O mercado automóvel nacional teve em abril de 2020 um mês ‘negro’, com as vendas dos ligeiros de passageiros a caírem 87%, uma consequência bastante notória das medidas de restrição à mobilidade de pessoas e ao comércio durante o Estado de Emergência que vigorou em todo o mês de abril.

Prosseguindo a toada de decréscimo verificada na segunda metade de março, então com a queda atenuada pelas vendas das duas primeiras semanas do mês, já em abril ficou à vista o efeito do encerramento do comércio automóvel, em reação às medidas impostas pelo Estado de Emergência para travar a pandemia de Covid-19.

Com o setor do rent-a-car estagnado e as vendas a particulares e empresas a ritmo muito lento, as vendas de automóveis ligeiros de passageiros caiu 87% face ao mesmo período de 2019, com apenas 2749 unidades matriculadas no quarto mês de 2020, de acordo com dados confirmados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP). No período que compreende os quatro primeiros meses do ano, também a queda é significativa, com um decréscimo de 40,4% face ao ano de 2019.

Porém, combinando com os outros mercados – ligeiros de mercadorias e pesados -, a queda no conjunto do mercado automóvel em Portugal foi de 84,6%, com um total de 3803 unidades matriculadas em abril, sendo que, de janeiro a abril o total de quebra é de 39,8%.

Nos ligeiros de mercadorias, registaram-se 948 unidades, um decréscimo de 69,9%, sendo que, no acumulado do ano, o mercado atingiu as 7584 unidades, menos 36,2% do que no mesmo período do ano anterior.

Quanto a marcas, são diversas as que registam uma queda acima dos 80% nas suas vendas, havendo mesmo quem tenha perdido mais de 90% face ao mesmo período de 2020. Recorde-se que muitas das marcas automóveis foram colocando em prática métodos de venda alternativos, essencialmente online, nalguns casos com entregas ao domicílio.

Em primeiro lugar na tabela de abril ficou a Peugeot, embora com apenas 332 veículos matriculados, para uma quota de mercado de 12,1%. Contudo, face a abril de 2019, a marca francesa vendeu menos 86,8%, já que tinha um valor de 2510 unidades matriculadas em abril de 2019.

Em segundo lugar na tabela ficou a Mercedes-Benz, a melhor entre as Premium, com 311 unidades matriculadas, para uma quota de mercado de 11,3%, mas com uma quebra de 76,3% face ao ano passado. Segue-se a BMW, outra marca Premium, que matriculou 264 unidades (9,6% de quota), mas com uma quebra homóloga de 80,3%.

Só em quarto aparece a Renault, com 237 unidades matriculadas (8,6% de quota), mas com mais de 90% de quebra em termos comparativos – a marca francesa caiu 91,6%. Logo a seguir ficaram duas marcas também do mesmo grupo, com a Dacia em quinto, com 175 registos (6,4% de quota), numa queda de 59%, e a Nissan em sexto, esta com 162 matrículas (5,9% de quota) e uma descida de 81%.

Ainda no top 10, a Hyundai matriculou 136 unidades (-80%), a Volkswagen 109 (-88,9%), a Ford 108 (-85,1%) e a Toyota 105 (-88%).

Se em março, no meio das descidas ainda se tinham registdo algumas marcas no positivo, em abril todas estão no vermelho e mesmo a Tesla, que tinha tido um desempenho surpreendente no mês anterior, cai agora para valores do fundo da tabela, com apenas dez unidades matriculadas, uma redução de 91,5% face a abril de 2019.