Toyota Aygo: A irreverência continua bem presente

06/06/2018

Percebe-se de forma rápida e fácil o sucesso do Toyota Aygo, um citadino de desenho muito irreverente que traduz uma abordagem simples de utilização para as grandes cidades, assentando as suas qualidades no design, baixos custos de utilização e relação preço/equipamento em boa conta. Critérios que a Toyota amplificou na atualização de meio de ciclo do Aygo, que tivemos a oportunidade de testar pela primeira vez em Copenhaga, na Dinamarca. Chegará a Portugal em setembro com preços a partir dos 11.295€.

A segunda geração foi lançada em 2014, demarcando-se pelo seu estilo irreverente com o ‘X’ na frente a diferenciá-lo das demais propostas do segmento A, um dos mais concorridos na Europa. Agora, chegou a vez de receber um facelift, cuja apresentação teve lugar no passado Salão de Genebra, ganhando assim uma nova imagem na secção dianteira e novos acertos técnicos para uma condução mais divertida, de acordo com a marca japonesa.

O Aygo continua a ser um dos modelos mais importantes para a Toyota na Europa, atendendo ao volume de vendas com uma quota de mercado no Velho Continente que foi em 2017 de 6,6%, muito em linha com aquilo que se passa em Portugal, onde o Aygo tem contado com uma prestação bastante positiva. Em 2016, a sua quota de mercado tinha sido de 9,8% (885 unidades matriculadas), descendo muito ligeiramente no ano passado para os 7,6% (733), um valor que o coloca entre os lugares cimeiros. Além disso, a Toyota aponta que o Aygo é um modelo de conquista, chamando novos clientes que, mais tarde, poderão vir a ‘subir a escada’ para modelos cimeiros…

Este é o enquadramento de fundo para a atualização do Aygo, com a qual a Toyota pretende que o seu modelo reforce os seus atributos competitivos, desde logo a começar pelo estilo que se mantém vincadamente diferente, algo que o engenheiro-chefe do modelo, o japonês David Terai, reconhece.

“A minha mensagem para a equipa de design foi sempre a de que o Aygo precisa de ter uma forte presença no mercado europeu, com uma personalidade divertida e uma personalização inspirada na cultura Manga japonesa, mas executada de uma maneira apreciada pelos clientes europeus”, afirma, garantindo ainda que um dos seus objetivos era de que “o design da dianteira expressasse mais vivacidade e agilidade”.

Apontando a evolução estética do Astro Boy da anterior para a nova geração de animação Manga japonesa, “o novo grafismo frontal tridimensional faz com que o carro tenha um aspeto completamente novo, mas permanecendo inequivocamente um Aygo. Através da adoção de faróis de assinatura únicos em LED na dianteira e na traseira e novos designs das rodas aumentámos ainda mais a originalidade do exterior”.
David Terai é o engenheiro-chefe do Aygo, dispondo de 14 anos de experiência como engenheiro-chefe de projetos de parceria (neste caso da PSA-Toyota)

Assim, o novo Aygo mantém a sua reconhecida assinatura em ‘X’ na secção dianteira, mas adota um design mais tridimensional para um maior impacto visual. Acaba por ser, também, um pouco mais discreto, mas ainda irreverente. Passa também a incorporar grupos óticos redesenhados (denominados pela marca de ‘Keen Look’), com luzes de condução diurna (DRL) integradas que também ajudam a criar a sensação de ‘X’.

A secção inferior enquadra a grelha dianteira, reforçando a noção de estabilidade do Aygo. Por outro lado, a ornamentação da parte inferior dos faróis – disponível em negro, negro brilhante ou prata -, acentua a largura do veículo ao mesmo tempo que acrescenta uma sempre interessante possibilidade de personalização.

Na traseira, também há novidades, embora menos contundentes. Farolins retocados, assim como o para-choques, que dá continuidade à imagem irreverente do ‘X’. Nota, ainda, para duas novas cores de carroçaria – Magenta e Azul -, além de jantes de liga leve de 15″ com um design exclusivo para cada nível de equipamento.

