M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Os foguetões não estão constantemente a fazer voos, e mesmo assim têm um impacto gigantesco na indústria da aviação, causando mais de 70 horas de atrasos cada vez que um é lançado na atmosfera. Esta é a consequência de um relatório emitido pela Associação de Pilotos Comerciais, dos Estados Unidos, que aponta para custos elevados para as companhias aéreas e para os passageiros.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

De acordo com o relatório, os aviões comerciais geralmente ocupam o espaço aéreo entre os 18 e 60 mil pés (6 a 20 km de altitude), e foguetões passam relativamente pouco tempo nesta camada da atmosfera. O lançamento do Falcon Heavy em fevereiro resultou numa perda de dois minutos e meio, o que não parece ser um grande problema para quem faz uma vida normal. Só que os aviões trabalham com margens de tempo reduzidas.

Por exemplo, quando o Falcon Heavy foi lançado ao espaço sideral, a sua passagem pela espaço aéreo americano ocupou uma área de 5000 milhas quadradas. Isto resultou em perdas de tempo para 563 voos, custando um número estimado de 68,48 dólares (58,72 euros) por minuto. Ou seja, foram perdidas 70 horas combinadas para toda a indústria, num valor superior a 318 mil dólares (272 mil euros).

Os voos afetados foram desviados em quase 35 mil milhas (quase 65 mil quilómetros), aumentando o consumo de combustível e emissões poluentes. Com 21 lançamentos de foguetões em 2017, isto seria o equivalente a 1400 horas perdidas para os passageiros e quase seis milhões de euros de custos adicionais.