Honda HR-V Hybrid procura transparência em tempos bastante nublados

13/04/2022

Terceira geração do HR-V é prova de vida da Honda num mercado carregado de incertezas e onde a marca reclama transparência. Disponível a partir de 34.500 euros, (chave na mão), o SUV nipónico surge em versão híbrida, já que a 100% elétrica só no próximo ano.

Transparência, contas feitas e chave na mão. Em tempos nublados como os que vivemos, carregados de incertezas – às quais a indústria automóvel é bastante sensível – estas foram as palavras mais utilizadas pelos responsáveis da Honda, na apresentação nacional do HR-V Hybrid, realizada no Secret Spot Lisboa, em Monsanto. “Não há valores nas entrelinhas”, explicou o CEO, Ricardo Lopes. Colocada desta forma a questão, diga-se, desde já, que a versão de acesso ao modelo custa 34.500 euros. Sem mais conversas e com as despesas já todas contabilizadas.

Trata-se de um modelo nuclear – aqui no bom sentido da palavra – para a Honda e que procura “casar” dois segmentos do universo SUV: o B e o C. Ou não lance esta terceira geração do HR-V (a primeira data de 1999 e a segunda de 2015) as bases do futuro da marca. Para já, com uma identidade híbrida, uma vez que a versão 100% elétrica ainda demorará cerca de um ano a chegar ao mercado. Prova da importância do Honda HR-V é que, em janeiro, foram já encomendadas 100 unidades deste modelo que representará 50% das vendas totais da marca no nosso país. Também aqui a sua relevância é transparente.

Estilo coupé SUV

O design desta nova geração do HR-V partiu de uma folha em branco e procura transmitir um ar de coupé SUV, através de linhas simples e de superfícies arredondadas.

A sua silhueta elegante é alcançada por uma visibilidade para estrada acrescida para 188mm – semelhante à visibilidade de um 4×4 – e por uma redução da altura do teto até 20mm, em comparação com o modelo anterior.

Não foi por acaso que os detalhes exteriores se encontram todos “camuflados” nas formas e cores da carroçaria, desde os grupos óticos à grelha inferior, integrada na dianteira, com o intuito de criar um visual elegante.

As laterais ostentam umas linhas harmoniosas e vanguardistas, com uma linha horizontal ao longo do veículo, desde os grupos óticos traseiros até aos dianteiros. N traseira, a marca procurou conciliar a funcionalidade e a simplicidade, sendo esta intenção visível na porta da bagageira que integra o puxador da porta. A abertura alta e espaçosa, piso plano e entrada acessível facilitam os carregamentos da mala.

Por sua vez, no habitáculo reza a filosofia MM (Man-Maximum, Machine-Minimum). Ou seja, latim à parte, o foco está no condutor e passageiros e não na máquina, que existe para o servir. Ergonómico e espaçoso o suficiente para acolher cinco pessoas, o interior do HR-V cumpre em toda a linha, sem luxos nem materiais requintados, mas sempre agradável ao toque, e, bastante confortável.

Identidade híbrida

Para animar o HR-V, a Honda recorre à tecnologia híbrida e:HEV, juntando-se ao CR-V Hybrid e ao Jazz Hybrid. Por outras palavras, conta com um bloco a gasolina 1.5 VTEC, apoiado por dois motores elétricos. Deste esforço conjunto resultam 131 cv e um binário máximo de 235 Nm.

Segundo valores da marca, as emissões de CO2 são de 122 g/km (WLTP) e os consumos na ordem dos 5,4 L/100m km, cumprindo os tradicionais 0-100 km/h em 10,6 segundos. Durante a apresentação conduzimos o novo HR-V cerca de 40 km, o que nunca será suficiente para grandes considerações dinâmicas. Mas deu-nos a sensação de ser um modelo que precisa do seu tempo. A Honda refere que reduziu a distância entre o motor elétrico e as rodas, de forma a melhorar o seu desempenho, mas admitamos que se trata de um modelo que proporciona uma condução suave e tranquila. De resto, o sistema de transmissão de variação contínua denota algumas limitações quando se pretende maior “empenho” e não deixa de se fazer ouvir.

O Honda HR-V dispõe de três modos que alternam, entre si, automaticamente, condução elétrica, híbrida ou gasolina, dependendo na qual é a mais eficiente para cada situação de condução. Refira-se, a propósito, que, em regimes mais elevados, entra em ação a combustão.

Numa situação de ultrapassagem, por exemplo, o HR-V altera para o modo híbrido, para uma potência adicional – neste modo, a potência do gerador do motor a combustão pode ser redirecionada para a bateria, oferecendo benefícios de eficiência adicionais. O modo Sport pode ser ativado através de uma patilha, permitindo uma aceleração ainda mais precisa, enquanto o modo Econ ajusta o sistema de ar condicionado e aceleração para uma melhoria na eficiência de combustível.

Quem pretenda assegurar uma condução ainda mais sustentável, pode selecionar o modo B da transmissão. Nessa situação, o sistema consegue recuperar energia quando em coasting e sempre que travar.

Sem despesas, os preços começam nos 33.159 euros da versão Elegance, passam pelos 36.159 euros da Advance e terminam nos 39.659 euros da Lifestyle.