Criado para superar as expectativas dos clientes em termos de prestações, o novo Porsche 911 GT3 cumpriu uma série de passos de desenvolvimento exaustivo divididos pelo túnel de vento e por ensaios em pista. O corolário deste processo teve lugar no circuito oval de Nardó, em Itália, onde o novo superdesportivo da marca cumpriu mais de 5000 quilómetros a fundo, a uma velocidade constante de 300 km/h, parando apenas para reabastecer.

O processo de desenvolvimento de um modelo como o Porsche 911 GT3 tem de obedecer a critérios estritos de performance e de fiabilidade. Com esses dois elementos em mente, a marca alemã dedicou imensos esforços a evoluir a nova geração do 911 GT3, mostrando uma combinação aprimorado de performance sem comprometer a sua funcionalidade no dia a dia.

A cooperação entre os departamentos de estrada e o de competição foi bastante estreita neste 911 GT3, com uma transferência direta de tecnologias entre os dois campos. Na área aerodinâmica, a asa suspensa foi aplicada pela primeira vez num carro de produção em série da Porsche, tratando-se de uma asa com suportes ‘pescoço de ganso’, ou seja, em sentido invertido, inspirando-se diretamente no elemento usado no 911 RSR de competição e no GT3 Cup.

A eficácia aerodinâmica foi assim ampliada, levando a uma redução da perturbação na zona inferior do aileron traseiro, limitando o efeito de elevação da traseira, algo que é comum consoante a velocidade aumenta. O ângulo de ataque da asa traseira pode ser ajustado em quatro posições diferentes.

“Desenvolvemos a aerodinâmica do novo 911 GT3 em cerca de 700 simulações. Gastámos mais de 160 horas de afinação do carro no túnel de vento”, referiu Mathias Roll, engenheiro de aerodinâmica. “O novo 911 GT3 gera 50% mais de carga aerodinâmica face ao seu antecessor a 200 km/h unicamente no acerto de fábrica. No ajuste de carga máxima, o aumento chega a ser de 150%. No nosso túnel de vento ultramoderno de Weissach, não conduzimos apenas em frente, nós simulamos todas as situações de condução imagináveis”, acrescenta Roll.

Tal como na competição, o equilíbrio aerodinâmico do 911 GT3 pode ser ajustado de forma individual dependendo das condições da pista ou do estilo de condução. “Fazemos com que o carro se incline, afunde e levante para simular as influências físicas da pista”, afirma Roll.

Quanto ao motor, a unidade de 4.0 litros atmosférica foi também desenvolvida de acordo com os padrões mais elevados de performance e de fiabilidade. “No total, o motor do novo GT3 andou mais de 22.000 horas no banco de ensaio. Durante os testes, simulámos repetidamente os perfis típicos de circuito e levámos o motor à sua potencialidade máxima durante uma grande proporção de tempo”, explica, por sua vez, Thomas Mader, gestor de projeto dos Carros GT de produção. Para o efeito, o motor é baseado na versão de competição GT3 R, com 510 CV de potência e 470 Nm de binário máximo (mais 10 CV e 10 Nm, respetivamente, do que o antecessor).

Um ponto ao qual se deu grande atenção foi no da capacidade de correta lubrificação do motor em virtude das altas forças de aceleração lateral e longitudinal em pista, contando para o efeito com um sistema de lubrificação do motor com um reservatório de óleo separado, numa solução inspirada na competição. Das diferenças, Mader enumera, fundamentalmente dois aspetos: o sistema de escape e a unidade de controlo eletrónico do motor. “Tudo o resto é idêntico”, garante aquele responsável da Porsche. Não obstante, com as normas de emissões mais apertadas, o desenvolvimento do motor nesse sentido também foi um desafio, com mais de 600 testes de emissões efetuados pela marca de forma a cumprir a vertente ambiental.

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