Novo Renault Captur: Os argumentos certos para capturar a liderança

29/10/2019

Com mais de 20 rivais no seu segmento, o Renault Captur chega em momento mais do que ideal para a marca francesa, numa proposta que evolui o estilo, incrementa a funcionalidade, estreia plataforma eletrificada e oferece novos sistemas de conectividade e de assistência à condução que visam mantê-lo como um dos líderes do segmento dos SUV compactos.

Lançado em 2013, o Captur rapidamente ganhou estatuto de líder entre os seus pares, apelando a uma base de clientes jovem que migrou em cada vez maior número para o universo dos SUV em busca de maior versatilidade, funcionalidade e… estilo. Aliás, a reboque da capacidade de personalização, o Captur de primeira geração atraiu muita gente, justificando-se também por aí os mais de 1.5 milhões de unidades vendidas globalmente até junho de 2019. De forma curiosa, o Captur até tem vindo a ganhar destaque quanto mais se aproxima o momento de passagem de testemunho entre gerações… Em Portugal, é atualmente o segundo automóvel mais vendido, apenas atrás do… Clio!

Mas, no caso do novo modelo, a Renault teve o cuidado de não desvirtuar aquilo que tinha como pontos fortes no seu SUV, ou seja, o visual dinâmico, impregnado com as mais recentes indicações da casa francesa (Laurens van den Acker, designer chefe da Renault, já adiantara que esta nova geração seria de evolução estética e não de revolução), como a integração entre faróis (assinatura em ‘C’ e tecnologia Full LED) e grelha, com semelhanças face ao Clio, ou o perfil, distinto, mas imediatamente reconhecido como um Captur. Atrás, encontram-se as maiores diferenças, com farolins em ‘C’ e maior volume proporcionado pelas cavas das rodas maiores. Mas também houve respeito pelas necessidades de eficiência em termos de desenho, com o visual a ser definido igualmente pela aerodinâmica, essencial para baixar emissões e consumos.

Tendo já referido o Clio, importa referir que o novo Captur partilha muitos dos seus componentes com o seu ‘primo’, a começar pela plataforma CMF-B para os veículos compactos e já eletrificados ao abrigo do plano estratégico ‘Drive the Future (2017-2022)’, que impulsiona a Renault para o futuro

Sabia que? O novo Captur terá uma dimensão ainda mais global, com produção em dois locais, Valladolid e, pela primeira vez, na China, em Wuhan (apenas para o mercado local). Também será vendido na Coreia do Sul, pela marca Renault.

Essa plataforma reveste-se de grande importância na medida em que permite à Renault estabelecer três pilares fundamentais: a eletrificação da sua gama de modelos (com híbridos ‘normais’ e Plug-in), a conectividade (com serviços online e atualizações ‘over-the-air’) e a autonomização da condução, sendo um dos 15 modelos que, no final deste plano, irão dispor de tecnologias de condução autónoma.

Em termos de dimensões, o Captur de nova geração está 11 cm mais comprido, o que lhe beneficia a habitabilidade e a capacidade de arrumação, com a Renault a apontar 536 litros de capacidade de bagageira, com os bancos traseiros adiantados 16 cm (fazendo-o como um todo), embora tal roube espaço aos passageiros nesses mesmos lugares. Ainda assim, um volume impressionante atendendo a que mede apenas 4227 mm de comprimento (2639 mm de distância entre eixos). O espaço a bordo é também argumento positivo, tendo amplitude mais do que satisfatória em todas as direções – espaço para as pernas (com o banco na sua posição mais recuada) e em altura, parecendo-nos também oferecer largura q.b. para um terceiro passageiro em viagens curtas. Ainda no interior, há 27 litros para espaços de arrumação, isto no caso de estar dotado com a gaveta no lado do passageiro que serve de porta-luvas.

Nota, ainda, para a melhoria evidente dos materiais a bordo, tal como a construção, sobretudo nas versões mais equipadas, sendo que na de base (Zen) o ambiente é menos requintado. Mas, nos mais completos Intense e Initiale Paris, existem muitos materiais suaves ao toque e superfícies bem revestidas, sendo também de elogiar a qualidade de construção, replicando, de forma eficaz, aquilo que já havia sido visto no Clio de nova geração – um passo acima. De resto, a bordo, iluminação ambiente ajustável, travão de parque elétrico, carregador sem fios de smartphone e, no caso das versões com caixa automática, uma consola central ‘flutuante’: a alavanca da caixa fica situada numa ‘plataforma’ entre os dois bancos, libertando espaço para arrumação a meio.

Rivalidade gaulesa. A Renault irá manter a rivalidade com a Peugeot também neste segmento, uma vez que a sua conterrânea ultima o seu 2008, que deverá chegar no início de 2020. Ambos contarão com forte aposta na eletrificação.

