A etiqueta ‘low-cost’ parece ser cada vez menos adequada aos modelos da Dacia, sobretudo atendendo às novas gerações dos Sandero e Logan, que evidenciam um grande salto em termos estéticos, apontando também uma melhoria da qualidade a todos os níveis.

Embora a própria marca faça referência aos seus produtos como “consumo racional”, os novos Dacia revelam melhoria do capítulo visual, mantendo o essencial de funcionalidade, baixo preço e fiabilidade que muitos dos seus clientes procuram de forma contínua.

O Sandero é um caso de sucesso muito particular, tendo sido um dos primeiros modelos que a marca romena espalhou pelo resto da Europa. Aliás, é mesmo o modelo mais vendido da Dacia desde 2004, com perto de 2.1 milhões de unidades vendidas, ou seja, 32% das vendas totais. Desse, o Sandero Stepway, versão mais ‘aventureira’, representa 65% deste total, o que significa mais de 1.3 milhões de exemplares.

Apesar de apresentarem as mesmas dimensões exteriores face aos anterior Sandero, Sandero Stepway e Logan, os novos modelos oferecem mais modernidade, generosidade e polivalência. Agora, recorrem a uma nova plataforma, a CMF, trazendo um nível acrescido de equipamentos, mais sistemas de segurança ativa e passiva, novas motorizações (entre elas uma bifuel gasolina/GPL), uma nova caixa automática e uma inédita caixa manual de seis velocidades.

Sandero e Sandero Stepway

Ambos os modelos ganham visual mais moderno e robusto. O Sandero apresenta para-brisas mais inclinado, tejadilho mais baixo (-1 cm) e linha de tejadilho recuada. A altura ao solo permanece inalterada (133 mm com o automóvel carregado). As óticas dianteiras e traseiras inauguram a nova assinatura luminosa da Dacia em forma de ‘Y’. À frente como atrás, uma linha horizontal une os dois grupos óticos e prolonga-se nas respetivas linhas LED, contribuindo para a impressão visual de um automóvel mais largo. Novidade é o sensor de luminosidade em todos os níveis de equipamento, assim como faróis com tecnologia LED para uma melhoria da visibilidade em condução noturna.

Os puxadores das portas beneficiam de design mais ergonómico e na maioria das versões o comando de abertura do porta-bagagens é elétrico. No interior, o painel de instrumentos foi enriquecido com uma inserção em material têxtil com toque granulado e os arejadores têm uma forma inédita. A marca promete uma melhoria da qualidade percebida.

Os elementos estéticos são fundamentalmente os mesmos na versão Stepway, que se caracteriza por uma visão mais ‘aventureira’, mesmo que não disponha de tração integral. Em contraponto, maior altura ao solo (174 mm, mais 41 mm do que no Sandero) e alguns elementos visuais que são únicos para esta versão, como o capot específico, nervurado e mais curvo, o logótipo Stepway cromado sob a grelha dianteira e as aletas curvas logo acima das luzes de nevoeiro. Os para-choques dianteiro e traseiro integram um resguardo em cor de metal. Há ainda barras de tejadilho com logótipo, alargadores das cavas de rodas e embaladeiras reforçadas com uma textura específica.

No interior, os estofos com logótipo Stepway estão decorados com inserções em material têxtil e listas laranja nos contrafortes das portas e do painel de bordo. Comum aos dois Sandero é a capacidade do porta-bagagens, que é de 328 litros (310+18 litros), sendo dotado de um piso com duplo nível (consoante as versões).

As barras de tejadilho do Sandero Stepway são modulares. Em apenas alguns segundos, graças a uma chave guardada no porta-luvas e sem complicados processos de desmontagem, transformam-se numa sólida galeria de tejadilho, cuja capacidade de carga de 80 kg é idêntica à das barras de tejadilho convencionais.

