Concebido em parceria entre a Skoda e a Kreisel, o RE-X1 assume-se como uma versão muito diferente do Fabia de ralis, trocando o motor de combustão por um sistema motriz elétrico que lhe permitiu cumprir a totalidade do Rallye Weiz, na Áustria, sem qualquer problema. E com o terceiro lugar na classificação final.

O Skoda RE-X2 Kreisel é um protótipo experimental produzido em colaboração entre a marca checa e a Kreisel Electric, que é especialista em conversões de automóveis de combustão para elétricos. Alguns exemplos foram os Hummer e Mercedes-Benz Classe G elétricos ‘apadrinhados’ pelo ator Arnold Schwarzenegger nos últimos anos, mas a companhia sediada na Áustria continua a desenvolver os seus processos, com um Skoda Fabia Rally2 Evo a servir de base para este conceito experimental.

Os engenheiros de ambas as marcas trabalharam em conjunto para acomodarem a bateria de 52.5 kWh no piso do Fabia de ralis, tendo de superar alguns desafios que assentaram numa combinação de experiência e de inovação.

“O Skoda RE-X1 Kreisel funciona com dois motores elétricos. Um está montado no eixo dianteiro e outro está no eixo traseiro, sem qualquer conexão mecânica”, explica Daniel Foissner, da Kreisel Electric, que supervisionou o projeto por parte da sua companhia. “O nosso maior desafio de desenvolvimento era ter os dois eixos a funcionarem em conjunto de forma a que todo o carro trabalhasse como um verdadeiro carro de rali da classe Rally2. Desenvolvimento um software especial para controlar o sistema motriz, com base nos requisitos dos pilotos”, completou.

A potência combinada foi ajustada para os 260 kW, enquanto o binário máximo oferecido ascendia aos 600 Nm.

Uma grande parte dos componentes foi mantida, como os amortecedores, centros das rodas, suspensão e travões, mas houve necessidade de reajustá-los para o maior peso do RE-X1 (em grande parte explicado pelos 330 kg da bateria). Foi neste processo que entrou a equipa de ralis Baumschlagger Rallye & Racing (BRR), que ajudou no processo final de ajuste do chassis, beneficiando também da experiência da lenda de ralis austríaca Raimund Baumschlagger. No interior, o volante é diferente, dispondo de comandos diversificados, e a alavanca para comando sequencial da caixa de velocidades desapareceu. No entanto, atrás do volante, as patilhas existentes permitiam alterar a intensidade da regeneração de energia para a bateria.

‘Nascer’ e ir ao pódio

Se o objetivo principal era perceber quais os desafios para um carro de ralis elétrico, o Skoda RE-X1 Kreisel correspondeu plenamente, com a dupla composta por Raimund Baumschlager/Jürgen Heigl a aproveitar muito bem o piso molhado das classificativas numa boa parte do Rallye Weiz. Sem embraiagem ou caixa de velocidades, o piloto admitiu ter de ajustar ligeiramente o seu estilo de condução para um peso cerca de 100 kg superior ao de um Fabia Rally2 Evo, mas “o comportamento do RE-X1 está a aproximar-se cada vez mais ao de um Rally2 com motor de gasolina”.

Já a bateria tinha um tempo de carregamento de apenas 15 minutos. Em acordo com os organizadores, foram montados postos de abastecimento Chimero móveis em locais pré-determinados entre as classificativas, podendo carregar até 200 kW. Assim, era possível repor até 80% da carga da bateria em apenas 15 minutos, não colocando em risco a participação na classificativa seguinte. Como detalhe, a equipa aponta que este Skoda elétrico pode cumprir até 35 quilómetros em prestação de corrida, ou seja, à velocidade máxima.

No final da prova, o pódio, com um terceiro lugar, apenas atrás do Skoda vitorioso de Wagner Simon/Winter Gerald e do Ford Fiesta de Cais Erik/Záková Jindriska.

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