Tal como sucede com o Model S Plaid, também o SUV recebe uma motorização e acertos dedicados para oferecer o máximo de potencial desportivo na condução, com a solução de três motores elétricos concebidos com os rotores envoltos em carbono a ser novamente usada. No total, são 1020 CV de potência que se tornam absolutamente balísticos quando no modo mais desportivo.
O Model X Plaid não se diferencia muito dos demais Model X no exterior, tendo como único elemento claramente diferenciador o símbolo retangular no portão da bagageira. Aquele que é o SUV mais rápido em aceleração atualmente em produção (2,6 segundos dos zero aos 100 km/h) mantém a postura robusta e forte, aqui reforçada com as jantes Turbine opcionais de 22″, por 5950€. Também à vista estão as pastilhas de travão com maior capacidade térmica para assim oferecerem maior resistência ao desgaste e à necessidade travar mais de duas toneladas de peso.
O Model X Plaid ensaiado tem a configuração de seis lugares (2+2+2), com os da segunda fila a terem ajuste elétrico, enquanto os da terceira fila podem ser rebatidos para se obter um piso plano na bagageira. Uma solução que resulta bastante funcional, até porque o espaço na terceira fila é relativamente útil até para adultos, tanto no espaço para as pernas, como em altura, já que o formato da carroçaria favorece a habitabilidade (bem como os 2965 mm de distância entre eixos).
Aceder ao habitáculo é também bastante fácil através das portas de ‘Falcão’, totalmente elétrica e que abrem para cima, sendo boas nesse aspeto, mas por outro lado, se a operação de abertura da porta for interrompida, o processo deixa de ser natural e assim tão simples. Também as portas dianteiras têm abertura elétrica, podendo o condutor ou o passageiro carregar num botão para que a porta abra e lhes permita entrar – se pressionar o pedal do travão, fecha-se sozinha. Inteligente…
Um ‘yoke’ a maisO condutor tira partido do painel de instrumentos minimalista, com o ‘yoke’, volante de estilo ‘manche’ de avião retangular a fazer aqui também a sua aparição. Tal como já sucedeu no ensaio ao Model S Plaid, qualquer condutor ficará melhor servido com o clássico volante circular, já que este torna as manobras menos naturais, enquanto o posicionamento dos ‘piscas’ no lado esquerdo do ‘yoke’ também não ajuda se quisermos cumprir com o código da estrada nas rotundas e assinalar a entrada e a saída. Opcionalmente, a Tesla oferece o volante redondo. Não pense duas vezes e escolha este.
Minimalista é também o conceito do resto do interior, praticamente desprovido de botões físicos, com praticamente todos os ajustes a serem feitos no grande ecrã central tátil de 17″, que é um dos mais avançados do mercado, podendo também ser orientado no sentido do condutor ou do ocupantes dianteiro. Aí, o condutor tem acesso aos ajustes dos espelhos retrovisores, volante, abertura dos porta-bagagens, dados de viagens, modos de condução, navegação online, aplicações como o Spotify ou o Youtube, controlo do amortecimento e muitas outras funcionalidades que podem ser alteradas ou consultadas. Um pouco excessivo na tendência minimalista, mas será uma questão de habituação e de gostos.
Os ocupantes da segunda fila também têm acesso a um ecrã tátil de 9.4″ para uma série de funcionalidades, como o controlo da climatização ou de pontos multimédia. De resto, no habitáculo, com bancos revestidos a pele preta, destaque ainda para o grande tejadilho panorâmico. Valorize-se ainda a insonorização muito bem conseguida do habitáculo e o sistema de áudio com 22 altifalantes e 960 watts de potência.
Andamento dos diabos
Impressiona sempre, mesmo depois de já pensarmos que nos acostumamos, cada vez que se pisa o acelerador com mais intensidade, saímos novamente disparados em frente, brilhando pela imediatez com que a potência é transferida ao solo – sem queixumes – assim que se pisa o acelerador. Chega a ser brutal.