Logan: Familiar com outro olhar

Desde a primeira geração, de 2005, que o Logan tem vindo a desempenhar um papel importante como a berlina familiar da marca, embora este novo modelo não esteja previsto para comercialização em Portugal. Com um design totalmente novo, comprimento ampliado em 3,6 cm, maior distância entre eixos e tejadilho 1 cm mais baixo para uma impressão mais esguia, o Dacia Logan segue os predicados do Sandero em muitos aspetos. A assinatura luminosa em ‘Y’ e o design mais qualitativo de alguns elementos, como os puxadores das portas, são características idênticas às do Sandero.

Segundo a marca, o aumento da distância entre eixos permitiu um ganho considerável na habitabilidade, com o espaço ao nível dos joelhos dos passageiros traseiros a aumentar 42 mm. Nas costas dos novos bancos dianteiros, uma mesa tipo avião inclui um porta-bebidas, sendo que o seu comprimento é ajustável em 70 mm, para se adaptar à morfologia e às necessidades de cada um.

A bagageira do novo Logan apresenta uma capacidade de 528 litros, tendo o patamar de carga descido 19 mm para facilitar o acesso. Qualquer que seja o nível de acabamento, o novo Logan está equipado de série com trancamento centralizado das portas, destrancamento e abertura da tampa da bagageira à distância, através do botão da chave ou do cartão mãos livres. Dispõe ainda de um novo sistema organizador: quatro separadores amovíveis entre si podem ser instalados para dividir a bagageira em quatro espaços diferentes, com um tamanho modulável em função das necessidades.

Outro conforto e novos equipamentos

Para melhorar a posição de condução, o condutor pode agora ajustar o banco em altura e o volante em altura e alcance. A alavanca da caixa de velocidades é mais curta e a direção apresenta assistência variável é 100% elétrica (menos 36% de esforço relativamente à anterior geração do Sandero).

Por outro lado, qualquer que seja o nível de acabamento, o equipamento de série inclui um suporte para smartphone (amovível consoante as versões), um ecrã de computador de bordo, comandos do regulador e do limitador de velocidade no volante e ativação automática dos faróis. Estão disponíveis de série ou em opção, consoante o nível de equipamento, um novo sistema de ar condicionado automático com indicação digital, cartão mãos-livres com botão para abertura à distância da bagageira, travão de estacionamento elétrico, câmara de marcha-atrás, sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro e traseiro e ativação automática dos limpa-vidros.

Por último e pela primeira vez na Dacia, em 2021, será proposto um teto de abrir elétrico em vidro nos dois Sandero.

Multimédia em três opções

Os novos modelos da Dacia oferecem três propostas para os sistemas de conectividade: Media Control, Media Display e Media Nav. No primeiro, o Media Control, o smartphone, instalado num suporte dedicado, transforma-se num sistema multimédia independente, graças à nova aplicação gratuita Dacia Media Control e a uma ligação Bluetooth ou por USB. Este dispositivo permite aceder facilmente ao rádio, a música, a chamadas e mensagens, a aplicações GPS e a muitas outras funcionalidades, como o assistente com comando por voz Siri ou Android. Os comandos do rádio estão acessíveis no volante e num satélite de comandos por trás do volante.

Sem smartphone ligado ao Media Control, o rádio e a leitura de ficheiros continuam disponíveis através da entrada USB. Este equipamento multimédia inclui dois altifalantes, uma ligação Bluetooth e USB e um ecrã digital TFT de 3.5 polegadas colocado entre os mostradores, onde são exibidas também as informações do rádio.

Com o Media Display e os quatro altifalantes, a consola está equipada com um ecrã tátil de 8.0 polegadas, conectividade Bluetooth e compatibilidade com os sistemas operativos Android Auto e Apple CarPlay. Por fim, com o Media Nav, o sistema multimédia beneficia da navegação integrada a bordo e da conectividade sem fios para Apple CarPlay e Android Auto. O sistema de som dispõe de seis altifalantes no total.

