Novo Peugeot 208: Caso sério de sucesso à vista

17/10/2019

A aparência rebelde não deixa ninguém indiferente. O novo 208 está prestes a chegar às estradas nacionais e promete marcar um forte impacto num segmento que continua a ser um dos mais importantes na Europa. Tecnologicamente avançado, mais dinâmico e com uma inovadora motorização elétrica, o novo Peugeot 208 promete fazer ‘vida negra’ ao líder de longa data, o Renault Clio.

A marca francesa nutre um particular carinho por Portugal e, para a nova geração do 208, as estradas nacionais voltaram a ser as eleitas para a primeira experiência ao volante do novo ‘felino’, passando por locais tão variados como a costa alentejana ou a Serra da Arrábida. Locais ideais para conhecer o que o novo 208 oferece… e não é pouco.

O primeiro impacto é visual. O novo 208 corta de forma radical com o seu antecessor, mesmo que existam naturais pontos de contacto. Mais agressivo, mais longo, mais largo e mais baixo do que o atual, o novo utilitário da Peugeot reinterpreta o ADN da marca para uma postura mais atlética que exala irreverência e desportividade – sobretudo no mais equipado nível de equipamento GT Line.

Nessa (e também na GT, apenas para o modelo elétrico), os guarda-lamas contam com alargadores das cavas das rodas em negro lacado, tornando a silhueta mais requintada e ampliando visualmente o diâmetro das rodas. Nestas versões topo de gama, as jantes de 17 polegadas apresentam inserções aparafusadas e personalizáveis, com ganhos na aerodinâmica e na massa não suspensa (menos 3,60 kg por veículo).

Na dianteira, o destaque da grande grelha é suportado ainda pelos faróis estilizados com três ‘garras’ nos projetores de LED, havendo depois continuidade para uns ‘dentes felinos’ nas extremidades do para-choques dianteiro, que servem de luz de circulação diurna em LED. Já a secção traseira caracteriza-se por uma faixa negra a toda a largura da bagageira, realçada com as óticas de três garras (permanentemente acesas). O difusor aerodinâmico traseiro está disponível com acabamento preto lacado e, conforme a motorização escolhida, pode adotar saídas de escape cromadas.

Por dentro, procurou-se elevar a fasquia em termos de qualidade, com o novo 208 a mostrar mais materiais macios no tablier e portas, em conjunção com os naturais plásticos usuais do segmento B, mas com uma subida evidente de qualidade no desenho do habitáculo, percetível na integração das teclas ao estilo de piano no tablier, tal como já sucede nos 3008, 5008 e 508. No centro do tablier há opções de ecrãs táteis de 5, 7 ou de 10 polegadas.

Elemento polarizador, a instrumentação tecnologicamente avançada i-Cockpit volta a marcar presença, com a Peugeot a evoluir ainda mais a tecnologia e a introduzir um elemento tridimensional exclusivo que promove uma experiência de visualização diferente do painel de instrumentos. Na experiência de condução, percebemos que ainda há que fazer concessões na posição de condução para se conseguirem observar os dados da condução, sendo preciso baixar o volante ou levantar o banco…

Plataforma chave

Baseado na plataforma de última geração CMP (Common Modular Platform), destinada aos segmentos B e C, o 208 beneficia da sua modularidade em termos de dimensões e de motores, afirmando-se como uma plataforma multienergias. Isto porque é totalmente compatível com a adoção de mecânicas tradicionais (motores térmicos a gasolina ou Diesel), mas também com a propulsão 100% elétrica de última geração. Os resultados práticos mostram que há uma redução de 30 kg face à anterior plataforma PF1, proporcionando ainda melhor aerodinâmica (base mais plana e recurso a entradas de ar pilotadas), redução da resistência ao rolamento (pneus de classe A e minimização dos atritos mecânicos) e otimização das cadeias de tração (melhoria dos rendimentos de combustão, downsizing, redução dos atritos mecânicos, relações de transmissão mais longas e generalização do sistema Stop & Start.

Também proporciona um melhor conforto acústico e térmico e redução das vibrações, possibilitando ao mesmo tempo a integração de soluções de ajuda à condução mais avançadas.

Motores eficientes

Como atrás foi referido, o novo 208 propõe uma gama de motores diversa, incluindo uma 100% elétrica, em estreia na gama. Todas as soluções respeitam as normas Euro 6.d (gasolina) e Euro 6.d-temp (Diesel). Constituindo opções exclusivas no segmento B, os propulsores PureTech 100 e 130 estão disponíveis com transmissão automática de 8 relações EAT8.

No caso dos motores a gasolina, estará disponível o motor 1.2 PureTech de três cilindros em três níveis de potência, começando pelo mais pacato PureTech 75 S&S (caixa manual de cinco velocidades), passando pelo PureTech 100 S&S (caixa manual de seis velocidades ou automática de oito EAT8) e culminando no PureTech 130 S&S (apenas com caixa automática de oito velocidades EAT8). No campo dos Diesel, estará disponível um motor 1.5 BlueHDi de quatro cilindros com 100 CV e caixa manual de seis velocidades.