No conceito ‘Smart Cockpit’, a Renault aposta ainda num ecrã tátil central de 9.3 polegadas para os modelos mais equipados (em complemento ao de 7” na versão de entrada), sendo aqui que condutor e passageiro podem aceder ao multifacetado sistema Renault Easy Link, que conjuga multimédia, navegação (atualizações gratuitas por três anos), parâmetros de conectividade e sistemas Multi-Sense (para modos de condução) e ajudas à condução. De forma intuitiva e como num smartphone. Para o condutor, está reservado um painel de instrumentos digital com duas possibilidades à escolha: ou de 7” ou de 10.2”, podendo variar consoante o modo de condução escolhido ou de acordo com as preferências do condutor.

Motores para todos os gostos

A gama do Captur terá uma elevada variedade de motorizações à disposição (dos 95 aos 160 CV no total da gama), sendo de notar que existirão versões a gasolina, Diesel, GPL e híbrida Plug-in, num compêndio que contempla ainda caixas manuais de cinco e de seis velocidades e automática de sete. No primeiro caso, as opções vão dos 100 aos 155 CV, enquanto os Diesel variam dos 95 aos 115 CV. Em 2020 chegará o híbrido Plug-in E-Tech que, ao contrário do Clio, terá possibilidade de ligação à tomada – e apenas à doméstica de 220 V. A Renault não terá qualquer opção de ligação à rede pública, prevendo um tempo de carregamento na ordem das três horas e meia.

Escalpelizando a gama, os clientes poderão escolher entre os 1.0 TCe de três cilindros com 100 CV de potência e 160 Nm de binário e o 1.3 TCe GPF em dois níveis de potência – 130 CV e 155 CV. A versão de entrada beneficia de tecnologias como o revestimento interno dos cilindros para redução da fricção ou de válvula de descarga de turbo com abertura elétrica, estando associada a caixa manual de cinco velocidades. Num dado adicional, esta será a versão escolhida para ser oferecida com GPL. A meio da gama, o TCe 130 GPF procura ser o ponto de equilíbrio entre dinamismo e economia, tirando agora partido de uma caixa automática de sete velocidades (EDC7), uma estreia na gama. No topo da cadeia em termos de ofertas a gasolina encontra-se o 1.3 TCe 155 GPF, com 155 CV e 270 Nm, para maior dinamismo, tendo unicamente caixa EDC7 com patilhas atrás do volante para controlo sequencial e mais emotivo.

Na segunda linha, os Diesel. Com duas versões disponíveis do 1.5 Blue dCi, a potência varia dos 95 CV (240 Nm de binário) aos 115 CV (260 Nm), sendo esta última direcionada para quem procura maior energia, podendo ser associada a caixa manual de seis velocidades ou automática EDC7. A versão de menor potência está limitada à caixa manual de seis velocidades. Ambos foram equipados com um catalisador de redução seletiva (SCR) com AdBlue que permite baixar o nível de emissões de partículas nocivas.

O sistema Multi-Sense continua ser uma das características da marca, com o Captur a poder alterar a sua atuação consoante o modo escolhido – MySense (personalizável), Sport e Eco.

Chega o Plug-in

A marca aposta forte na eletrificação e o novo Captur irá estrear o sistema Plug-in híbrido denominado E-Tech, com tecnologia inspirada na Fórmula 1 e com mais de 150 patentes registadas. Recorre a motor 1.6 a gasolina que foi afinado para esta versão (com filtro de partículas) em conjunção com dois motores elétricos, um de tração e de maior capacidade e, outro, de menor dimensão e que serve como gerador e sincronizador de velocidade em lugar de uma caixa de velocidades tradicional.

A bateria tem uma capacidade de 9.8 kWh. Com esta configuração, a Renault dá conta de uma autonomia de modo elétrico de 65 quilómetros em ciclo urbano e de 45 quilómetros em ciclo combinado WLTP. A velocidade máxima em modo elétrico está afinada para os 135 km/h. A Renault aponta ainda grandes evoluções na capacidade de regeneração de energia de travagem, que foi inspirado na Fórmula 1.

Tecnologia de segurança

Noutro dos pilares importantes para a Renault, a vertente de segurança foi central ao desenvolvimento, não só pela maior rigidez da plataforma usada, mas também pela inclusão de diversos sistemas de assistência à condução, destacando-se a possibilidade de oferecer tecnologias semiautónomas como o Highway & Traffic Jam Companion, que permite controlar a velocidade e a direção, mantendo a distância face ao veículo precedente.

Conjugado com o cruise control adaptativo, este sistema pretende oferecer maior segurança aos ocupantes, juntando-se a outros como o de travagem autónoma de emergência ou o assistente de manutenção na faixa de rodagem (estes dois de série). Na conectividade, ainda há aplicação MyRenault para maior entrosamento com o veículo e, entre os opcionais, destaque também para o sistema de som de alta-fidelidade da Bose.

A componente de personalização volta a ser chamariz nesta nova geração do Captur, sendo propostas um total de 90 combinações exteriores, 18 combinações do interior e oito ambientes luminosos no habitáculo. As jantes podem chegar às 18 polegadas.

Quanto a preços, ainda nada se sabe, esperando-se sejam definidos nas próximas semanas, ao passo que as primeiras entregas serão feitas em janeiro de 2020.

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