O Model Y Plaid tem modos de condução distintos, entre o ‘Relaxado’, Deportivo’ e o ‘Plaid’, sendo este último o mais extremo, embora a aceleração máxima seja alcançada com o modo ‘Drag Strip’, que mimetiza os fogosos ‘dragsters’ das provas de aceleração nos Estados Unidos da América (EUA), preparando a bateria e o chassis para um arranque fulgurante: a dianteira baixa e a traseira levanta até alcançar aquilo que a Tesla denomina de ‘modo Chita’, como um felino prestes a saltar. Quando se solta o pedal do travão, lá vamos, uma vez mais, esmagados contra o banco.
A suspensão pneumática tem amortecimento controlado dinamicamente, com o veículo a ajustar a altura ao solo e a firmeza consoante o tipo de condução e o tipo de piso, conseguindo assim oferecer reações altamente precisas e elevadíssima estabilidade sem prejudicar o conforto, que se mantém num padrão muito elevado. Torna-se fácil andar depressa, mas também com conforto quando necessário a bordo deste Model X Plaid. A bateria de 100 kWh em posição central ajuda certamente a obter um baixo centro de gravidade, enquanto assegura também uma maior estabilidade em curva.
Surpreendentemente ágil para as suas dimensões, o Model X Plaid exibe alguma dificuldade na travagem, sobretudo quando se exige esforço repetido (apesar das melhorias levadas a cabo pela marca americana), ainda que isso não complique em nada o usufruto de um modelo bastante refinado e eficaz.
Quanto a consumos, a versão Plaid deste modelo com cerca de 2.5 toneladas não é desmesurada. Antes pelo contrário. Facilmente roda abaixo dos 20 kWh/100 km, com a nossa média a ser de 19.8 kWh/100 km. Claro que, subindo o ritmo, o valor sobe para outros números, mas o sistema de regeneração é eficaz e, adicionalmente, beneficia de carregamento nos postos superrápidos da Tesla, até 250 kW.
Com um conjunto de equipamento muito completo, o Model X Plaid está disponível a partir dos 145.990€, um valor que não deixa de ser elevado, mas que retribui com o SUV de produção em série mais veloz do mundo, não deixando de ser também um excelso familiar – cómodo e tecnológico (perdoem-se-lhe alguns excessos minimalistas).
VEREDICTO
Confortável, bem construído (com alguns pontos a melhorar, sobretudo na construção) e com uma vertente tecnológica muito apurada, o Model X Plaid deixa a sua marca no segmento, oferecendo uma experiência inolvidável para os novos tempos da eletrificação.
MAIS
Prestações absolutamente fulgurantes
Espaço a bordo
Arrumação mesmo com seis lugares
Vertente tecnológica de ponta
Eficiência elevada
Estabilidade e segurança
MENOS
‘Yoke’ é dispensável
Algum excesso no minimalismo
Travões podem ser reforçados
Ficha técnica
Tesla Model X Plaid
Motor Três motores elétricos; um dianteiro e dois traseiros; síncronos de íman permanente com rotores envoltos em carbono
Potência 1020 CV/750 kW
Binário máximo 1420 Nm
Bateria Iões de lítio, 100 kWh
Transmissão Tração integral, caixa de 1 vel.
Acel. 0-100 km/h 2,6 segundos
Vel. máxima 262 km/h
Consumo médio (WLTP) 20,8 kWh/100 km
Emissões CO2 (WLTP) 0 g/km
Autonomia (WLTP) 543 km
Tempo de carregamento 14h de 0-100% a 7.4 kW (CA); 30 min. de 0-80% a 250 kW (CC)
Dimensões (C/L/A) 5057/1999/1480 mm
Distância entre eixos 2965 mm
Peso 2539 kg
Bagageira 183-2431 litros (89 litros ‘frunk’ à frente)
Pneus 255/45 R20 (D) – 275/40 R20 (T)
Preço 145.990€ (ensaiado: 158.940€)
Gama desde 125.990€
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AVALIAÇÃO | |
Qualidade geral 9 | |
Prestações 10 | |
Espaço 9.5 | |
Segurança 10 | |
Condução 9 | |
Consumos 9 | |
Preço/equipamento 9 | |
9.4 PONTUAÇÃO GERAL |