Por dentro, alterações ténues na instrumentação, com mostrador do computador de bordo renovado, dando efeito mais tridimensional. Há ainda um novo esquema de cores mais Premium em Quartz Gray e Piano Black, além de terem sido criados novos revestimentos de bancos para a maioria das versões.

De resto, o interior é pautado pelos plásticos duros, embora seja de referir que a construção denota solidez e rigor, além de ter também um desenho jovial em que o ecrã tátil do sistema de infoentretenimento (da Pioneer) domina a consola central. Simples e intuitivo, embora aplicações como a navegação apenas funcionem por ligação ao smartphone via Apple CarPlay ou Android Auto.

Nem só de estética vive esta renovação do Aygo, uma vez que o modelo da marca nipónica revela melhorias nas suas prestações e dinâmica de condução tendo em vista uma agilidade urbana ainda maior, ao mesmo tempo que beneficia de uma redução acentuada dos níveis de NVH (Ruídos, Vibrações e Asperezas) para aumentar o conforto a bordo, graças a mais materiais de isolamento e absorção adicionados ao tablier, pilares A, portas e vão traseiro.

O motor de 998 cm3 de três cilindros VVT-i de 12 válvulas foi atualizado, passando a respeitar a norma anti-poluição Euro 6.2 TEMP e passa a ter agora uma maior entrega de binário em rotações mais baixas para uma “experiência de condução ainda melhor no tráfego urbano”.

Beneficia de um novo sistema de dupla injeção de combustível, de uma superior taxa de compressão, de uma série de novos componentes de baixa fricção, de um sistema de recirculação de gases de escape refrigerado (EGR) e de um veio de equilíbrio melhorado para reduzir a vibração ao ralenti. Debita agora 72 CV (um ligeiro aumento de 3 CV) às 6000 rpm e 93 Nm de binário às 4400 rpm, acelerando dos zero aos 100 km/h em 13,8 segundos. A velocidade máxima está cifrada nos 160 km/h.

Na cidade em estilo

Ao volante na cidade de Copenhaga, numa Dinamarca de Sol e calor, pudemos comprovar as qualidades dinâmicas do Aygo em ambiente urbano, apresentando acelerações lestas até aos 60 km/h, sendo por isso um modelo ‘mexido’ e competente para essas deslocações. Fora das cidades ou em autoestrada, as recuperações ‘pedem’ alguma paciência ao condutor, sendo muito mais prático recorrer à boa caixa manual de cinco velocidades, curta e direta no manuseamento. Até porque basta olhar para o tempo de aceleração dos zero aos 100 km/h para perceber que correrias não é com ele.

Tirando partido de novas afinações da suspensão e de software de direção atualizado, com o intuito de reagir de forma mais rápida e precisa às solicitações do condutor, a dinâmica do Aygo é bastante interessante. Por um lado, oferece conforto em quase todos os tipos de piso e, por outro, revelou equilíbrio salutar em curva, mesmo que não tenha pretensões em ser desportivo. A direção tem bom feeling e é sobretudo um modelo de fácil condução. Porém, para melhor apreciação será preciso esperar por um ensaio em solo nacional.

Nota para o facto de ter um consumo médio anunciado de 4,3 l/100 km, não dispondo por opção do importador da versão ECO, a qual revelava consumo é emissões ligeiramente inferiores graças à duas últimas relações de caixa mais longas, pneus de baixo coeficiente de resistência ao rolamento (RRC), Stop & Start e melhorias aerodinâmicas.). Respeitando já a nova norma Euro 6.2, tem emissões homologadas de CO2 de 93g/km.

O preço de partida está nos 11.295€, embora os preços ainda não estejam fechados. Porém, certo é que o aumento máximo na gama é de 250€. A maior fatia das vendas deverá pertencer às versões X-play e X-play Plus, com 80% do mix, cabendo aos X-cite (edição especial com a mais polarizadora cor magenta) e X-clusiv os outros 20% de vendas em Portugal. No X-play Plus incluem-se já itens como o ar condicionado, comandos no volante, banco do condutor com ajuste da altura e ecrã tátil de 7 polegadas.

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