Novo Renault Clio: O líder está mais forte do que nunca

18/06/2019

Nascido em 1990, o Renault Clio rapidamente se traduziu numa única palavra: sucesso. Prestes a atingir o seu 30º aniversário, o utilitário gaulês entra numa nova geração que traz melhorias significativas em todos os aspetos, sobretudo na tecnologia de bordo e de motorizações, não faltando mesmo a fundamental variante híbrida, ingressando num território que até aqui era exclusivo do Toyota Yaris Hybrid.

Só chegará a Portugal em meados de setembro, mas os novos Clio já andam por Portugal. Mais concretamente, nas estradas entre Lisboa, Arrábida, Setúbal e Évora, sendo por estas que decorre a apresentação internacional do modelo francês, renovado profundamente mesmo que a imagem exterior denote uma tendência de evolução e não de revolução.

Desde 2013, a atual geração – a quarta – do Clio conta já com 4.26 milhões de unidades vendidas, vendendo 451 mil apenas em 2018. Em Portugal, o Clio IV é líder desde que chegou ao mercado, ou seja, há sete anos, sendo por isso fundamental para a estratégia da marca em Portugal.

Com a atual geração a mostrar-se ainda ‘fresca’ na identidade linguística da Renault, a marca preferiu antes aprimorar apenas o desenho, limando arestas ainda que seja 100% novo em todos os painéis. Assim, no exterior, realce para elementos como os faróis com o já característico formato em ‘C’ ou para a grelha de ‘máscara’ alargada, numa filosofia que replica aquela aplicada nos Mégane, Scénic ou Kadjar. Um ar de família que até faz o Clio parecer mais musculado e maior, ainda que meça pouco mais de quatro metros de comprimento (4050 mm), menos 12 mm do que o modelo lançado em 2013. De perfil, para conferir maior distinção, aplicaram-se elementos cromados na parte inferior da carroçaria e no contorno dos vidros.

Como novidade absoluta, a plataforma CMF-B, desenvolvida pela marca com o intuito de permitir três pilares essenciais para o futuro: conectividade elevada, eletrificação acessível e automatização da condução. Permitindo maior ligeireza e rigidez, esta plataforma assume-se como o ponto de partida para a grande revolução tecnológica do novo Clio, dando um passo em frente em matérias como a insonorização, qualidade de construção e dos materiais ou na vertente do chassis, com direção com assistência elétrica de desmultiplicação reduzida face ao anterior.

Salto na qualidade

O interior, apresentando o seu ‘Smart Cockpit’, marca claramente o maior ponto evolutivo do novo Clio. Não só sobe a bitola para o segmento em termos de qualidade de revestimentos, como também o patamar no que diz respeito à tecnologia. Em comparação com o Clio IV de atual geração (já melhorada no interior em atualização de meio de ciclo em 2016), há agora 25% mais de material macio ao toque, seja nas portas numa maior amplitude, no tablier ou na consola central. Essa melhoria dá ao novo Renault uma aparência muito mais cuidada, colocando-se diretamente no topo do segmento B nesse aspeto. Ao mesmo tempo, mantém elementos de simplicidade, como os controlos do ar condicionado, posicionados abaixo de uma fila de comandos em teclas de estilo piano para atalhos.

No cômputo das quatro gerações, desde o lançamento em 1990 do primeiro clio, já se venderam mais de 15 milhões de unidades

O espaço também foi melhorado, dispondo agora de mais locais de arrumação no habitáculo (há agora 26 litros disponíveis), beneficiando por exemplo da troca da alavanca de travão de parque por um mais funcional sistema de estacionamento de parque elétrico. Outro do trabalho efetuado pela Renault foi no adelgaçamento de elementos como a coluna de direção para ganhar espaço para as pernas do condutor ou o volante com uma unidade de airbag mais compacta, o que permite melhorar a visualização através do volante para o painel de instrumentos. Este, por sua vez, é um ecrã de 7”, ainda que até ao final do ano, pouco depois do lançamento, surja uma opção de 10” personalizável e com possibilidades de contar, por exemplo, com o grafismo da navegação ao centro.

A bagageira conta com 391 litros de capacidade nos modelos a gasolina (366 nos Diesel), com fundo duplo e bocal mais amplo e retilíneo do que no Clio atual.

Motores: Para todos os gostos

Graças ao trabalho aerodinâmico, o Clio está igualmente mais eficiente em termos de emissões e consumos, beneficiando dessa forma o lado das motorizações, que terá opções para, praticamente, todos os gostos entre gasolina, Diesel e um novo híbrido com conceção inovadora e compacta. Este sistema híbrido do modelo E-Tech, que chegará apenas no início de 2020, será depois aplicado também no facelift do Mégane e no novo Captur, embora nestes dois últimos seja Plug-in, ao invés do Clio, que é híbrido ‘simples’ (ainda que de simples tenha pouco).

