Ao ataque do segmento C, a Renault revela o novo Austral, modelo de estilo SUV que sucede ao Kadjar e com que pretende rivalizar seriamente com concorrentes como o Peugeot 3008 e Nissan Qashqai. Apresentando um estilo mais dinâmico e refinado e dotado unicamente de motorizações eletrificadas, o novo Austral chegará ao mercado em setembro.

Está em curso um plano de reconquista do segmento C por parte da Renault, ao abrigo do plano Renaulution lançado por Luca de Meo, CEO da marca francesa, estando previstos 14 novos modelos até 2025, dos quais sete serão elétricos e sete dos segmentos C e D. É precisamente neste campo que se inserem os dois modelos mais iminentes da Renault, o Mégane E-Tech e este novo Austral, que se assume como um pilar desse mesmo plano de reconquista de um segmento que continua a valer cerca de 40% do mercado (42,6% em 2021).

Para o novo Austral, a base é a igualmente nova plataforma CMF-CD que tem múltiplas vantagens em termos de arrumação de componentes e na estratégia de eletrificação, além de permitir novas possibilidades nas áreas da conectividade e dos sistemas de assistência e segurança (ADAS), oferecendo um total de 32 tecnologias deste género. Porém, este SUV não terá versões 100% elétricas, num estatuto que ficará para o Mégane E-Tech. Os diferentes níveis de eletrificação abrangem, então, opções mild hybrid e híbridas, destacando-se uma nova geração híbrida E-Tech mais avançada.

Ainda em termos técnicos, o Austral estreia evolução do sistema de eixo traseiro direcional 4Control, que na quarta geração ganha denominação 4Control Advanced.

Estilo de nova vaga

O Austral reflete a imagem de nova vaga da Renault, que em francês se traduz na mais elegante ‘nouvelle vague’ em combinação com a filosofia Sensual Tech. No exterior, as linhas são definidas como uma “rutura em termos de imagem” com os modelos anteriores da Renault, dispondo de uma aparência mais musculada e assinatura luminosa distinta, a que se junta ainda uma grelha mais larga com padrão em diamante com acabamento Ice Black e uma ‘lâmina’ transversal que confere uma impressão de largura e de refinamento. Os faróis contam com tecnologia Full LED na dianteira (podendo receber tecnologia Adaptive LED Vision e Matrix LED Vision commo equipamento mais avançado), ao passo que na traseira a aparência deste modelo sobressai pelos farolins com tecnologia de micro-ótica esticados até ao losango no centro da tampa da bagageira para uma presença mais robusta.

Visto de perfil, o capot tem uma linha horizontal muito evidente com uma secção central saliente, demarcando-se também pelo pilar C mais inclinado e pela linha de ombros também saliente. As jantes podem variar entre as 17 e as 20 polegadas para maior imponência estética.

Bem no centro do segmento C, o Austral mede 4,51m de comprimento, 1,83 m de largura e 1,62 m de altura, valendo-se também de distância entre eixos de 2,67 m. Já a altura ao solo é de 170 mm, apresentando pois uma maior funcionalidade enquanto SUV.

Ainda em termos de personalização, o novo Austral estará disponível em sete cores de carroçaria: ‘Glacier White’, ‘Pearl White’, ‘Flame Red’, ‘Iron Blue’, ‘Diamond Black’ e a mais recente adição ‘Shale Gray’. A nova versão de topo Esprit Alpine também apresenta a cor exclusiva ‘Satin Shale Grey’. Para maior personalização, as versões altas apresentam acabamento bi-tom (também disponível como um extra opcional no nível de equipamento Techno), em que a cor ‘Diamond Black’ é utilizada para o tejadilho, bem como na antena de barbatana de tubarão, espelhos retrovisores exteriores, entradas de ar no para-choques dianteiro e soleira das portas.

Interior na vanguarda

No design interior, o Austral oferece um ambiente espaçoso, mas também com apontamento modernos, apresentando um painel de bordo de última geração, de desenho mais horizontal e que se alinha com o topo das portas, criando aquilo que a marca denomina de “efeito protetor dos ocupantes”.

Central ao conceito tecnológico do interior, o sistema OpenR congrega painel de instrumentos digital e o ecrã tátil central naquilo que a Renault considera como um dos conceitos mais importantes do novo Austral.

Estes dois elementos foram fundidos numa única grande consola, com o acabamento do ecrã OpenR a partilhar os mesmos conceitos dos tablets e smartphones topo de gama. Ou seja, o ecrã é revestido com vidro ‘Gorilla Glass’ aluminossilicato – vidro temperado ultra-resistente a riscos, choques quotidianos e repetida limpeza. Em complemento, beneficia também de um revestimento adicional anti-impressão digital e antirreflexo, não faltando também capacidade de adaptação à luminosidade. Esbatem-se cada vez mais as fronteiras entre os smartphones e os automóveis.

