Não raras vezes, a beleza de um automóvel é esbatida pelas imagens fotográficas. Com o DS 9 E-Tense, essa situação repete-se. O primeiro contacto ao vivo revela uma imagem robusta que se pretende destacar no segmento premium, fazendo uso do código linguístico que já vimos nalguns dos outros modelos da marca gaulesa.

Depois da apresentação digital, a oportunidade – por enquanto, ainda única – para observar o DS 9 ao vivo e a cores, na sede da marca em Portugal. Única ainda porque o modelo apenas chegará ao mercado nacional no arranque do segundo semestre, ou seja, em julho, embora as suas encomendas já estejam abertas (com preços a partir dos 59.100€).

De forma algo curiosa, é a secção traseira – aquela que menos sobressai nas imagens – que se revela mais cativante, com um formato ‘fastback’ muito pronunciado, com detalhes particularmente interessantes como os indicadores de presença na parte superior do óculo traseiro, que presta homenagem ao DS original de 1955. Os farolins com tecnologia LED e ‘rendilhado’ luminoso são outros pontos chamativos.

Na dianteira, o DS 9 E-Tense ostenta uma grande grelha com um efeito tridimensional, ladeado por faróis com tecnologia Active Led Vision, que adapta o feixe de luz às condições de condução e da velocidade do veículo (cinco modos automáticos, entre o de Estacionamento, Cidade, Estrada, Autoestrada e Mau Tempo). Talvez o ponto menos consensual seja o sabre ‘Clous de Paris’ ao centro do longo capot.

Topo de gama

A ideia da DS Automobiles foi colocar o DS 9 como o topo de gama, importante também do ponto de vista representativo, como nos explicou Mónica Camacho, diretora de marketing da marca em Portugal. “O DS 9 coloca-se como o topo de gama, orientado mais para aquelas pessoas que olhavam para o DS 7 Crossback, mas que gostariam de algo mais adaptado aos seus gostos”, explica-nos, lembrando que, “apesar das suas dimensões, quase nos cinco metros, o DS 9 E-Tense tem como concorrentes diretos os Audi A4 e Mercedes-Benz Classe C, mesmo que se aproxime nas dimensões dos A6 e Classe E, respetivamente”.

Para o mercado nacional, o DS 9 apenas estará disponível em versão híbrida plug-in, acomodando-se na linha estratégica da DS Automobiles de se afirmar como uma das líderes no esforço de transição energética, sendo Portugal um caso de sucesso com uma das melhores quotas de veículos eletrificados da marca na Europa. Uma escolha que em Portugal vai ao encontro, de forma confessa, às diretrizes fiscais que dão algumas benesses aos híbridos plug-in.

No entanto, como afirma Camacho, a indecisão em torno da fiscalidade automóvel introduzida no recente Orçamento do Estado levou a marca a adiar ligeiramente a comercialização do novo DS 9 E-Tense, algo que noutros países, como Espanha ou França já acontece. Com mais tempo para planear o lançamento da berlina, a DS dedicou-se apenas à versão híbrida plug-in, sob designação E-Tense, que acaba por não ser afetada pelas novidades fiscais, graças à sua autonomia superior a 50 quilómetros (56 anunciados de forma oficial), para um consumo misto de 1,5 l/100 km e emissões de 33-34 g/km de CO2. Tal é possível pela combinação do motor 1.6 PureTech de 180 CV e um motor elétrico de 80 kW (110 CV), para uma potência combinada de 225 CV e 360 Nm de binário máximo.

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No interior, há uma real sensação de requinte, ‘amarrado’ aos conceitos franceses de conforto e perícia artesanal, mesmo que alguns elementos já não sejam uma novidade absoluta, como é o caso do relógio B.R.M. na consola central ou o sistema de infoentretenimento que é uma réplica daquilo que já se pode encontrar noutros modelos das marcas do ex-grupo PSA (agora Stellantis).

Onde há mesmo uma real perceção de superioridade é no espaço atrás, com os bancos traseiros a oferecerem bastante espaço, sobretudo para as pernas, não se ficando mal também na altura e na largura interior. O lugar do meio esconde, aliás, um outro conceito de conforto tecnológico com controlos para o aquecimento, ventilação e massagem, uma inovação no segmento, além de tomadas USB para carregar os smartphones ou tablets.

Produzido na China e com um percurso logístico imenso até chegar à Europa, o DS 9 estará em comercialização exclusiva nos concessionários com a motorização híbrida plug-in de 225 CV, mas Mónica Camacho indica que um cliente que queria outra versão – mesmo que não seja comercializada – poderá fazer a encomenda, devendo esperar cerca de seis meses até à sua entrega.

No final do ano está já garantida a chegada de uma versão mais desportiva, com uma potência total de 360 CV e tração às quatro rodas, numa solução tecnológica que será a mesma do Peugeot 508 PSE.

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