Os preços dos combustíveis não vão aumentar exponencialmente, nem existirá uma nova crise de abastecimento. A garantia foi dada pelo secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), António Comprido, referindo-se às potenciais consequências do corte na produção de petróleo na Arábia Saudita.

Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação de um estudo solicitado pela Apetro à KPMG sobre o papel dos produtos petrolíferos na redução das emissões carbónicas em Portugal, em Lisboa, António Comprido afirmou que “não vai faltar petróleo no mercado”, mas que um ataque a uma refinaria na Arábia Saudita causa nervosismo nos mercados financeiros, pelo que era esperada uma subida dos preços hoje.

Todavia, garantiu que “não vai haver nenhuma tragédia em termos de subida do preço dos combustíveis”, esclarecendo que, a haver um ajustamento de preço, será “na ordem daquilo a que estamos habituados no dia-a-dia nas subidas e descidas semanais”.

O fornecimento de petróleo da Arábia Saudita, maior exportador mundial, sofreu temporariamente um corte para metade (cerca de 5,7 milhões de barris diários) depois de duas refinarias do gigante saudita Aramco em Abqaiq e Khurais na Arábia Saudita terem sido alvo de um ataque no sábado.

Neste contexto, o barril de petróleo Brent para entrega em novembro abriu hoje em forte alta, a cotar-se a 66,45 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, mais 6,23 dólares do que no fim da sessão anterior.

Entretanto, Washington acusou o Irão de ter “lançado um ataque sem precedentes contra o fornecimento energético mundial” e autorizou a libertação de reservas de petróleo do país para que, se necessário, as mesmas garantam o fornecimento mundial.

Os ataques foram reivindicados pelos rebeldes iemenitas Huthis, apoiados politicamente pelo Irão, grande rival regional da Arábia Saudita.

Com Lusa