Todos eles contam com modos de condução distintos, havendo nos mais potentes opções ‘ECO’, Normal e ‘Sport’, que alteram os parâmetros de funcionamento de direção, caixa (quando aplicável nos casos de caixa automática) e resposta do acelerador.

No topo da gama (para já) fica, pois, o novo elétrico, ao qual é reservada a sigla histórica GT, que a marca justifica com o seu comportamento dinâmico e potência elevada. O 208 torna-se assim no primeiro modelo da marca a disponibilizar uma versão elétrica com uma bateria de 50 kWh, alimentando um motor com potência de 100 kW (136 CV) e um binário de 260 Nm (disponíveis de modo instantâneo). O seu peso é 300 kg superior a um dos outros modelos da gama 208 com motor de combustão interna.

A autonomia em ciclo WLTP para este modelo é de 340 quilómetros. A Peugeot detalha ainda a possibilidade de carregamentos flexíveis e adaptados a todas as situações do dia-a-dia, com três modos de carga: o de wallbox permite carga completa em 5h15 em modo trifásico (11 kW) ou em 7h30 em modo monofásico (7.4 kW). Será esta última que os clientes particulares que adquirirem o Peugeot e-208 poderão receber. O segundo método é com recurso a uma tomada doméstica clássica ou reforçada Green Up Legrand, a qual permite carga completa em 16h00 com cabo de recarga fornecido para o efeito. Por último, numa tomada pública dedicada, a regulação térmica da bateria permite utilizar carregadores de 100 kW e obter uma carga de 80% em 30 minutos.

O Peugeot e-208 não necessita de qualquer adaptação em termos de alojamento da sua bateria, distribuída sob o piso e ocupando um volume de 220 litros. Não se regista, assim, qualquer perda de espaço útil e as versões elétricas oferecem a mesma habitabilidade e volume de bagageira dos seus irmãos da gama com motores de combustão.

A bateria do e-208 pode também ser carregada de forma diferida, através de programação a partir do ecrã de navegação conectada ou a partir da app MyPeugeot no smartphone. Este sistema também permite iniciar ou interromper a carga a qualquer momento, e verificar o estado da carga. Outra ‘ferramenta’ concedida aos utilizadores é a de planificação de percursos através dos serviços Free2Move. Designada “Trip Planner”, a app propõe os melhores percursos, tendo em conta a autonomia restante e a localização dos pontos de recarga na estrada. O percurso é enviado ao sistema de Navegação conectada do veículo, para que o condutor prossiga até ao ponto de carga escolhido.

Alta tecnologia

O novo 208 inicia a via da condução semiautónoma, integrando todos os sistemas presentes no 508, à exceção do ‘night vision’. Na lista de 11 equipamentos de assistência à condução incluem-se os de ajuda à manutenção na faixa de rodagem, travagem automática de emergência com deteção de peões e ciclistas, alerta de risco de colisão, reconhecimento alargado de sinais de trânsito, regulador de velocidade adaptativo com função Stop & Go, full park assist, alerta de atenção do condutor e travão de estacionamento elétrico.

No acesso ao novo 208 passa a haver uma nova versão denominada Like, disponível apenas com os motores térmicos 1.2 PureTech 75 CV CVM5 e 1.5 BlueHDi 100 CV CVM6. O primeiro terá um custo de 16.700€ e o segundo um valor de 21.650€. Já o 1.2 PureTech 100 CVM6 terá um custo de 18.750€.

A variante elétrica terá preços a partir dos 32.150€ no nível Active, culminando nos 37.650€ do GT. As encomendas estão já abertas, prevendo-se as entregas para o mês de janeiro do próximo ano, com as primeiras unidades acompanhadas de uma ‘wallbox’ de 7.4 kW de oferta, bem como um conjunto alargado de serviços de mobilidade elétrica.

A Peugeot destaca que o modelo elétrico poderá vir a ser importante para clientes empresariais, dado o facto de ter custos de operação mais baixos em virtude de ter menos peças de desgaste, mas também custos energéticos mais reduzidos em comparação com os modelos a gasolina ou a gasóleo.

Gama LIKE ACTIVE ALLURE GT LINE GT
1.2 PureTech 75 STT CVM5 16.700,00 € 17.600,00 €
1.2 PureTech 100 STT CVM6 18.750,00 € 20.800,00 € 22.750,00 €
1.2 PureTech 100 STT EAT8 22.400,00 € 24.350,00 €
1.2 PureTech 130 STT EAT8 23.750,00 € 25.700,00 €
1.5 BlueHDi 100 STT CVM6 21.650,00 € 22.650,00 € 24.600,00 € 26.550,00 €
100 kW (136 cv) 32.150,00 € 33.350,00 € 35.250,00 € 37,650 €

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