Graças à plataforma modular CMF e à nova arquitetura eletrónica, os novos Sandero, Sandero Stepway e Logan beneficiam de ajudas à condução (ADAS) e de equipamentos de segurança da última geração. A estrutura foi reforçada ao nível do alojamento do motor (vias baixas, longarinas e berços totalmente novos) e do habitáculo. Os modelos estão equipados com um novo eixo dianteiro, cujos braços de suspensão (braço retangular) oferecem uma melhor capacidade de filtração e de direção. O rolamento da carroçaria foi diminuído e a distância entre eixos aumentada para proporcionar uma melhor estabilidade ao curvar. O novo berço do motor reforçado reduz a transmissão de vibrações ao habitáculo.

Em matéria de segurança, a presença de novos sensores de pressão de porta e de um acelerómetro permite uma deteção antecipada das colisões laterais para uma ativação mais rápida dos novos airbags tipo cortina e laterais que protegem o abdómen, o tórax e a cabeça.

Todos estão equipados, de série, com seis airbags e chamada de emergência em caso de acidente (botão SOS situado ao nível da luz de teto). Para uma melhor proteção, os novos bancos dianteiros beneficiam de uma estrutura otimizada. Os apoios de cabeça dianteiros estão equipados com o sistema de proteção cervical.

Entre as tecnologias de segurança mais importantes contam-se o sistema de travagem ativa de emergência, que está ativo entre os 7 e os 170 km/h e que deteta, graças ao radar dianteiro, a distância para o veículo da frente (quer esteja parado ou em movimento), o sensor de ângulo morto, que está ativo entre os 30 km/h e os 140 km/h e que avisa o condutor de um potencial perigo de colisão com outro veículo, situado ao seu lado ou atrás de si, durante as manobras de mudança de via ou o sistema de ajuda ao estacionamento, composto por quatro radares dianteiros, quatro radares traseiros, uma câmara traseira e linhas de orientação dinâmicas.

Motorizações diversas

Conjugando o trabalho feito na plataforma modular, as motorizações mais eficientes e a aerodinâmica mais cuidada, os novos Dacia estão mais poupados nos consumos e nas emissões de CO2 – todos os motores disponíveis cumprem a norma Euro 6D-Full que entrará em vigor em 1 de janeiro de 2021.

Assim, a lista de opções inicia-se com o mais simples SCe 65 (não disponível no Sandero Stepway) de três cilindros e 1.0 litro atmosférico, associado a uma caixa manual de cinco velocidades, passando pelo TCe 90 também de três cilindros e de 1.0 litros, mas turboalimentado e associado a caixa manual de seis velocidades ou automática do tipo CVT, culminando o leque de escolhas com a versão bi-fuel TCe 100 ECO-G que repete as características do anterior, mas com a possibilidade de circular com GPL (embora apenas disponível com caixa manual).

A tecnologia bi-fuel é defendida pela Dacia (e pelo Grupo Renault) como uma solução 100% segura e muito mais acessível em termos de custos/benefícios. Montada de fábrica, os ECO-G mantêm a duração da garantia do construtor, a periodicidade e o custo das operações de manutenção e o volume do porta-bagagens idênticos aos de uma versão a gasolina (o depósito de GPL está instalado no lugar do pneu sobressalente).

Além disso, ao circular a GPL, o novo Sandero ECO-G emite, em média, menos 11% de emissões de CO2 (face a um motor a gasolina equivalente), com o ponto positivo de poder oferecer mais de 1300 quilómetros de autonomia, graças aos dois depósitos: 50 litros para o de GPL, ou seja, 40 litros de volume útil dado que, por razões de segurança, o enchimento está limitado a 80% (ainda assim, um acréscimo de oito litros relativamente à anterior geração do Sandero GP) e 50 litros de gasolina.

O sistema Stop&Start está disponível em todos os motores e pode ser desativado manualmente, através do botão situado no centro do painel de bordo.

A marca espera ter ambos os Sandero à venda no final do corrente ou início do próximo, embora o mesmo já não se possa dizer do Logan que, como já foi escrito atrás, não está nos planos – para já – da Dacia em Portugal.

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