Novo Ford Mustang: Americano, grande, chamativo… e nós gostamos!

15/03/2018

Poucos modelos têm um historial e um legado tão rico como o Mustang, palavra que é associada, quase de imediato, ao Ford desportivo que fez sonhar gerações desde o seu lançamento, em 1965. Agora, sujeito a um facelift e atualização tecnológica, o Mustang surge mais evoluído do que nunca, com soluções para todos os gostos – entre o 2.3 EcoBoost e o V8 de 450 CV, passando pela novíssima caixa automática de dez velocidades.

Apenas na atual geração, o Mustang deixou de ser uma exclusividade dos americanos e em boa hora a marca assim decidiu. Caso contrário, os europeus seriam privados daquele que é um dos desportivos mais eficazes e divertidos de conduzir presentes no mercado. Há que confessar que tínhamos a expectativa de enfrentar no Mustang um automóvel bamboleante e pouco adaptado às estradas europeias. Mas, desfazendo esses preconceitos, o novo Mustang é uma fonte de diversão constante, coincidindo essa sua vertente com a jovialidade da imagem, uma homenagem a uma era longínqua em que os jovens adultos americanos sonhavam com desportivos acessíveis repletos de ‘músculo’ americano.

O que muda neste cavalo de corrida?

Para 2018, o Mustang tem então uma série de novidades importantes, sendo que uma das primeiras diferenças está no estilo, tendo agora aerodinâmica mais refinada e com tecnologia de iluminação LED na dianteira, enquanto a palete de cores disponíveis amplia-se para 11 cores – incluindo a muito chamativa Orange Fury, um laranja quase hipnotizante, e um azul Kona (também tu, Mustang?) – e novas opções de jantes de liga leve. As faixas de competição – uma simbologia americana – também estarão disponíveis para adornar a carroçaria. Continuará a estar disponível em formatos fastback (fechado) e descapotável, direcionando-se assim a todos os tipos de clientes que procuram um desportivo emblemático e visualmente inconfundível.

Essa é, pois, uma das chaves deste novo Mustang: manter a linha emblemática que caracterizou este ‘cavalo de corrida’ em mais de cinco décadas de produção. O perfil do capot está agora mais baixo com tomadas de ar integradas, enquanto a grelha tem rede com novo desenho para uma aparência mais agressiva, ao mesmo tempo melhorando a aerodinâmica da secção dianteira. Por exemplo, pequenos defletores situados atrás das rodas dianteiras permitem melhorar o fluxo de ar por baixo do Mustang e, com isso, reduzir a resistência aerodinâmica em cerca de 3%.

Atrás, um novo para-choques e um difusor com os quatro escapes integrados no modelo de 5.0 litros e 450 CV oferecem um visual mais extremo, dispondo ainda de um novo spoiler superior opcional para perfil mais desportivo. A iluminação a toda a volta conta com tecnologia LED.

Outra inovação importante dá-se com a suspensão MagneRide, um princípio de amortecedor e que o fluido eletromagnético presente no interior do amortecedor permite variar a resistência do amortecimento consoante o modo escolhido. Esses variam entre o Normal, Sport, Track, Snow/Wet (neve/piso molhado) e…Drag. Neste último, o objetivo é partir que nem uma ‘bullit’ rumo ao horizonte (perceberam a referência?). Esse surge associado ao controlo de arranque (launch control), que trata de colocar no asfalto toda a potência disponível com o intuito de fazer arrancadas dignas das tradicionais faixas de drag americanas, nas quais as máquinas se enfrentam em linha reta, avaliando a pureza da aceleração. Graças a um sistema de gestão eletrónica, apenas se aplicam os travões dianteiros, o que deixa as rodas traseiras patinarem e aqueçam os pneus ainda parados. Uma pequena extravagância que surge de série agora também no motor de 2.3 litros.

O Mustang não consegue passar despercebido, mas também não é essa a sua ambição. A sonoridade do motor v8 é impressionante e evoca de forma pertinente a sua origem americana…

Os sensores monitorizam as condições do piso mil vezes por segundo para garantir a adaptação do amortecimento ao tipo de asfalto, ao mesmo tempo que os sistemas eletrónicos procuram reduzir perdas de motricidade em casos de aderência débil. Os modos de condução têm ainda o mérito de alterar diferentes parâmetros como o controlo de estabilidade, a resposta do acelerador, a gestão da caixa automática, a direção e o sistema de escape ativo. Com o novo ‘My Mode’, o condutor pode eleger a sua própria configuração entre parâmetros para um rendimento ao seu gosto.

