Com uma gama eletrificada cada vez mais ampla, a Citroën vai dar continuidade a esta tendência com a comercialização em janeiro de uma nova versão 100% elétrica, a ë-Berlingo de passageiros que se junta à gama de comerciais ligeiros, propondo a potencialidade da mobilidade sem emissões para os condutores que procuram algo mais versátil.

Embora seja um nicho de mercado, o segmento dos ‘ludospaces’, termo que foi cunhado quando se adaptou a fisionomia de um modelo comercial à de uma variante de passageiros mais funcional, continua a ser importante para algumas marcas.

Uma delas é a Citroën, que ocupa precisamente uma posição cimeira neste segmento, com 25% de quota entre os seus pares. Daí que a intenção seja dar continuidade a essa lógica. Em foco estará a versão elétrica, ë-Berlingo, embora a marca entenda que continuará a ser a versão térmica, com o motor 1.5 BlueHDi de 130 CV a manter a primazia, ainda que em proporção decrescente – para 2022, a Citroën espera que cerca de 60% sejam já de vendas referentes à versão elétrica.

Versatilidade mantida

A ë-berlingo foi desenvolvida com a premissa de responder às necessidades de uma mobilidade mais sustentada, mas sem perder a versatilidade e a modularidade que da versão de combustão, graças à plataforma EMP2. Assim, estará disponível em dois comprimentos de carroçaria, M de 4,40 m e XL de 4,75 m, esta última com capacidade para sete passageiros. Ambas as versões podem aceder a parques de estacionamento, graças à altura inferior a 1,90 m.

Com lugares individuais atrás, rebatíveis separadamente ou em conjunto, permitem variar a configuração do interior e criar facilmente um plano de carga. A marca propõe uma capacidade de carga de até 4000 litros, recorrendo ao rebatimento dos bancos traseiros e, se baixar também o banco do passageiro, um comprimento de carga de 3.05 metros na versão XL (2,70 m na versão M).

No caso da versão XL com uma terceira fila, é possível remover os dois bancos. Montados sobre calhas na versão XL, podem ser ajustados, longitudinalmente, em 130 mm, permitindo dar prioridade ao espaço para passageiros ou bagagem. Por sua vez, a chapeleira pode ser colocada em posição elevada ou intermédia. Suporta uma carga máxima de 25 kg e é facilmente acessível pelo óculo traseiro.

A bordo há 26 espaços de arrumação disponíveis. Destaque para o Modutop no tejadilho, um elemento que oferece um volume de arrumação de 92 litros com um peso máximo de 10 kg, acessível a partir da 2ª fila e da bagageira, através do óculo dedicado, para além de um arco translúcido, compartimentado, que percorre o tejadilho ao longo de todo o seu comprimento.

Esteticamente, não há grandes diferenças do que seria de esperar de uma versão com motor de combustão interna. A variante elétrica distingue-se pelo monograma “ë”, símbolo da sua energia elétrica, colocado na nova grelha com o ‘double chevron’, bem como por outros elementos específicos, como o “Azul Anodizado” presente nos para-choques e nos Airbump laterais. A tomada de carregamento está localizada onde habitualmente se situa o bocal de abastecimento de combustível.

Entre as novidades tecnológicas, o ë-Berlingo apresenta também um painel de instrumentos totalmente digital de 10” (de série na versão Feel Pack) – com diferentes visualizações – e um sistema ‘head-up display’ que é definido como único no segmento pela marca, contendo a informação mais importante para a condução. Ao centro está um ecrã tátil de 8.0″ com um menu específico para as informações da eletrificação, incluindo as estatísticas do consumo, incluindo a média do percurso, ou a ativação do carregamento diferido ou da função de pré-condicionamento térmico. A tecnologia Mirror Screen compatível com Apple CarPlay e Android Auto permite ao condutor conectar-se a um smartphone e reproduzir o seu ecrã no touchscreen do veículo.

