Mercedes Classe S autónomo: Cinco vezes cinco para acabar em Las Vegas

22/01/2018

A Mercedes-Benz continua empenhada no desenvolvimento dos seus sistemas de condução autónoma, levando-os aos mais diversos locais do mundo para se assegurar de que os mesmos poderão lidar com diferentes perigos e diferentes condições de circulação.

Os progressos desta ‘aprendizagem’ efetuada pelos sistemas de condução autónoma da marca de Estugarda, denominada Mercedes-Benz Intelligent World Drive, foram revelados na recente Feira de Eletrónica de Las Vegas (CES), culminando nessa mesma cidade um périplo de cinco meses (por cinco continentes) de um Classe S de ensaios.

Desde marcações de estilo ‘zebra’ nas autoestradas chinesas, a mudanças na orientação de condução nas estradas australianas, passando ainda pelos diferentes hábitos de peões em locais como na África do Sul, o Classe S sem condutor enfrentou uma série de desafios que tiveram como objetivo fazer os sistemas do veículo aprender a lidar com esses diferentes contextos, com a marca a explicar que esses dados são importantes para as futuras funcionalidades de autonomia dos carros, fazendo-os perceber a sua situação e tomar, dessa forma, as decisões mais acertadas. Os testes decorreram na Alemanha, China, Austrália, África do Sul e Estados Unidos da América e em cada um desses locais os desafios e a complexidade foi diferente.

Uniformização é essencial

Por outro lado, este programa Intelligent World Drive também salientou a necessidade de se criar uma harmonização global referente a esta condução autónoma e automatizada, tanto a nível legislativos, como de infraestruturas, sobretudo no que toca à marcação das estradas e ao reconhecimento dos sinais de trânsito.

“Os veículos autónomos e automatizados precisam de material de aprendizagem internacional a partir do trânsito real de forma a perceberem as situações de rodagem reais e para estarem preparados para diferentes cenários”, referiu Ola Källenius, um dos membros do Grupo de Desenvolvimento e Pesquisa da Mercedes-Benz Cars.

Além da necessidade de um quadro regulatório e de infraestruturas generalizadas para todos os países, a Mercedes-Benz enfatizou ainda que este exercício mostrou como os mapas de alta resolução são importantes para o desenvolvimento da condução autónoma. Daí o empenho da companhia na entidade HERE, um serviço de mapas anteriormente pertencente à Nokia e que em 2016 foi adquirido por um consórcio composto essencialmente pelas três marcas Premium alemãs – Daimler (Mercedes-Benz e smart, BMW e Audi) para acelerar a condução autónoma.

Dificuldades locais

A marca destacou alguns dos contextos desafiantes do Classe S automatizado, como a do reconhecimento dos sinais de trânsito nalguns dos países. Nos EUA, por exemplo, o seu formato e tamanho é diferente do de outros locais da Europa e da China. Na Austrália, são os painéis eletrónicos que, em muitos sítios, ditam as velocidades máximas variáveis consoante a situação, traduzindo mais uma situação desafiante, o que exige ao sistema do veículo uma câmara multi-funções (MPC) e mapas digitais de qualidade.

Na China, o Classe S encontrou uma outra situação potencialmente confusa, na medida em que nas cidades as marcações do estilo ‘zebra’ ou passadeiras são para o efeito de passagem de peões, mas nas autoestradas locais funcionam como marcadores de distância de segurança…

Mas, de acordo com a equipa de desenvolvimento destes sistemas, continua a ser a deficiente marcação e sinalização das estradas a maior dificuldade, num parâmetro que parece unir condutores virtuais e de ‘carne e osso’.

Nos EUA, há ainda outra situação de maior atenção, que é a dos autocarros escolares, que ao pararem para apanhar ou largar passageiros, levam a uma interdição das ultrapassagens aos mesmos. Nenhum veículo pode passar por um autocarro escolar, nem mesmo no sentido oposto, devendo também os veículos autónomos distinguir os autocarros amarelos típicos de outros veículos e saber quando é que estão parados para a tomada e largada de crianças.

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