteligente, de modo a permitir a interação com a infraestrutura.

A Ford está a realizar estes testes, com uma duração de dois anos e meio, tendo como parceiros o Institute of Automotive Engineering da Technische Universität Braunschweig e a Kopernikus Automotive. O Ministério Federal da Economia e Proteção Climática atribuiu ao projeto um financiamento de 2 milhões de euros.

No mês passado, a Ford revelou o novo Explorer 100% elétrico, o primeiro veículo elétrico de passageiros da companhia a ser produzido em série no Centro de VE Ford em Colónia, tendo por base a plataforma MEB do Grupo Volkswagen, naquela que é mais uma etapa da marca da oval para se converter à eletrificação total. Note-se que, até 2026, a Ford planeia comercializar 600.000 veículos elétricos por ano na Europa, tendo como objetivo oferecer, até 2030, uma gama 100% elétrica de veículos de passageiros.

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