A pandemia de Covid-19 colocou em maior risco a sobrevivência da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, mas os três construtores automóveis anunciaram hoje que irão reforçar a sua plataforma de trabalho comum, com o desenvolvimento e produção em comum de quase 50% dos seus modelos até 2025, numa medida que visa reforçar a sustentabilidade e a rentabilidade de cada uma delas.

A parceria “deve permitir reduzir os custos e as despesas de investimento até 40% dos veículos”, refere um comunicado da companhia franco-japonesa, que amanhã e sexta deverá detalhar com maior precisão este seu plano estratégico para os próximos anos. Entre as medidas a implementar esperam-se o encerramento de fábricas e despedimentos de trabalhadores, bem como o potencial extermínio da marca Datsun para os mercados emergentes.

Porém, do que foi hoje apresentado, sabe-se que esta estratégia das três empresas tem como finalidade a redução dos custos em diversas atividades, assumindo aquilo que já se supunha de noção ‘líder-seguidor’: ou seja, um novo esquema em que cada região conta com uma marca de referência em termos tecnológicos e de modelos.

Assim os outros dois parceiros devem beneficiar dos conhecimentos e da capacidade industrial da empresa que lidera cada um dos processos. O objetivo é “reforçar a estratégia de padronização (…) desde a plataforma base até ao veículo completo”.

A título de exemplo, o processo referente aos novos SUV Renault Kadjar e Nissan Qashqai, vai ser liderado pela Nissan, enquanto os pequenos SUV (Renault Captur e Nissan Juke), pela Renault.

No que diz respeito à localização geográfica, a Nissan deve tornar-se na referência para a China, América do Norte e Japão, a Renault para a Europa, Rússia, América do Sul e Norte de África e, por fim, a Mitsubishi Motors vai ser o líder do grupo para os países asiáticos e Oceânia.

É ainda sublinhado que as empresas vão partilhar responsabilidades em várias tecnologias, ficando cada uma a liderar diferentes soluções tecnológicas. A Nissan vai comandar o processo de produção e fabrico dos veículos autónomos e modelos elétricos. Noutro caso, a Mitsubishi vai ser o referente para as tecnologias híbridas recarregáveis dos veículos de médio e grande porte. Recorde-se que a Mitsubishi tem no Outlander PHEV um modelo de grande sucesso, sendo dos primeiros SUV com sistema híbrido Plug-in a surgir no mercado, ainda na primeira metade da década de 2010.

Com Lusa.