A7, A8, Q5 e Q7: Gama Audi Plug-in híbrida começa por cima

13/10/2019

Cada vez mais empenhada na eletrificação, o esforço da Audi neste capítulo começa pelo topo, mais concretamente pelos modelos de topo, com os A7, A8, Q5 e Q7 prestes a receberem variantes híbridas de ligar à tomada com base nas mecânicas TFSI a gasolina. Grande mudança está na denominação – a sigla ‘e-tron’ passa a ser atribuída apenas aos modelos 100% elétricos, passando os PHEV a juntar a letra ‘e’ ao nome (TFSIe).

Será pelos modelos de gamas cimeiras que o novo impulso elétrico da Audi se irá sentir. A marca de Ingolstadt irá lançar no mercado nacional as variantes Plug-in dos A7, A8, Q5 e Q7 com sistemas que, explicaram-nos em Munique, na Alemanha, vão ao encontro dos diferentes requisitos para cumprirem num panorama em que as metas anti-emissões vão começar a ‘magoar’ seriamente as contas das marcas que não cumprirem com o estabelecido pela União Europeia já em 2020.

No caso da Audi, o segredo está na combinação de mecânicas a gasolina (TFSI) com motores elétricos, que podem ser utilizados de forma a melhorar as prestações ou, por outro lado, percorrer diversos quilómetros em modo elétrico, o que é especialmente útil nos centros urbanos onde o para-arranca pode ajudar à autonomia – eis a fisionomia dos TFSIe.

Mas, os sistemas híbridos não são iguais para todos: os A7 Sportback 55 TFSIe quattro e Q5 55 TFSIe quattro recorrem à cooperação entre um motor 2.0 TFSI de 252 CV e 370 Nm de binário e um motor elétrico de 105 kW para um total de 367 CV de potência e 500 Nm de binário às 1250 rpm. Conta ainda com uma caixa S tronic de sete velocidades e de uma bateria com capacidade de 14.1 kWh. O Q5 55 TFSIe quattro acelera de zero a 100 km/h em 5,3 segundos e atinge os 239 km/h de velocidade máxima, ao passo que no A7 Sportback 55 TFSIe quattro esses valores são de 5,6s e 250 km/h, respetivamente.

Já os A8 e Q7 tiram partido de um V6 3.0 TFSI aliado a motor elétrico para potências combinadas de 449 CV no A8 e 455 CV no Q7, com binário máximo de 700 Nm. Embora tenham componentes idênticos, diferem na potência total devido a diferentes potências do motor elétrico – 100 kW no A8 e 94 kW no Q7. A capacidade da bateria também não é igual, já que a berlina apresenta uma capacidade de 14.1 kWh e o SUV de 17.3 kWh. Tanto o A8, como o Q7 recorrem a caixa de oito velocidades Tiptronic.

Ponto comum em todos eles é a autonomia elétrica em ciclo WLTP ligeiramente acima dos 40 quilómetros.

Entre as funcionalidades destas tecnologias estão a recuperação de energia até 80 kW, com uma desaceleração de até 0.3G. Com uma bateria de alta voltagem, um circuito de refrigeração evoluído de baixa temperatura e bomba de calor ligada à unidade de ar condicionado (3 kW de calor), os Audi PHEV permitem o pré-condicionamento do interior. A Audi reclama, também, um espaço interior sem diferenças.

Os sistemas de infoentretenimento e de instrumentação foram também alterados, proporcionando agora um leque mais recheado de dados para o condutor, como a monitorização do sistema híbrido, potência disponível, a rota elétrica disponível ou o consumo combinado.

O carregamento dos sistemas híbridos pode ser feito em tomadas domésticas de 230 volts (demorando seis horas e meia), levando 2h30m em pontos de 7.4 kW. Opcionalmente, os Audi TFSIe podem dispor de cabo de modelo 3 para carregamento nos postos rápidos.

Numa característica que é já quase tradicional nos modelos da Audi, a tração quattro pode surgir em dois modos distintos consoante o modelo: no caso dos veículos com motor de seis cilindros haverá sistema quattro permanente e no caso dos modelos com motor de quatro cilindros tecnologia quattro ultra, no qual é privilegiado o eixo dianteiro para a transmissão da potência, acionando apenas o traseiro em casos de necessidade através de uma embraiagem adicional.

