A Lancia está prestes a deixar o seu ‘exílio’ italiano e prepara o seu regresso a mais mercados da Europa. Recuperada pela Stellantis após a fusão entre a PSA e a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) como parte integrante do plano de eletrificação para o futuro, a Lancia irá ter o seu primeiro novo modelo na estrada em 2024, com o sucessor 100% elétrico do Ypsilon.

Desde que Sergio Marchionne, ex-CEO da FCA, decidiu ‘sacrificar’ a Lancia para viabilizar o ressurgimento da Alfa Romeo que a marca italiana conhecida por modelos como o Flavia, Delta ou Thema, resumiu a sua presença ao mercado italiano, vendendo apenas o Ypsilon localmente, inclusive com grande sucesso. Agora, porém, está em marcha o processo de expansão da Lancia, definido pela Stellantis pouco depois da sua criação – resultante da fusão entre a PSA e a FCA.

O plano a dez anos da Lancia terá início em 2024 com o novo Ypsilon, modelo de segmento B que terá cerca de quatro metros de comprimento e que será lançado com um propulsor 100% eletrificado. Em 2026 chegará o novo porta-estandarte, com 4,6 metros de comprimento, que permitirá à marca entrar no maior segmento da Europa. O ano de 2028 será o do novo Delta, com 4,4 metros de comprimento, um automóvel esculpido e musculado, com linhas geométricas, que atrairá os entusiastas do automóvel em toda a Europa.

Estes três novos modelos permitirão abranger 50% do mercado e terão como dever contribuir para a melhoria da performance da Stellantis nos segmentos premium e de luxo, tal como estabelecido no plano estratégico “Dare Forward 2030” da companhia liderada por Carlos Tavares.

Um plano a dez anos com uma clara estratégia de eletrificação define que, a partir de 2026, a marca apenas irá lançar modelos 100% elétricos e, a partir de 2028, apenas venderá modelos 100% elétricos. Em complemento, a marca italiana pretende tornar-se na marca da Stellantis com a maior percentagem de utilização de material reciclado, com 50% de superfícies táteis feitas a partir de materiais ecossustentáveis.

Inspirados nos materiais exclusivos dos seus veículos icónicos do passado, como o Gamma, Thema e Flavia, os veículos Lancia da próxima geração terão o seu foco no conforto e nas tecnologias simples e intuitivas a bordo. Sustentando-se na denominação ‘S.A.L.A.’ (‘Sound Air Light Augmented), apresentar-se-á como uma interface virtual minimalista e para um comando total das diferentes funcionalidades, desde o sistema de som até ao ar condicionado e iluminação, através de um único comando.

Até ao momento, estão confirmados seis países (além do italiano, que é o sétimo) nos quais a Lancia vai reerguer-se: Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Países Baixos, tendo sido já nomeados novos Brand Managers no continente: Paola Pichierri em França, Niccolò Biagioli na Alemanha, Francesco Colonnese em Espanha, Patrice Duclos na Bélgica e Luxemburgo e Patrick Zegwaard nos Países Baixos. Raffaele Russo foi reconfirmado no mercado de Itália.

Estes cinco mercados (os belga e luxemburguês surgem unificados num mesmo mercado) representam o primeiro passo no processo de internacionalização de uma marca que estará presente em 60 grandes cidades europeias através de uma rede de 100 concessionários, com 50% das suas vendas a serem feitas em ambiente online.