M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Embora a Tesla tenha ajudado a popularizar o carro elétrico como conceito mais apropriado para um público exclusivo, muitas marcas de automóveis de luxo têm resistido a introduzir modelos elétricos nas suas gamas. E isso está a custar-lhes muitas vendas, como é o caso da Bentley, que podia duplicar as suas vendas se vendesse um carro elétrico para um segmento de clientes com contas bancárias milionárias mas com um estilo de vida nada tradicional.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A Bentley, como típica marca britânica de luxo, sempre apelou a um público mais conservador, e isso significa que não está a conseguir captar 40 por cento do seu mercado potencial. De acordo com comentários de Adrian Hallmark, diretor-geral da Bentley, ao Automotive News, criadores inovadores que enriqueceram com negócios à volta da Internet e das novas tecnologias são socialmente liberais e progressivos, pelo que estão mais interessados em ter um automóvel elétrico que um com motor tradicional a gasolina. À falta de um Bentley, estes potenciais clientes migram para a Tesla ou para a Porsche, cujo Taycan vai chegar ao mercado em 2020.

Mesmo assim, a Bentley já abriu caminho para conquistar este novo público. O seu SUV, o Bentayga, está disponível com uma versão híbrida plug-in, que pode fazer grandes trechos só com potência elétrica. E a marca britânica está mais do que aberta à possibilidade de lançar um modelo elétrico a curto ou médio prazo. Em 2017, o protótipo EXP 12 Speed 6 foi revelado com um motor elétrico, mas a marca apenas aproveitou a sua carroçaria para o novo Continental GT Convertible, que na versão de produção só existe com motor W12 biturbo a gasolina de 635 cv.

Dado que partilha a sua tecnologia com os modelos de topo da Audi e alguns da Porsche, o Audi e-tron poderia ser a base para um Bentley elétrico, tal como o Bentayga já partilha a arquitetura com o Audi Q7. No entanto, a marca britânica poderá esperar até ter à sua disposição uma bateria com capacidade suficiente para oferecer aos seus veículos uma autonomia de mais de 500 km. O Audi e-tron tem apenas 417 km de autonomia anunciada, no ciclo de consumos WLTP, e o seu motor elétrico apenas gera 300 kW (408 cv) de potência, um pouco abaixo das necessidades da Bentley.

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