Mais moderno e com um foco renovado na eletrificação, o Astra já tem disponível em Portugal a versão Sports Tourer (carrinha) da versão de cinco portas, que se destaca por uma maior funcionalidade familiar e pelo cunho tecnológico muito avançado. Esta nova carrinha contará com uma das mais completas gamas de motorizações, valendo-se de tecnologias a gasolina, Diesel, híbrida e, em breve, também 100% elétrica.

É uma data festiva para a Opel, que vai celebrando os seus 160 anos de existência, embora nem todos enquanto construtora de automóveis. A marca iniciou as suas operações no fabrico de máquinas de costura, passando depois pelas bicicletas até chegar aos automóveis, área em que se tornou efetivamente mais conhecida. Também é por demais conhecida a tradição da Opel com as carrinhas compactas, que se iniciou em 1953, com a Olympia Rekord Caravan, num total de 11 gerações de carrinhas que também abarcaram a anterior Kadett.

E este momento é vivido numa fase em que a Opel recupera a sua aura positiva. Desde que foi integrada pelo Grupo Stellantis (anteriormente, PSA), a marca alemã voltou à rentabilidade, sendo responsável por uma boa parte dos resultados positivos do grupo Stellantis no primeiro semestre deste ano. No seio desse ressurgimento, nota para o foco na eletrificação, com 12 modelos eletrificados atualmente, sendo que, em 2024, toda a gama terá versões eletrificadas rumo à democratização da mobilidade elétrica. Com efeito, em 2028, a Opel quer ser totalmente elétrica.

Ao mesmo tempo, pretende também melhorar a perceção de marca com três pilares desenvolvidos em torno da energia e do seu legado alemão: ‘Detox’ (simplificar a oferta, a gama e o processo de encomenda), ‘Modern German’ (marca com espírito jovem, mais orientada para o futuro com design arrojado e comunicação progressiva) e ‘Greenovation’ (produção sustentável, fábrica de Rüsselsheim renovada e nova gigafactory de Kaiserslauten).

Até se tornar totalmente elétrica, porém, há que dar ainda passos na variedade de motorizações, com o novo Astra, assente na plataforma EMP2 de terceira evolução, a ser um dos pontas de lança do momento atual da Opel. O modelo tem sido muito bem recebido, sendo responsável por cerca de 15% das encomendas da marca, sendo agora o momento de contar com uma versão carrinha que terá todas as motorizações: combustão, híbrido e, em 2024, também 100% elétrico (2023 na versão de cinco portas).

Design simples mas arrojado

O design mais limpo e dinâmico do novo Astra de cinco portas é replicado na carrinha com possibilidade de receber pinturas de dois tons para reforçar a sua irreverência. O conceito geral gira em torno da noção ‘Compass’ que já foi apresentada no novo Mokka, com a grelha dianteira ‘Opel Vizor’ totalmente escurecida, mas com assinatura luminosa marcante e impactante, juntando-se a um desenho mais limpo e simplificado.

Em comparação com a versão de cinco portas, a carrinha alonga-se no comprimento, mas não se demarca esteticamente de forma substancial. A principal alteração de design passa pela mudança da placa de matrícula do para-choques na versão de cinco portas para a tampa da bagageira na carrinha, sendo esta mudança causada pela necessidade de baixar o patamar de carga da bagageira.

Os farolins são exatamente os mesmos, pelo que, visto de traseira, o Astra Sports Tourer é praticamente indissociável da versão de cinco portas. A tecnologia LED de iluminação é determinante para uma presença mais forte, sendo possível receber tecnologia Intelli-Lux Pixel LED na dianteira com 168 elementos de iluminação independentes, numa tecnologia que não é propriamente comum no segmento C.

Com 4642 mm de comprimento, o novo Astra Sports Tourer é 268 mm mais comprido, enquanto a distância entre eixos é de 2732 mm, ou seja, mais 57 mm, o que melhora a habitabilidade a bordo. O comprimento ampliado também permite ganhar área para bagagens, com 597 litros (516 litros no híbrido PHEV), chegando aos 1634 litros com o rebatimento dos bancos traseiros (1553 litros no híbrido).

A versão PHEV conta com zona de arrumação para os cabos sob o piso da mala. Entre as soluções mais funcionais, destaque para a possibilidade de rebatimento dos encostos dos bancos traseiros a partir do interior e para a abertura elétrica do portão da bagageira, podendo também ser ativado pelo movimento do pé.

O interior foi também simplificado e intuitivo com dois ecrãs contíguos (‘Pure Panel’) e alguns botões físicos para algumas das principais funções, mantendo assim alguma noção de classicismo em termos de ergonomia. A nova geração de sistemas de informação e conectividade multimédia pode ser conectada aos sistemas Apple CarPlay e Android Auto através de uma ligação sem fios.

Os bancos AGR de conforto reforçado são também uma das imagens de marca deste Astra, podendo-se também dizer que há uma melhoria substancial na qualidade geral a bordo.

