A Skoda aponta para um futuro mais internacional, eletrificado e digital, sendo este o resumo efetuado por Thomas Schäfer, CEO da marca checa na apresentação da estratégia até 2030. Ao abrigo desta estratégia, a Skoda prevê o lançamento de três novos veículos 100% elétricos posicionados abaixo do Enyaq iV.

A marca checa delineou o seu caminho para a próxima década, pretendendo manter a sua identidade forte, mas apostando numa evolução tecnológica para uma maior digitalização e eletrificação, a que se junta ainda uma redução de 40% na complexidade da produção e da oferta da gama da Skoda.

“A realidade é que nos últimos anos ou década, ficámos extremamente complicados, dando-nos ao luxo de ter 16 diferentes volantes no Octavia e temos de nos perguntar porque é que isso é necessário. Os nossos clientes não apreciam isso. É um mito que isso é apreciado pelos clientes e que isso faz vender mais. Revimos tudo, modelo a modelo, e ajustámos tudo. O Enyaq iV já aponta nesse sentido, de certa forma”, afirmou o responsável máximo pela marca, adiantando que, por outro lado, estão previstos três novos modelos 100% elétricos abaixo do Enyaq IV, o mais recente automóvel elétrico da Skoda.

No entanto, Schäfer não clarificou quais os segmentos em que serão inseridos, embora seja expectável que o pequeno Citigo iV, que foi o primeiro automóvel elétrico da Skoda, não tenha sucessor. De acordo com os planos da marca, a quota de veículos elétricos na frota da Skoda deverá atingir os 50-70% na Europa, embora estes dados estejam dependentes da própria evolução do mercado.

Com isso em vista, Schäfer explica que os próximos tempos serão de coexistência entre os modelos de combustão interna (o velho) e os elétricos (o novo), conforme as palavras do CEO da Skoda, falando também da possibilidade de criar uma fábrica específica para a produção de elétricos.

“Eventualmente sim, mas dependerá. Quando olhamos para o mercado da Europa, vemos as quotas a crescerem substancialmente no final desta década. Vemos que tal [a construção de fábrica para VE] poderá ser possível, mas a questão é quando – será já em 2025 ou mais para diante? Teremos provavelmente nos próximos dois anos uma transição de veículos de combustão interna e elétricos ao mesmo tempo nas fábricas, mas envolve muito dinheiro. Acredito que nos próximos sete ou oito anos teremos uma fase muito interessante de combinação entre o velho e o novo”, adianta.

Aliás, o responsável da Skoda explica que é difícil apontar uma data para o final da produção de automóveis com motor de combustão interna, ao contrário de outros fabricantes, “porque há mercados que ainda não se definiram para o futuro”. Ainda assim, deixa claro que “estamos bem posicionados e vamos ver como vai ser”.

Chegar a novos mercados

Quanto à internacionalização apontada por Schäfer, especifica que a marca terá a seu cargo as regiões da Índia, Rússia e África do Norte, apontando para um volume de vendas potencial de 1.5 milhões de unidades, deixando em aberto a possibilidade de criação de modelos específicos para os mercados em questão, sendo esse um ponto primordial da estratégia da Skoda. “Estejam tranquilos que nós temos diversas ideias para estes mercados”, afirma. O Kushaq recentemente lançado na Índia é disso um exemplo.

Fundamental é também a redução das emissões de CO2, com a Skoda a apontar para um decréscimo dos 50% já em 2030 para a sua frota de automóveis, tendo também a intenção de tornar as suas fábricas da República Checa e Índia neutras em carbono nesse mesmo ano.

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