Tecnicamente, outras mudanças passaram pela afinação da suspensão, com amortecedores recalibrados para melhorar a estabilidade em curva e suspensão posterior mais rígida graças ao eixo transversal capaz de reduzir os movimentos laterais. Barras estabilizadoras de maior grossura também contribuem para este resultado, melhorando o controlo do chassis e a precisão.

Motores: do suave ao extremista

O motor V8 de 5.0 litros do Mustang disponibiliza agora 450 CV de potência e 529 Nm de binário, o que lhe permite acelerar dos zero aos 100 km/h em apenas 4,3 segundos em combinação com a nova caixa automática de dez velocidades, uma novidade absoluta na Europa. O motor dispõe de um novo sistema de injeção de combustível duplo com alta e baixa pressão, que permite melhorar a eficiência e o rendimento.

Com uma sonoridade tão caracteristicamente americana, a sua presença não passa incólume. É americano, é grande e é chamativo. Nós, os velhos europeus, também gostamos destas coisas. O consumo médio está situado nos 12,1 l/100 km e as emissões cifram-se nos 270 g/km de CO2.

Para os mais discretos, o motor EcoBoost de 2.3 litros com 290 CV e 440 Nm continua em cena, dispondo de mais vulgar consumo médio de 9,0 l/100 km e emissões de 199 g/km de CO2 com a caixa manual. Este motor dispõe de função ‘overboost’ para o turbo, que assim melhora o rendimento de cada vez que se pretende aumentar o ritmo. No nosso primeiro contacto, podemos dizer que é um motor que surpreende bastante pela facilidade com que sobe de ritmo, apenas desapontando na sonoridade – isto se se tiver em conta que precisa mesmo de um modulador de sonoridade que ‘empurra’ para o habitáculo através dos altifalantes alguma da sonoridade do motor. Uma solução algo virtual…

Ambos os motores podem ser equipados com as duas caixas, sendo de destacar a eficácia e desempenho da nova unidade de dez relações. Em condução desportiva, a caixa de dez velocidades tem um desempenho semelhante ao de uma mota, em que as passagens são impercetíveis e ritmadas, com os ganhos de velocidade a não serem interrompidos nas passagens de relação. Para quem prefere a caixa manual de seis velocidades, a mesma foi melhorada, garantem os engenheiros da Ford, com um sistema de ajuste de rotações – aquilo que se convencionou chamar de ‘rev-matching’ para não deixar cair as rotações no tempo da passagem entre mudanças.

Quem quer ser bom vizinho?

Para quem mora num bairro sossegado ou tem a sua garagem no piso térreo de um prédio, a ignição do Mustang V8 poderia ser um problema – o 2.3 EcoBoost não representa essa condição, já que a sonoridade no arranque é… pacífica – graças ao turbilhão sonoro associado ao despertar do motor atmosférico de 5.0 litros. Contudo, a marca acrescenta no novo Mustang um modo denominado ‘bom vizinho’ através de um estreante sistema de escape ativo que atenua a sonoridade dos mesmos ou a acentua quando assim se pretende.

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Em termos de tecnologias de assistência, o novo Mustang recebe cruise control adaptativo, Assistente de Pré-Colisão com Deteção de Peões, Alerta de Distância para o Veículo da Frente e Ajuda à Manutenção na Faixa de Rodagem, os quais melhoram a segurança ao volante. No interior, mais moderno e com um bem-vindo ambiente desportivo, a Ford destaca a presença de novos materiais para os revestimentos e também um painel de instrumentos totalmente digital de 12 polegadas e personalizável (com sete cores e diversos indicadores distintos). Na consola central, o couro é cosido à mão com fio em cor contrastante que transmite uma noção mais Premium.

Num detalhe curioso, o botão de ignição pulsa lentamente a um ritmo de 30 pulsações por minutos, simulando as de um cavalo em repouso.

Preços: EcoBoost leva vantagem

Fruto da estrutura fiscal do nosso mercado, a ‘sorte’ do Mustang em versão V8 está praticamente ditada à partida pelo seu preço de base, com o modelo mais acessível nessa motorização, o Fastback GT, a começar nos 94.526€, sendo que só em ISV ‘paga’ mais de 40 mil euros! Por outro lado, a variante 2.3 EcoBoost com idêntica carroçaria tem um custo de base de 54.119€, o que faz com que seja uma escolha muito equilibrada para este conceito de desportivo de quatro lugares (2+2). Isto sempre no caso da caixa manual, porque a escolha pela caixa automática de dez velocidades eleva os preços para os 56.789€ no caso do 2.3 EcoBoost e para os 95.643€ no caso do Fastback GT V8.

Para quem procura um modelo descapotável, os preços são de 56.552€ no Convertible 2.3 manual e de 99.979€ no caso do Convertible GT V8 manual. Os automáticos têm preço de tabela de 61.785€ e de 101.326€, respetivamente.

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