Embora pareça uma surpresa para muitos, a decisão tomada pela smart de passar a vender apenas veículos elétricos a partir de 2020 é tão antiga quanto a própria marca. Quem o garante é o responsável da área de Vendas e Marketing da smart, Daniel Lescow, recordando que, desde a sua conceção que a smart tem como intuito ser uma marca de mobilidade elétrica. Objetivo cumprido: os três modelos – fortwo, fortwo cabrio e forfour – abraçam em definitivo as motorizações elétricas e ‘largam’ o centenário motor de combustão interna.

Num passo radical, a smart tornou-se na primeira marca automóvel a converter-se totalmente dos veículos com motor de combustão para os elétricos, passando a dispor na sua gama apenas de versões de zero emissões. Esta solução surge em conjunto com uma nova imagem para os seus modelos, destinada também a assinalar uma viragem com o passado naquela que é a nova era da mobilidade.

Além disso, este primeiro ano do resto da sua vida é aplicável também ao facto de estar agora integrada em parceria com a chinesa Geely, tendo sido constituída na primeira metade de janeiro uma nova companhia denominada Smart Automobile Co. Ltd.. Será através desta que surgirá a próxima geração do smart, em 2022 produzida na China,onde estará também a sede da empresa, na moderna cidade de Ningbo, a cerca de 150 quilómetros de Xangai. Será ligeiramente maior, já garantido, mas o futuro smart terá o mesmo conceito ‘smart’, com desenho levado a cabo pelos esforços globais da Daimler.

Mas esse será uma realidade em 2022. Para já, renova-se a gama atual para uma identidade elétrica e totalmente conectada.

Imagem reformulada

No facelift que pode ver nestas imagens, não existem mudanças de fundo, mas os novos smart são imediatamente reconhecíveis à distância. A grelha dianteira reconverteu-se e ganhou maior aprumo aerodinâmico para melhor eficiência geral, passando também a destacar-se a adoção das letras ‘smart’ em vez do logótipo, que era visto no modelo antes do facelift. Os grupos óticos foram igualmente redesenhados nas duas extremidades, podendo agora dispor de faróis Full-LED como opção.

Há, no entanto, uma maior diferenciação estética entre os modelos de dois lugares e de quatro, com a grelha inferior da dianteira do EQ fortwo a ter um desenho em ‘V’ e a do forfour em ‘A’.

No interior, também não existem grandes novidades, mas aplicaram-se novos revestimentos nalguns pontos e há mais locais para arrumar os objetos, sobretudo com uma pequena rede na parte inferior das portas e na consola central. Neste sentido, desaparece a gaveta lateral escondida no compartimento do seletor da caixa, criando-se um espaço mais volumoso junto a esta. O sistema de infoentretenimento, denominado UX, mas sem poder utilizar a mesma arquitetura digital do MBUX da Mercedes-Benz, também será totalmente renovado, adotando agora uma unidade desenvolvida pela Bosch, que abandona o sistema de navegação incluído e aposta por uma integração em pleno com os smartphones e com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto. O ecrã tátil será de 8.0 polegadas.

Essa mesma renovação tecnológica permitirá uma maior conectividade digital, grças a uma ‘app’ digital denominada ‘smart EQ Control’ que disponibiliza uma série de funcionalidades e informações sobre o estado do veículo, como o nível de carga da bateria, programar o carregamento eficiente do smart, aquecer o interior remotamente ou localizar facilmente o smart estacionado. A este respeito, nota ainda para a maior integração com o Apple Watch e com os seus widgets, podendo também aí verificar nível de carga ou ativar a climatização.

Além disso, terá uma série de serviços ‘Ready to’, ou seja, prontos a utilizar, criados com o intuito de facilitar a vida aos proprietários, como o ‘Ready to Share’, que permitirá aos proprietários do smart emprestar o seu carro a um familiar por intermédio de uma aplicação e que, mais tarde, deixará até efetuar pagamentos por esse empréstimo. Outra solução será a ‘Ready to Park’, que permitirá encontrar estacionamento.

Eletricidade na cidade

A ideia de que a smart nasceu para ser elétrica foi reforçada na apresentação internacional, mas também a noção de que ‘zero emissões não significa zero diversão’, embora agora esteja mais confinado ao ambiente urbano dada a natureza elétrica.

Os EQ fortwo e EQ forfour não sofreram quaisquer evoluções técnicas, mantendo-se o motor de 60 kW/82 CV de potência e 160 Nm de binário. A marca afirma que a aceleração dos zero aos 60 km/h é de 4,8 segundos, sendo assim especialmente adaptado para o ambiente citadino em que os arranques são essenciais. A bateria de iões de lítio, fornecida pela Deutsche Accumotive (subsidiária da Daimler), tem refrigeração a líquido com uma capacidade de 17.6 kWh, suficiente para uma autonomia de 159 quilómetros em ciclo NEDC e 133 quilómetros em WLTP.

Em termos de carregamento, os smart podem repor entre 10% e 80% da carga da bateria em menos de 40 minutos, graças a um carregador onboard opcional de 22 kW. De série, recorre a um carregador de 4.6 kW. Numa tomada doméstica de 230 V, o smart pode carregar o suficiente para percorrer trajetos quotidianos (de zero a 80%) em cerca de seis horas, enquanto o recurso a uma wallbox de 7.2 kW pressupõe uma espera de 3,5 horas).

A função de recuperação de energia está presente neste modelo, comutando a sua intensidade consoante a proximidade ao veículo da frente por intermédio de um sistema de radar.

Personalização simplificada

A smart também simplificou as escolhas de personalização em três passos simples, com escolha da linha (Passion, Pulse e Prime), escolha do pacote e escolha da cor para uma maior facilidade de aquisição do veículo.

Os preços para o smart renovado começam nos 22.845€ para o smart EQ fortwo, passando pelos 23.745€ do forfour e terminando nos 26.395€ do fortwo cabrio, sempre na linha Passion. A linha Pulse acrescenta 605€ aos valores acima enquanto a linha de topo, Prime, aumenta em 930€ nos dois fortwo e em 1290€ no forfour.

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