A Honda está bastante empenhada na eletrificação e conta já com uma gama totalmente eletrificada na Europa (apenas o Civic Type R escapa), mas o seu Presidente, Toshihiro Mibe, admite que os motores de combustão interna poderão continuar a ser produzidos até 2040, embora em modelos e utilizações muito específicas.

Em entrevista à Reuters, o principal responsável da marca japonesa assegura que o esforço de eletrificação prossegue a todo o vapor, mas que o desenvolvimento de tecnologias e soluções alternativas, como os combustíveis sustentáveis (e-fuels), poderá fazer com que os motores de combustão interna se mantenham por mais algum tempo, nomeadamente para modelos desportivos de número reduzido ou veículos pesados.

Apesar de estar algo atrasada no lançamento de automóveis 100% elétricos no mercado (apenas tem o Honda e na Europa), a marca tem na Europa uma gama assente na tecnologia e:HEV híbrida que combina baixas emissões e baixos consumos com a performance de um veículo elétrico. Para Mibe, um engenheiro ligado aos motores, o objetivo é ter uma performance ambiental inatacável, privilegiando as duas tecnologias que, neste momento, parecem oferecer as melhores respostas ao desafio da neutralidade carbónica.

“À medida que rumamos para a neutralidade carbónica, estamos focados na eletrificação e na pilha de combustível – essas são as duas componentes fundamentais da mobilidade do futuro”, referiu Mibe à Reuters por ocasião de uma visita à fábrica da Honda em Ohio, nos Estados Unidos da América (EUA).

Este é precisamente o país onde a Honda e a General Motors (GM) têm em curso uma parceria que irá permitir à marca japonesa lançar dois elétricos com base na plataforma Ultium da GM, o primeiro dos quais, o Prologue SUV, já no final deste ano ou no arranque de 2024.

Apesar de tudo isto, Mibe também admite que a Honda está atenta aos progressos na área dos combustíveis sustentáveis, podendo esta vir a ser uma opção para modelos de topo de baixo volume, comerciais ou aviões, que é também uma área em que a Honda está presente, até aqui com o Honda Jet.

Reforço no investimento para a eletrificação

Para a proliferação dos veículos elétricos, é fundamental contar com uma rede de carregamento suficiente e capaz de acomodar com a maior procura. Neste sentido, Mibe confirmou a intenção de investir 40 mil milhões de dólares até 2030 com o intuito de reforçar o desenvolvimento dos veículos elétricos e híbridos para um total de 40% das suas vendas totais no final desta década.

Naquele valor estará incluída uma ‘joint venture’ estabelecida com a LG Energy Solutions para a construção de baterias em Ohio, bem como a possibilidade de montar também uma rede de carregadores de nova geração.