Com a revelação da nova geração do C4 (e do ë-C4), a Citroën abre um novo capítulo na sua ofensiva de eletrificação. A marca especificou numa conferência digital todos os detalhes do seu novo familiar compacto de segmento médio, que promete aprofundar a noção de ‘elétrico para todos’, mas ao mesmo tempo com a manutenção da filosofia de conforto e funcionalidade que está inscrita na sua génese.

Lembrando que o período de refundação da marca começou com a nova geração do C3, mais um modelo bem-sucedido da Citroën, Vincent Cobée, CEO da marca gaulesa, explicou esta aposta em três pontos fundamentais. O primeiro dos quais prende-se com o próprio peso do segmento C na Europa, ainda essencial.

“Uma primeira dimensão é de que o segmento C é o maior da Europa e a Citroën tem um historial na Europa, com mais de 12 milhões de carros vendidos ao longo dos anos no seu segmento. Numa segunda dimensão, quando mais andarem à volta do carro, mais verão que é uma etapa importante da linguagem de design. É um carro que se destaca, que se expressa e que tem um carácter muito próprio. Num terceiro ponto, temos neste segmento uma versão que é 100% elétrica, que pode ser revolucionário”, afirmou Cobée, apontando ainda que o novo C4 elétrico dá continuidade à ideia de eletrificação e de baixas emissões da marca gaulesa após a revelação de há alguns meses, com a revelação do Ami.

Este é, pois, um modelo de grandes ambições para a Citroën, que oferece uma imagem muito robusta e agressiva para o segmento, com uma fusão de imagem coupé com uma carroçaria SUV, graças às jantes de grandes dimensões, ombros largos e maior altura ao solo. Por outro lado, uma linha de tejadilho fluida, com distância entre eixos longa e extremidades curtas. No caso do ë-C4, existirão alguns detalhes específicos como o para-choques traseiro e jantes otimizadas para fins aerodinâmicos.

“Temos uma silhueta muito fluida, com uma linha aerodinâmica e um carro muito compacto. Com as rodas grandes e a maior altura ao solo temos uma visão muito robusta. Temos muito jogo de luz e sombra para dar maior impacto visual. Também as jantes foram otimizadas para efeito aerodinâmico”, explica Pierre Leclercq, diretor de Design Global da marca.

“Além disso, há uma nova abordagem de design, também no interior, com uma sensação larga para uma noção de conforto e de espaço a bordo. Design simples com superfícies limpas e detalhes técnicos de maior qualidade. A interface HMI é eficiente e simples, por exemplo com um head-up display simples e o ecrã de 10 polegadas central que está integrado no tablier. A consola central, bastante alta, faz parte da noção de casulo que pertence ao ADN da Citroën. Os bancos também foram desenhados para serem icónicos para a Citroën, mas com os materiais de qualidade e de robustez que fazem parte do ADN da marca”, acrescenta.

Conforto em primazia

Com 4,36 m de comprimento, o novo C4 promete muito espaço a bordo e muitos locais de arrumação, tirando partido da distância entre eixos mais ampla, mas ao mesmo tempo um ponto de conforto para todos os ocupantes, com bancos desenhados para oferecerem conforto e durabilidade. Uma ideia que foi muito transmitida foi a de um casulo para os ocupantes.

Além disso, promove uma evolução da filosofia ‘Citroën Advanced Comfort’, aqui variando de acordo com o modelo elétrico para ‘ë-Advanced Comfort’, embora a noção base seja a mesma, ou seja, de conforto de viagem e conforto de rolamento. Neste sentido, além dos bancos novos desenhados para este modelo, com uma nova espuma que garante conforto e durabilidade, a marca destaca também a suspensão com batentes hidráulicos que permitem melhoria na absorção das irregularidades do piso. Aliás, Vincent Cobée não se coíbe de apelidar este modelo de “o mais confortável do segmento”.

Por outro lado, as tecnologias de utilização diária ficam englobadas na terminologia de ‘Easy for Life’, dando grande ênfase às tecnologias de assistência à condução, como a de assistência à condução na autoestrada, primeiro passo para a condução autónoma, ou o sistema head-up display. Em destaque no tablier está um ecrã central de 10 polegadas com maior parte dos controlos funcionais do veículo, incluindo, no caso do elétrico, com funcionalidades de conectividade de nova geração.
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Para quem não dispensa o seu tablet ou o seu smartphone, a Citroën inova com um suporte para esses dispositivos mesmo em frente ao passageiro dianteiro, denominado CItroën Smart Pad Support, uma plataforma que permite ao passageiro usar o seu smartphone ou tablet de forma segura. A marca indica que o airbag continuará a funcionar de maneira eficaz, mantendo o seu posicionamento comum no tablier.

A bagageira oferece entre 380 litros na sua configuração normal de cinco lugares ou 1250 litros com o rebatimento dos encostos traseiros, havendo ainda dois pisos na bagageira.

Elétrico vai ganhar importância

Em termos de motorizações, a Citroën volta a apostar na ideia de liberdade de escolha, mesmo dando primazia, nesta revelação, ao modelo elétrico, o ë-C4, que terá um conjunto motriz já conhecido noutros modelos da gama, ou seja, um motor elétrico de 100 kW (136 CV), associado a uma bateria de 50 kWh com uma autonomia WLTP de 350 quilómetros. A acompanhá-lo no lançamento, agendado para o final do ano, estarão versões a gasolina e Diesel. Entre os primeiros estão os motores PureTech de 100, 130 e 155 CV, ao passo que entre os segundos estão os BlueHDi de 100 e de 130 CV. Todos eles assumem uma postura eficiente equilibrada com as prestações.

A expectativa de Cobée, embora aponte que a situação está em mutação muito rápida devido à crise da Covid-19, é que o ‘mix’ de vendas entre o C4 elétrico e os de combustão interna seja de 8% a 10%, mas com possibilidade de chegar aos 20% caso as condições do mercado assim permitam, recordando também que os próprios requisito ambientais das grandes cidades assim o poderão ditar, a par dos benefícios e incentivos fiscais que os Governos poderão oferecer.
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O que já é certo é que este novo modelo abre um “novo capítulo na ofensiva elétrica da Citroën em 2020, para um novo conceito de imagem”, com Cobée a admitir que a marca irá “oferecer ainda outras surpresas no futuro”.

As encomendas do novo C4 (que será produzido em Madrid) abrem no final do verão e chega ao mercado no final de 2020.

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