As opções a gasolina começam nas unidades atmosféricas 1.0 SCe de três cilindros para utilizadores que procuram, sobretudo, uma aposta económica para a cidade, com potências de 65 e de 75 CV (binário de 95 Nm) e caixa manual de cinco velocidades. Porém, o ‘coração’ da gama serão só 1.0 TCe também de três cilindros, mas com potência e competência superior de utilização, com 100 CV e 160 Nm de binário tratando-se de uma nova geração de motores que permite maior economia e agradabilidade de utilização face ao anterior 0.9 TCe. Inicialmente, terá apenas caixa manual de cinco velocidades, mas depois será associado a uma nova automática X-TRONIC de nova geração com funcionalidade D-STEP que replica várias relações de caixa. Este motor também terá variante a GPL para maior economia.

A vertente mais potente a gasolina é a 1.3 TCe GPF, sendo a mesma unidade que está agora presente em diversos modelos da Renault, Nissan e Mercedes-Benz com desenvolvimento conjunto. Com 130 CV de potência e 240 Nm de binário, surge associado a caixa EDC de sete velocidades, sendo o novo topo de gama Clio (por enquanto, pelo menos). Este motor pode receber patilhas atrás do volante para controlo sequencial.

Quanto aos Diesel, que não desaparecem, surgirão em duas variantes de potência a partir do mesmo bloco, o 1.5 Blue dCi adaptado para uso intensivo ou frotas. Cumpre com as novas normas de emissões e dispõe de tratamento de NOx graças a sistema SCR. A versão de 85 CV e 220 Nm é apontada para condução mais económica e a de 115 CV e 260 Nm para quem prefere prestações mais dinâmicas. Ambas surgem associadas a caixas manuais de seis velocidades.

Eis o híbrido…

Com a nova geração do Clio chega também a necessária versão híbrida que, sem grandes detalhes técnicos revelados, permite aliar um motor 1.6 a gasolina de dupla injeção e ciclo Atkinson (atmosférico) a dois motores elétricos, um de tração e outro com três funções, uma delas bastante interessante no campo teórico.

O sistema E-Tech da Renault compreende ainda uma bateria bastante compacta de 1.2 kWh montada sob os bancos traseiros e uma transmissão que prima pela ausência de uma caixa convencional de velocidades, mas sim por um módulo evoluído em que o tal segundo motor elétrico atua com três funcionalidades – emprestar um pouco da sua energia aos outros dois caso seja necessário um ‘boost’ suplementar na aceleração, servir de motor de arranque/gerador de energia e, por fim, propiciar o acoplamento entre as quatro engrenagens mecânicas e duas elétricas que atuam em uníssono para gerar 15 modos de condução – não confundir com 15 velocidades – para melhor aproveitamento de todo o sistema híbrido.

O E-Tech Apenas chegará ao mercado no início de 2020, encontrando-se os valores em trabalho de homologação

Um sistema elaborado que, por enquanto, não tem dados oficiais de potência (singular ou combinada), consumos, emissões ou autonomia elétrica para divulgação pública, mas que, admitem os responsáveis da marca, permitirá passar cerca de 80% do tempo em modo elétrico na cidade. Aliás, o seu arranque é feito, sempre, nesse modo, com a recuperação de energia a ser apontada como um dos fatores responsáveis pela poupança de cerca de 40% face a um motor equivalente convencional na cidade.

Conectividade e segurança

A nova plataforma permite igualmente alavancar os progressos feitos na área da conectividade e da segurança, em ambos os casos tratando-se de um dos modelos mais competentes na gama Renault atual. O que para o Clio é dizer muito sobre este novo modelo.

Na primeira vertente, destaque para a chegada do novo sistema Easy Link, uma evolução do R-Link, com a Renault a trabalhar num sistema mais simples de utilizar e intuitivo, assente num ecrã tátil de alta qualidade com dois tamanhos disponíveis: um de 7.0 polegadas, com e sem navegação, o maior de 9.3 polegadas, com aspeto vertical.

Um dos pontos fortes desta nova geração multimédia é a sua simplificação, integrando mais serviços e funcionalidades e uma aplicação Renault que permite também gestão remota de alguns parâmetros. A navegação tem informação em tempo real da Google, entidade que fornece ao mesmo tempo um serviço de pesquisa de informações, como no smartphone, por exemplo.

Na segurança, o novo Clio integra já uma série de tecnologias que lhe permitem estar no topo do segmento B, como Alerta de distância com travagem autónoma de emergência, o alerta de objetos no ângulo morto ou o assistente de manutenção de faixa, além do cruise control adaptativo com sistema start&stop. Em associação, destaque para o sistema Highway & Traffic Jam Companion, que é um sistema de condução autónoma de nível 2 (atuando a partir dos 60 km/h) que mantém o controlo da velocidade, da distância para o veículo da frente e o veículo no centro da sua faixa. O sistema funciona, fundamentalmente, quando as marcações na estrada estão em perfeito estado.

No entanto, o condutor deve estar sempre atento, tratando-se de um sistema de assistência, emitindo um primeiro aviso de desativação ao fim de 13 segundos, outro cerca de dez segundos depois e, ao cabo de 48 segundos, se não existir intervenção do condutor, o sistema desliga-se. Este opcional estará disponível no Clio TCe 130 EDC no final do ano.

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