A Ferrari derrubou mais uma barreira na sua história e apresentou o seu primeiro SUV, o Purosangue, que faz do motor V12 de 725 CV um dos trunfos. É também o seu primeiro automóvel desportivo de quatro portas e quatro lugares, abrindo assim novos horizontes em termos de clientes.

Há tantos anos falado, o SUV da Ferrari foi finalmente apresentado, o primeiro SUV que vem quebrar um tabu na marca italiana. Porém, a Ferrari procurou manter o ADN característico da companhia, sobretudo em termos de dinamismo e de prestações, com o motor V12 atmosférico a manter-se como um dos seus cartões-de-visita.

Além de ser o primeiro modelo com a carroçaria SUV, o Purosangue é também o primeiro a contar com quatro portas e quatro lugares, assumindo-se como um 2+2 mais competente para transportar uma pequena família. De acordo com a Ferrari, combina prestações, prazer de condução e conforto em “perfeita harmonia”.

Um dos aspetos destacados em termos de conceção deste novo SUV é a colocação dos componentes motrizes em posição otimizada no que ao peso diz respeito. Assim, ao contrário de outros modelos que colocam o motor muito à frente, o Purosangue conta com motor V12 montado em posição dianteira-central, com a caixa de velocidades na traseira para criar uma configuração desportiva transeixo. A Unidade de Transferência de Potência (PTU) está associado à frente do motor para oferecer assim tração 4×4. Face a esta configuração, o modelo da marca de Maranello apresenta uma distribuição de peso na ordem de 49:51% entre a frente e a traseira.

Portas suicida são novidade

O desenho do Purosangue teria de ser diferente do dos demais modelos da Ferrari, pelo que a marca italiana também optou por uma novidade para as portas traseiras, que abrem de forma ‘suicida’, ou seja, no sentido contrário do das dianteiras. Esta foi a forma mais eficaz de se conseguir manter o estilo ‘limpo’ atrás, ao mesmo tempo que assegura espaço adequado para os ocupantes dos bancos traseiros e acessibilidade melhorada.

Todo o trabalho aerodinâmico foi pensado para oferecer eficiência e competência a altas velocidades, focando-se na área superior da carroçaria, mas também na parte inferior e no difusor traseiro. Um dos exemplos dessa eficiência aerodinâmica está na interligação entre o para-choques dianteiro e as cavas das rodas, gerando uma cortina de ar que ‘sela’ aerodinamicamente as rodas dianteiras, o que tem o condão de prevenir a geração de um fluxo turbulento naquela zona.

Totalmente novo, o chassis é produzido em fibra de carbono para manter o peso e o centro de gravidade baixos. Apesar dos 2033 kg de peso e de ser maior, o Purosangue é mais leve do que todos os automóveis de quatro lugares anteriores da Ferrari, apresentando ainda mais 30% de rigidez torsional e mais 25% de resistência à flexão.

O interior também oferece uma nova abordagem, com quatro bancos com aquecimento e capazes de acomodar quatro adultos, ao passo que a bagageira é a maior alguma vez vista num modelo da Ferrari, com 473 litros. Já a posição de condução é ligeiramente superior à da restante gama, mas a configuração é semelhante, o que quer dizer que não se diferencia grandemente. A digitalização ganha força com painel de instrumentos digital e um ecrã tátil de 10.2″ para o passageiro dianteiro.

O conforto é reforçado a bordo com elementos como o sistema de áudio da Burmester, havendo ainda diversos opcionais como o revestimento em Alcantara proveniente de materiais reciclados.

V12 renovado

O motor deste novo Purosangue, com o código F140IA, mantém a arquitetura de 12 cilindros num ângulo de 65 graus entre as suas bancadas, com 6.5 litros de cilindrada e injeção direta. Além dos 725 CV de potência, o motor foi evoluído para oferecer o máximo de binário possível a baixas rotações, oferecendo assim 80% dos seus 716 Nm às 2100 rpm para uma maior linearidade. Já o regime máximo de binário é atingido às 6250 rpm.

A aceleração dos zero aos 100 km/h cumpre-se em apenas 3,3 segundos, cruzando os 200 km/h em apenas 10,6 segundos. Já a velocidade máxima supera os 310 km/h. Associada ao bloco está a caixa F1 DCT de oito velocidades.

O novo Purosangue conta ainda com a mais recente geração de sistemas de controlo dinâmico, incluindo direção independente às quatro rodas com tecnologia ABS ‘evo’ e sensor Dinâmico de Chassis de seis vias (6w-CDS), além de um sistema de suspensão ativa da Ferrari, que controla o rolamento de carroçaria de maneira mais exigente.

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