Com uma bateria de 50 kWh, o novo modelo da marca pode cumprir até 280 quilómetros com uma única carga, estando assim de acordo com as necessidades dos clientes deste tipo de veículos, segundo a Citroën, que argumenta uma condução diária de cerca de 40 quilómetros. A motorização já é conhecida, com um motor elétrico de 100 kW/136 CV e 260 Nm de binário, que lhe permite assim prestações desenvoltas, não faltando diferentes modos de condução que podem fazer variar também a autonomia. O ë-Berlingo consome, em média, 18 kWh/100 km.

O modo mais ecológico, o ‘Eco’, limita a potência a 60 kW e o binário a 180 Nm, enquanto o Normal (80 kW/210 Nm) permite um maior equilíbrio entre prestações e eficiência, sendo que no extremo oposto está o modo ‘Power’ que entrega a potência máxima e é particularmente útil quando se leva a viatura carregada. Para incrementar a autonomia há ainda uma função ‘B’ de condução (ativada por botão), que reforça a intensidade da desaceleração quando se tira o pé do acelerador, o que permite recuperar mais carga para a bateria de iões de lítio.

O ë-Berlingo inclui 18 tecnologias de assistência à condução, como o acesso e arranque do motor em modo mãos livres, ajuda ao arranque em subida, ajuda ao estacionamento dianteiro, traseiro e lateral, câmara de marcha-atrás com ‘Top Rear Vision’, comutação automática dos máximos, travão de estacionamento elétrico, regulador e limitador de velocidade e Park Assist, sistema que consegue avaliar se um lugar de estacionamento é suficientemente amplo para receber o veículo, auxiliando o condutor na manobra.

Para ainda mais segurança, o modelo integra também o Active Safety Brake, alerta ativo de transposição involuntária de faixa, alerta de atenção do condutor, alerta de risco de colisão, Coffee Break Alert, controlo de estabilidade do reboque, Grip Control com Hill Assist Descent, reconhecimento alargado de painéis de velocidade e recomendação de velocidade, bem como sistema de vigilância do ângulo morto.

Gama e carregamentos

No mercado português, a ë-Berlingo estará disponível em três versões de equipamento, a Feel, de entrada, a Shine e a Shine Pack, com esta ultima a ser a de topo. Será essa também, associada à carroçaria M que a marca prevê que seja a mais procurada em termos de vendas, com os outros 50% repartidos pelas versões M Shine e XL Shine.

Os preços começam nos 34.980€ para o ë-Berlingo em carroçaria M na versão Feel, passando pelos 36.410€ de igual carroçaria em versão Shine e terminando nos 37.310€ da versão Shine Pack, igualmente em tamanho M de carroçaria. Por outro lado, a versão XL – de maiores dimensões – terá um preço de 38.510€ com o nível Shine Pack.

As opções de carregamento são também variadas, permitindo ligação a tomadas domésticas ou de carga rápida (até 100 kW). Para o carregamento doméstico – através de cabo Tipo 2 – pode ser ligado a uma tomada standard de 8A ou a uma reforçada de 16A (Wallbox+tomada Green’Up), permitindo reduzir para metade – cerca de 15 horas – o tempo de carregamento necessário para uma carga total da bateria. Em carregamento numa Wallbox (até 22 kW), necessita de um cabo Tipo 3 (opcional), com um tempo de carregamento a 100% de 7h30 minutos (a 7.4 kW, com ligação monofásica) ou de cinco horas (a 11 kW, com ligação trifásica).

Num posto super-rápido até 100 kW através de um cabo Tipo 4 integrado no carregador, permite carregar 80% da bateria de 50 kWh em 30 minutos.

A marca argumenta ainda que os custos de utilização são mais reduzidos no que um equivalente com motor de combustão, sendo este um critério importante para clientes cujo orçamento é, frequentemente, reduzido. Sem mudanças de óleo do motor e da transmissão, bem como dos filtros de ar e de combustível, entre outros, a sua manutenção é 30% menos dispendiosa do que a de um veículo com motor de combustão.

A bateria de tração está coberta por uma garantia de oito anos ou 160.000 quilómetros para 70% da capacidade de carga. Um certificado de capacidade da bateria é emitido após a revisão do primeiro ano ou aos 20.000 quilómetros e após cada revisão, de dois em dois anos ou a cada 40.000 quilómetros.

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