Além da vertente de eletrificação dos seus automóveis, a Honda vai apostar também na eletrificação da sua divisão de duas rodas, prevendo o lançamento de modelos 100% elétricos para os próximos anos ao mesmo tempo que irá lançar tecnologias para reduzir as emissões dos seus veículos de duas rodas com motor de combustão.

Reconhecendo que a eletrificação nas motos necessitará de uma abordagem multifacetada, a Honda irá acelerar o desenvolvimento e comercialização de motos/scooters sem emissões poluentes consoante as necessidades e a região de mercado.

A Honda está presente em quase todos os segmentos nas duas rodas, desde scooters às motos de maior cilindrada, que são vendidas em todo o mundo, pelo que, de acordo com a companhia japonesa, esta é uma boa oportunidade para ajudar à redução das emissões poluentes sobretudo nos países emergentes, onde os veículos de duas rodas têm uma preponderância muito maior.

Porém, a Honda está ciente das dificuldades inerentes a essa aposta, sobretudo pelo maior peso decorrente das baterias e dos preços mais altos da própria tecnologia, o que tornará difícil, a curto prazo, a sua popularização entre os clientes de menores rendimentos, havendo ainda a questão da rede de carregamento que é exógena aos construtores.

Pelo seu lado, a Honda delineou uma estratégia para a neutralidade carbónica das suas motos, que passa pelo lançamento de mais de dez novas motos e scooters elétricas até 2025 em diferentes mercados, abrangendo os diversos segmentos em que está presente. A Honda acredita que uma das questões que mais tem ‘atormentado’ os elétricos no setor automóvel, a autonomia, poderá ser contornada nas duas rodas com a possibilidade de trocas rápidas de bateria para o setor empresarial e comercial, tal como em serviços de entregas por estafetas, feitos essencialmente em território urbano e com deslocações curtas.

Para esses, a Honda lançou já a Honda e: Business Bike, já em utilização pelos correios japoneses (Japan Post) e vietnamitas (Vietnam Post), mas o objetivo da marca é chegar a mais mercados de forma abrangente e rápida.

Para os clientes particulares, a Honda irá lançar dois modelos citadinos elétricos em 2024 e 2025 na Ásia, Europa e Japão, além de outros veículos na categoria de scooters e bicicletas com motorização para a China e demais países da Ásia.

Noutro sentido, na categoria que denomina de ‘Fun’ (lazer), a Honda vai desenvolver três grandes motos desportivas no Japão, Europa e Estados Unidos entre 2024 e 2025, a que se junta ainda um veículo de duas rodas para os mais jovens de forma a transmitir “o prazer de andar de moto à próxima geração”.

Em termos tecnológicos, a Honda aposta também no desenvolvimento de novas baterias, mencionando a possibilidade de utilizar baterias de estado sólido que estão atualmente em investigação para os automóveis. Segundo a marca, também as suas motos terão direito a esse novo tipo de bateria, assim que se tornarem disponíveis em larga escala.

Por fim, na sua procura pela neutralidade carbónica, a Honda adianta ainda que também está a trabalhar na melhoria da eficiência das atuais motos com motor a combustão, preparando ainda o lançamento de motos compatíveis com combustíveis neutros em carbono. Além do Brasil, onde as motos da Honda são já compatíveis com o flex-fuel (mistura de gasolina com etanol), a partir de 2023, os modelos flex-fuel serão também disponibilizados na Índia e outros grandes mercados.