Modos de operação

Estes modelos da Audi dispõem de diferentes modos de operação, sublinhando a sua eficácia ambiental, destacando-se naturalmente pelo modo ‘EV’, o 100% elétrico, pelo qual os modelos fazem o seu arranque. Na condução, caso o condutor necessite de mais potência, o pedal transmite uma pequena vibração para marcar a entrada em ação do motor de combustão interna. O modo ‘Hybrid’ combina as duas motorizações para maior eficiência, havendo depois modo ‘Battery Hold’, que permite manter a carga da bateria para uma utilização posterior (ainda que permita mobilidade elétrica no para-arranca).

O Audi drive select também dá uma ajuda preciosa, sobretudo com destaque para o ‘Efficiency’, que dá primazia máxima ao motor elétrico (apenas ‘chamando’ o motor térmico caso o acelerador seja pressionado a fundo) – pode circular até aos 180 km/h com o motor TFSI desligado. No polo oposto, o modo ‘Dynamic’ coloca os dois motores em uníssono para melhoria das prestações.

Tecnologicamente, a marca introduz um sistema de gestão preditiva de condução (PBS – Predictive Operating Strategy), que faz uma gestão perspicaz do sistema híbrido com recurso a informação em tempo real de toda a viagem: caso uma rota esteja planeada no sistema de navegação, o ‘cérebro’ informático calcula a parte da viagem que pode ser feita sem emissões poluentes, a combinação dos dois motores ou apenas a parte de recuperação de energia. Adicionalmente, conta com um Assistente Preditivo de Eficiência (PEA – Predictive Efficiency Assistant) que tem em conta a informação de zonas próximas na rota, limites de velocidade, trânsito ou veículos logo à frente.

Experimentámos o Q5 TFSI e e o Q7 TFSI e, em ambos os casos sobressaiu a notável suavidade de funcionamento, com o motor elétrico a cumprir com o seu objetivo de percursos sem emissões com sobriedade durante cerca de 50 quilómetros. Progredindo de forma quase ‘deslizante’, o motor elétrico tem energia para mover as carroçarias mais volumosas destes modelos com eficácia, recaindo na parceria entre motor térmico e elétrico as maiores competências de prestações, ganhando velocidade rapidamente, quase com trejeitos desportivos. Ainda assim, no caso do Q5 TFSi e, a simbiose entre os dois motores pareceu-nos mais interessante, sobretudo quando era preciso que ambos trabalhassem em uníssono para acelerações fortes.

Os trajetos concebidos pela Audi nos arredores de Munique permitiram-nos comprovar o potencial de economia de combustível, com os 72 quilómetros percorridos pelo SUV maior a terem como resultado um consumo médio de combustível de 4,8 l/100 km e energético de 19.1 kWh/100 km. No caso do Q5, os 20 quilómetros ‘devolveram’ um consumo médio de combustível de 3,6 l/100 km e energético de 14.6 kWh/100 km, deixando ainda um total de 37 quilómetros de carga na bateria para percursos meramente elétricos.

Os novos Plug-in da Audi são mais um passo no sentido da eletrificação e se ainda há espaço para o progresso, a marca assume que estes são modelos adequados para quem procura o melhor de dois mundos (térmico e elétrico) com uma imagem ‘verde’. O potencial de poupança está presente nesta nova gama híbrida e o nosso primeiro contacto com ambos os modelos deixou boas indicações em matéria de eficiência.

O A7 chega já este ano, mais concretamente, em novembro, enquanto os A6, A8, Q7 e Q5 chegam apenas no início de 2020, mais concretamente ao longo do primeiro trimestre (sem preços definidos para qualquer um deles). No entanto, essas não serão as únicas variantes PHEV da marca alemã: os Q5, A7 Sportback e Q7 terão duas versões com configurações distintas, uma virada para o conforto e outra para as prestações e opções de equipamento desportivo. Recorde-se, ainda, que a Audi irá investir um total de 14 mil milhões de euros na área da mobilidade elétrica até final de 2023.

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