O painel de instrumentos digital tem uma dimensão de 12.3 polegadas (1920×720 pixels) e o ecrã central agregado mede 12 polegadas (1250×1562 pixels), não faltando ainda a projeção num head-up display de 9.3 polegadas. Porém, nos modelos de entrada, a dimensão dos ecrãs é mais reduzida: a versão de acesso tem um ecrã multimédia com 9”, embora ambos os ecrãs disponham das mesmas especificações técnicas – tecnologia TFT LCD IP e resolução HD com 167 pixels por polegada.

A secção do ecrã OpenR dedicada ao painel de instrumentos oferece ao condutor quatro opções de visualização: Clássico (velocidade, rpm, etc), Navegação (mapas), Zen (minimalista) e Estrada (visualização da estrada e trânsito circundantes). O painel de instrumentos personalizável apresenta também cinco widgets (economia de combustível, pressão dos pneus, distância, ecomonitor e música) e oito cores de iluminação. A tecnologia do OpenR Link tem por base o sistema operativo Android, sendo assumido como uma garantia de que é uma base fácil e intuitiva. Pode ter controlo por voz e acesso ao Google Maps, Google Drive e assistente pessoal Google, com inspiração nos smartphones. Por outro lado, está garantida a permanente conectividade com atualizações de ‘firmware over-the-air’, ou seja, um automóvel com o condão de evoluir ao longo de toda a sua vida.

Adicionalmente, na procura por uma maior qualidade percebida, a Renault dedicou enorme atenção à qualidade dos materiais e da construção interior, com a escolha cuidadosa dos materiais, havendo elementos em cromado e revestimentos macios ao tato. Neste sentido, o acolchoamento apresenta uma costura dupla a partir do acabamento ‘Techno’, sobressaindo também o design elegante desobstruído de todos os botões e interruptores, que estão agora localizados à volta do volante e do ecrã OpenR, tal como o manípulo de gestão da transmissão automática “e-shifter”. Numa primeira abordagem ao interior, sentido ao ‘vivo’, há um salto visível na qualidade geral, embora pelo lado menos positivo haja agora uma confluência de comandos situados atrás do volante, sobretudo do lado direito – três hastes para diferentes funcionalidades.

O espaço livre ganho na consola central permitiu integrar um apoio de braço com acabamento de grão fino agradável ao toque, apoiado numa robusta estrutura cromada acetinada, que pode deslizar para trás e para a frente com inspiração no mundo da aeronáutica e da fina relojoaria. Nesse mesmo apoio de braço está um suporte para smartphone do condutor.

Sem igualar a oferta de alguns dos rivais, o volante é mais compacto e tem um formato ligeiramente quadrado, enquanto a iluminação ambiente ‘Living Lights’ ambiciona oferecer maior conforto de viagem em termos de luz a bordo. A impressão de espaço a bordo é maximizada graças ao tejadilho panorâmico, disponível como opção a partir do nível de equipamento Techno. O teto panorâmico pintado está equipado com uma cortina para-sol elétrica para melhor conforto térmico no verão.

No que diz respeito à habitabilidade, destaque para as boas cotas nos bancos traseiros, que podem ser ajustados longitudinalmente (⅓ ou ⅔) em até 16 cm, para assim oferecer diferentes capacidades para a bagageira: no caso de ‘empurrar’ os bancos traseiros o máximo para a frente (sem rebatimento), a capacidade chega aos 575 litros no caso do E-Tech Hybrid (430 litros com o banco mais retraído). Outras variantes, como as Mild Hybrid ou Mild Hybrid Advanced, com o banco traseiro fixo, oferecem um volume de 500 litros. Com o banco do banco traseiro dobrado, o volume disponível atinge 1525 litros (1455 litros na versão E-Tech Hybrid).

Novidade em termos funcionais é a porta traseira elétrica, disponível como opção na linha de equipamento Techno e de série na versão Iconic, passando a ter a possibilidade de abrir com a passagem do pé sob o para-choques.

Eletrificado para todas as necessidades

O novo Renault Austral é o primeiro modelo da marca concebido com recurso à nova plataforma CMF-CD da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, concebida para suportar diferentes tipos de hibridização. Em destaque está o novo motor E-Tech Hybrid, mas também um novo motor Mild Hybrid Advanced com uma bateria de 48V e um motor Mild Hybrid com uma bateria de 12V.

O chassis do novo Austral estará disponível em duas versões: eixo de torsão flexível para modelos com direção a apenas duas rodas e eixo traseiro multibraços com o sistema 4Ccontrol Advanced para a versão de quatro rodas direcionais, que vai na sua terceira geração e que tem agora um ângulo de viragem de 5º no eixo traseiro, numa melhoria face aos 3º da versão anterior.

É a terceira geração desde que o Laguna GT estreou essa tecnologia em 2008. O princípio é o mesmo, com a marca a apontar para uma melhoria importante na segurança, facilitando as manobras abaixo dos 50 km/h e o dinamismo e a precisão acima dos 50 km/h.

