McLaren Senna: O regresso de uma dupla lendária

10/12/2017

A McLaren revelou as imagens e dados oficiais do seu novo hiperdesportivo, um modelo que evoca a memória do malogrado piloto brasileiro Ayrton Senna ao receber, precisamente, o nome do tricampeão mundial de Fórmula 1. Tal como muitas vezes nas décadas de 1980 e de 1990, volta a ser num domingo que aqueles dois nomes coincidem em harmonia.

Este novo automóvel, que não é um sucessor direto do P1 mas que se encaixa também na Ultimate Series, é apelidado pela marca britânica como seu carro de estrada mais extremo de sempre, desenvolvido com o foco na pista, mas também com homologação para estradas públicas.

“O McLaren Senna é um carro sem igual: a personificação do ADN de competição da McLaren, legalizado para utilização em estrada e desenvolvido desde o início para ser brilhante em pista”, referiu Mike Flewitt, diretor da McLaren.

A inspiração na competição é visível em elementos como a construção do chassis e carroçaria em fibra de carbono, com um peso em ‘seco’ de apenas 1198 kg, beneficiando por isso de toda a sabedoria retirada da competição automóvel ao longo dos últimos anos. Aerodinamicamente, este modelo adota um formato muito específico, trabalhado para proporcionar elevados níveis de carga aerodinâmica em pista. Dispõe de elementos aerodinâmicos ativos à frente e atrás que permitem variar a resistência ao ar para assim melhorar a sua eficácia quando pilotado em circuito.

Impressionante é também a asa traseira de grandes dimensões, que remete para os modelos que competem nos circuitos mundiais.

Relação peso/potência extraordinária

Para um modelo desta envergadura, a McLaren optou por um motor V8 bi-turbo de 4.0 litros associado a caixa automática de sete velocidades, sendo os 800 CV de potência e 850 Nm de binário máximo entregues ao eixo traseiro. As prestações são, por isso, extremas. Os 0 aos 100 km/h cumprem-se em cerca de 2,5 segundos e uma velocidade de ponta superior aos 320 km/h são credenciais que evidenciam uma relação peso/potência de 668 CV/tonelada.

Este Senna conta com uma evolução do sistema de suspensão do P1, o mesmo equivale a dizer que dispõe de suspensão com triângulos duplos e amortecedores adaptativos, associados a barras anti-rolamento que a McLaren designa de RaceActive Chassis Control II. Ou, para abreviar RCC II.

Também o sistema de travagem é específico para este modelo, argumentando mesmo que é o “mais avançado” alguma vez feito para um carro de produção em série, com discos em carbocerâmica. Tudo em nome da performance máxima, assim como o conjunto de pneus, uns Pirelli PZero Trofeo R criados especificamente para este modelo e que pode ser utilizado na estrada e na rua.

O interior é minimalista e reflete apenas o essencial para dois ocupantes, com construção avançada e elaborada em carbono, sendo as portas – de abertura superior – um dos elementos mais curiosos ao disporem de painéis em vidro, os quais podem ser substituídos por painéis em carbono caso o comprador assim o queira e… não queria estar à vista dos olhares alheios. A marca adianta que a solução original garante os mesmos níveis de rigidez. No tejadilho encontram-se alguns dos botões, incluindo mesmo o de ignição, um local pouco usual para o posicionamento deste comando. Não é o único, na medida em que também os comandos das portas e dos vidros estão na parte interna do tejadilho.

Volante desportivo de três raios, despido de botões, e um painel de instrumentos simples e sem grandes devaneios criativos completam o ambiente interior muito focado no universo da competição, sendo a única exceção o ecrã tátil central.

Este McLaren Senna tem produção limitada a 500 unidades, com um preço inicial no Reino Unido de 750.000 libras. Como usualmente acontece com estes modelos muito especiais, as unidades destinadas à produção já estarão todas reservadas, com o último dos modelos disponíveis vendido recentemente em leilão – numa estranha inversão de procedimentos já que o modelo ainda não fora lançado – por uma módica quantia de 2 milhões de libras. Os lucros dessa unidade reverteram para o Instituto Ayrton Senna.

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