Definir o Kia XCeed como uma versão XL do Ceed tradicional é demasiado redutor para as expetativas que a marca sul-coreana deposita neste crossover urbano. Na apresentação internacional, em Marselha, França, o Motor 24 comprovou que é legítima a pressão colocada no modelo X. Segundo Emilio Herrera, diretor de operações da Kia Motors Europe, só por si, o XCeed tem como responsabilidade vender, em 2020, mais do que as três propostas, todas juntas, da marca no segmento C: berlina de cinco portas, SW e Shooting Break (ProCeed). Caso para dizer que as expetativas são, também elas, XL.
O construtor sul-coreano enquadra-o no formato CUV (Crossover Utility Vehicle), uma forma de distinção num segmento onde terá de bater-se com propostas de peso, como o Nissan Qashqai, para citar apenas o líder.
O design é marcante e disruptivo, procurando conciliar uma postura urbana com toques de desportivos.
As linhas da frente e a traseira do XCeed distanciam-se do Ceed mais “estável”. Com um corpo de 1.826 mm (26 mm mais largo que o Ceed de cinco portas), o CUV apresenta um rosto mais assertivo e com uma grelha mais proeminente, com uma entrada de ar menor. Os faróis são agora projetados com a assinatura de luz LED do “cubo de gelo” do Ceed, mas em uma forma mais angular.
Para todos os credos
Na apresentação dinâmica realizada em terras francesas, calhou-nos em sorte a unidade equipada com o motor Diesel 1.6 CRDi com 136 cv (29.340 euros), embora este mesmo propulsor também esteja disponível com 115 cv (26.840 euros). Nesta primeira experiência dinâmica pode dizer-se que o XCeed passou com distinção. Rolamento suave e silencioso, mostrou-se enérgico sempre que necessário, valendo-se de um binário máximo de 200 Nm. A caixa manual de seis velocidades é outro dos trunfos, revelando-se precisa e rápida na leitura das passagens.
Com data de chegada ao mercado em meados deste mês de outubro, o XCeed conta ainda com duas versões a gasolina: o bloco de três cilindros 1.0 TGDi com 120 cv, que assinala o acesso à gama (21.990 euros) e o 1.4 TDGi de 140 cv (26.490 euros), que se juntam à variante híbrida plug-in, provas inegáveis da amplitude de opções deste modelo nuclear para as contas da Kia – não apenas neste segmento C, mas na globalidade das suas vendas.
Espaço e versatilidade
Podemos continuar com as comparações no habitáculo, espaço cuidado e ergonómico, onde o XCeed não se afastou assim tanto da família Ceed. Aqui situa-se algures entre o hatchback de cinco portas e o Sportage. Não faltam espaço para os ocupantes nem capacidade de armazenagem na mala: 436 litros (mais 31 litros do que o Ceed). Com os bancos rebatidos (numa configuração 40:20:40), esta capacidade aumenta para 1378 litros.
O equipamento é vasto, não peca nos itens tecnológicos obrigatórios no mundo atual, e apresenta dois níveis, o Drive e o Tech (mais recheado e com sistema de navegação), mas em ambos pontificam vários auxiliares eletrónicos de apoio à condução. Exemplos? O cruise-control ativo e os avisos de manutenção na faixa, do ângulo morto e de perigo de colisão. Destaque ainda para a garantia de sete anos facultada pelo construtor, uma das mais extensas do mercado nacional.