A carroçaria mais rígida e os amortecedores e suspensão foram otimizados para reduzir as vibrações e o ruído. A rigidez de torsão da carroçaria foi alcançada sem adicionar demasiado peso ao automóvel, graças à utilização de materiais como o alumínio (portas e braços de suspensão), com um peso em vazio inferior aos 1400 kg na versão de base com o motor Mild Hybrid 12V.

Na prática, a marca irá oferecer o novo Austral com três formatos de eletrificação, mas com distinções entre si. Na base da gama estará motor 1.3 Turbo que foi desenvolvido em parceria com a Mercedes-Benz, dispondo de eletrificação 12V, com potências de 140 CV ou de 160 CV, estando a primeira disponível com caixa manual de seis velocidades e a segundo apenas com caixa CVT X-Tronic.

O motor Mild Hybrid 12V com 160 CV do novo Austral oferece um binário máximo de 270 Nm, que está disponível entre as 1600 e as 3250 rpm e assegura uma economia de combustível, em ciclo misto, desde 6,2 L/100 km, com emissões de CO2 a partir dos 136 g/km.

Depois, há versão Mild Hybrid de 48V que estreia motor 1.2 turbo de três cilindros capaz de debitar 130 CV, associado a uma bateria de 48V e um motor elétrico, que pode assistir o motor de combustão para reduzir os consumos (desde 5,3 l/100 km) e as emissões de CO2 (desde 123 g/km). A marca aponta para um motor extremamente compacto, reduzindo dessa forma o peso geral. Numa nota curiosa, esta versão conta apenas com caixa manual de seis velocidades.

Por fim, o Austral estreia ainda uma inédita versão da tecnologia full hybrid E-Tech Hybrid (curiosamente escrito ‘AustralE’) com dois níveis de potência, 160 CV e 200 CV. Tem por base o já referido motor 1.2 Turbo de três cilindros (130 CV e 205 Nm), que se combina com dois motores elétricos, sendo um motor de tração ‘e-motor’ de 50 kW e 205 Nm e um gerador/motor de arranque de alta tensão HSG utilizado para ligar o motor de combustão, trocar de velocidades e carregar a bateria, uma bateria central de iões de lítio e uma caixa de velocidades multimodo de dentes direitos. A bateria de iões de lítio tem uma capacidade de 1.7 kWh, funcionando a 400 V.

Entre as outras mudanças técnicas, além de diversas afinações para melhoria da eficiência, a marca aplicou uma sétima velocidade na caixa multimodo E-Tech inspirada no mundo da Fórmula 1, procurando melhorar a sua eficiência e agradabilidade de funcionamento. Dessas sete velocidades, duas são para o modo elétrico e cinco para o modo híbrido, embora esta caixa funcione por modos de combinação e não como uma caixa de velocidades comum. As relações foram otimizadas em termos de capacidade de binário (de 350 Nm para 410 Nm), potência, rendimento e capacidade de resposta.

Os consumos da versão de 200 CV iniciam-se nos 4,6 l/100 km e as emissões nos 105 g/km de CO2, beneficiando de um tempo de condução a rondar os 80% em cidade em modo elétrico. A habitabilidade não se alterna, graças ao posicionamento inteligente da bateria e dos componentes híbridos.

Tanto o Austral com sistema de 48V como o E-Tech de 200 CV aceleram dos zero aos 100 km/h em menos de nove segundos.

Os novos modelos dispõem também de variação nos modos de condução com o sistema Multi-Sense, para condução mais ecológica ou desportiva, consoante a vontade do condutor.

Quanto a peso, o novo Austral pesa entre 1373 kg e 1546 kg no caso dos Mild Hybrid de 12V, entre 1421 kg e 1537 kg nos Mild Hybrid de 48V e cerca de 1600 kg no E-Tech full hybrid.

Adeus R.S. Line, olá Esprit Alpine

Alinhando com o reposicionamento do Grupo Renault, a denominação R.S. Line desaparece da gama Renault, sendo substituída progressivamente pela variante Esprit Alpine, que passa a ser a mais equipada e de foco mais desportivo. Além disso, faz também a ponte para o universo mais desportivo da Alpine, numa simbiose mais estética do que performativa.

Entre os elementos mais chamativos, nota para a nova cor da carroçaria, Gris Schiste Satin, especialmente desenvolvida para esta nova versão, com verniz exclusivo, resultado de um processo químico especificamente estudado, para acabamento acetinado, algures entre um brilho e um acabamento mate. Na dianteira, realce ainda para os apontamentos em Ice Black em diferentes elementos da grelha e para-choques, como no para-choques e na grelha.

Na lateral, há uma insígnia da Alpine, que indica a ligação à marca de desportivos do grupo Renault, ao passo que o tejadilho está pintado de negro, assim como as barras de tejadilhos em negro mate. As jantes são de 20 polegadas ‘Daytona’ com a marca ‘Alpine’, salientando o seu carácter mais desportivo.

No interior, há bancos em Alcantara e revestimentos em estilo de fibra de carbono, com apontamentos em azul para efetuar a ponte com os modelos de Dieppe.

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