Gama completa de motorizações

O foco no comportamento mantém-se, recebendo afinações específicas no caso desta versão para assim manter uma dinâmica mais apurada e à prova de autoestrada – um credo que a Opel utiliza para recordar que na Alemanha as autoestradas não têm limite de velocidade nalguns dos troços e que, assim, obrigam a elevada estabilidade e confiança na condução. Aliás, curiosamente, as versões ensaiadas num breve contacto em Lisboa contavam com um autocolante que dizia ‘Velocidade Máxima 240 km/h’. Certo…

A versão eletrificada do Astra Sports Tourer está disponível com uma potência combinada de 180 CV e binário máximo de 360 Nm, para consumos médios de 1,0-1,2 l/100 km e emissões de CO2 de 22-26 g/km. Graças a à bateria de iões de lítio compacta (12.4 kWh), pode percorrer até 60 quilómetros (de acordo com as normas WLTP) em modo puramente elétrico. Em ambiente urbano, a autonomia em modo elétrico pode exceder os 70 quilómetros (72), cumprindo assim muitos dos percursos diários de uma grande parte dos condutores sem qualquer emissão poluente.

O carregamento de zero a 100% demora menos de duas horas (1h55) quando equipado com o carregador de bordo de 7.4 kW.

Adicionalmente, está disponível uma motorização a gasolina de 1.2 litros turbo, de três cilindros, com injeção direta, capaz de debitar 130 CV, podendo ser associado a caixa manual de seis velocidades ou automática de oito velocidades. Esta versão, quando equipada com caixa manual de seis velocidades, oferece consumos entre 5,3-6,5 l/100 km e média de emissões de CO2 entre 120-146 g/km. No campo das opções turbodiesel, permanece o 1.5 Diesel de 130 CV, igualmente associada a caixa manual de seis velocidades ou automática de oito velocidades.

Todos os modelos contam com modos de condução que alteram alguns dos parâmetros do chassis e do funcionamento do motor.

Nota ainda para o regresso da sigla GSE para o Astra, tanto na versão de cinco portas como na carrinha, sendo esta versão alinhada em exclusivo com a versão PHEV de 225 CV, contando ainda com chassis rebaixado para um comportamento mais ágil. O mesmo nível de equipamento é aplicado agora ao Grandland.

Os preços arrancam nos 27.530€ nas versões de combustão (1.2 Turbo a gasolina) e nos 39.775€ no caso do PHEV. As primeiras entregas estão previstas para abril de 2023.

Ao volante: Grande solidez e um comportamento rigoroso

Ainda com matrícula alemã, foi-nos possível efetuar um breve contacto com os novos Astra Sports Tourer, percorrendo a distância de Sacavém, Lisboa, à Praia das Maçãs, Sintra, em duas variantes de motor: um dos trajetos foi feito com o motor híbrido de 180 CV, enquanto o outro foi efetuado com a versão 1.2 a gasolina.

O primeiro ponto a destacar é que a posição de condução é bastante boa e fácil de alcançar, não faltando também algum sentimento de familiaridade dada a partilha de alguns comandos com modelos como o Peugeot 308.

Face à versão anterior, o novo Astra regista um progresso assinalável na qualidade da insonorização a bordo e também na forma composta como enfrenta todos os tipos de piso. Muito equilibrado e seguro, vale-se de comportamento preciso e de direção precisa para agradar a quem aprecia reações mais dinâmicas sem comprometer o conforto.

Quanto às prestações, a versão híbrida reforça, de forma natural, o compromisso para com o refinamento, dada a capacidade de percorrer facilmente um valor de 50 quilómetros sem emissões, oferecendo também um desempenho muito lesto quando é preciso ganhar velocidade com rapidez. Os 360 Nm de binário garantem-lhe também uma capacidade de resposta muito boa, enquanto o motor de combustão é suave no seu funcionamento e pouco percetível em termos de sonoridade. Nota-se que houve uma grande preocupação com a noção de refinamento a bordo, o que é bem-vindo no caso de uma carrinha familiar.

No final de um percurso com 57 quilómetros, obtivemos uma média de 0,7 l/100 km, o que não deixa de ser um bom indicador, mesmo que não tenha existido uma particular atenção aos consumos.

Para a viagem de regresso a Lisboa, a versão a gasolina de 130 CV foi a escolhida, associada a caixa automática de oito velocidades. Aqui, a pujança é naturalmente menor do que a motorização híbrida de 180 CV, mas ainda assim, é de salientar a boa resposta mercê também de uma boa elasticidade do motor e do correto escalonamento da caixa automática, que trata de manter o motor 1.2 turbo na sua faixa de utilização mais aproveitável.

Em suma…

A nova geração do Astra Sports Tourer dá continuidade a um legado histórico de carrinhas que a Opel protege de forma atenciosa, oferecendo neste caso uma importante multiplicidade de opções em termos de motor, sendo que a versão híbrida destaca-se pelo potencial de poupança e pelas competências de utilização em condução mais dinâmica. Muito refinada e com um comportamento sólido pautado pela estabilidade e pelo conforto, a nova carrinha pode muito bem ser uma escolha a ter em conta para quem procura estilo impactante e qualidade de vida a bordo.

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