Além da sua aposta nos elétricos como forma de atingir a neutralidade climática total em 2050, a Audi também está a investir nos combustíveis sintéticos como forma de tornar os seus modelos com motor de combustão interna mais sustentáveis. Para o efeito, a companhia do Grupo Volkswagen anunciou a compatibilidade dos seus atuais motores turbodiesel de seis cilindros com o combustível renovável HVO (óleo vegetal hidrotratado), também conhecido por Diesel ‘verde’, capaz de reduzir as emissões de CO2 entre 70 e 95% em comparação com o Diesel de origem fóssil.

Os combustíveis renováveis são vistos pela Audi como uma solução bastante mais amiga do ambiente para tornar os motores de combustão interna mais sustentáveis, dada a sua capacidade de reduzir as emissões poluentes de forma substancial, não só a curto prazo, mas também após 2033, que é a data em que a marca alemã aponta como limite para a produção do seu último automóvel com motor de combustão interna na Europa. Note-se que, se a partir de 2026, todos os novos lançamentos da Audi serão de automóveis elétricos, até então, mesmo em 2025, existirão ainda modelos lançados com motores de combustão, naquela que será a última geração dessa tecnologia a prolongar-se no mercado até 2033.

“Com a nossa estratégia ‘Vorsprung 2030’, perseguimos o objetivo claramente definido de que todos os modelos lançados mundialmente em 2026 sejam unicamente elétricos. Desta forma, estamos a fazer uma contribuição essencial no caminho para a mobilidade neutra em emissões de carbono. Ao mesmo tempo, estamos a otimizar o nosso portefólio existente para maior eficiência e emissões mais baixas. Uma forma de o conseguirmos é criando as fundações técnicas requeridas para utilizar combustíveis sustentáveis como o HVO”, afirmou Oliver Hoffmann, responsável pelo Desenvolvimento Técnico da Audi.

Os automóveis da Audi com motores V6 Diesel até aos 286 CV que saem da linha de produção desde meados de fevereiro já podem ser ‘alimentados’ com esse Diesel ‘verde’ de acordo com a norma europeia EN 15940. Além da redução substancial das emissões de dióxido de carbono, o HVO dispõe também de um índice de cetano substancialmente superior, o que se traduz numa combustão mais eficiente e limpa.

“Os efeitos positivos disso são claramente evidentes no arranque a frio. Testámos os efeitos em vários componentes, a performance e as emissões de escape em ensaios de validação específicos antes de garantir a aprovação”, refere Matthias Schober, responsável do desenvolvimento de motores V-TFSI, TDI e PHEV da Audi.

Aprovado para diversos modelos

A marca detalha que o HVO foi aprovado para os seus motores V6 Diesel com potência até aos 286 CV das gamas A4, A5, A6, A7, A8, Q7 e Q8 com produção desde meados de fevereiros de 2022. Também o Q5 contará com essa possibilidade a partir de março, seguindo-se o A6 allroad na fase de expansão de potências até aos 245 CV. Além da Audi, na Volkswagen também o Touareg nas versões de 231 CV e de 286 CV poderá beneficiar desta compatibilidade com o Diesel ‘verde’.

Mas não é tudo: o HVO foi também aprovado na Europa para utilização nos motores turbodiesel de quatro cilindros dos Audi A3, Q2 e Q3 com produção a partir de junho de 2021. Nos modelos com base na plataforma modular longitudinal (MLB), o motor TDI dos A4, A5, A6, A7 e Q5 já assumem compatibilidade com o HVO desde meados do ano passado na Suécia, Dinamarca e Itália, devido à grande procura nestes mercados.

De acordo com a marca, este combustível está disponível já em mais de 600 estações de serviço na Europa, a grande maioria na Escandinávia. Na Alemanha, apenas existem algumas estações de abastecimento, embora a previsão seja de crescimento.