O que acontece quando um controlador aéreo e um piloto discutem? Isto.

25/07/2018

Alexandra Beny
Alexandra Beny
Jornalista
Todos temos direito a um mau dia no trabalho, mas quando a nossa profissão envolve transportar centenas de passageiros num avião, a milhares de pés de altura, é preciso ter nervos de aço. Principalmente, quando temos de dialogar com um controlador de tráfego aéreo um pouco…confuso.
Alexandra Beny
Alexandra Beny
Jornalista

O Aeroporto John F. Kennedy, Nova Iorque, é um dos mais movimentados do mundo e o tráfego aéreo que se cria em volta de toda esta zona dos Estados Unidos pode facilmente transformar-se em caos. Para impedir o pior, é necessário que a comunicação entre pilotos e controladores aéreos funcione na perfeição. Mas, por vezes isso não acontece e resulta numa valente dor de cabeça para todos os envolvidos. Principalmente os passageiros que sentados nos bancos não fazem a mínima ideia do quão delirante pode ser a simples tarefa de escolher uma rota. Como o que aconteceu com um voo da companhia aérea irlandesa, Aer Lingus.

O tempo não era o mais favorável, com muita chuva e tempestade a formar-se em cima de Nova Iorque. Nada que impedisse um avião de voar, mas os cuidados eram (naturalmente) redobrados. Ao descolar do Aeroporto JFK, é indicado ao piloto do Airbus A330 para voltar à esquerda. Ora, este nota imediatamente que o clima naquela direção não era o mais favorável e comunicou ao controlador aéreo que preferia não passar por ali. E é a partir deste ponto que tudo se complica.

“Tenho seis categorias de clima aqui e essa é a categoria mais leve”, atirou o controlador. “Todos já voaram através dela” [Diálogo em branco]

Perante o dilema, o controlador não teve outra solução senão manter o voo da AerLingus em espera e isso resultou num padrão circular na zona de Coney Island. Facto irónico, já que este carrossel aconteceu em cima da zona conhecida pela Feira Popular.

Já saturado da situação, o piloto da Aer Lingus perguntou se poderia voar na direção de “GREKI”, o nome de código atribuído a um ponto de referência a nordeste da cidade de Nova Iorque, no Estado do Connecticut, cuja rota vai ao encontro do destino pretendido: Irlanda.

“Shamrock 104, é impossível dirigir-se a GREKI agora. Foi você que se colocou nesta posição!”, repreendeu o controlador.

Eventualmente, o voo da Aer Lingus acabou por prosseguir caminho sem gastar, desnecessariamente, mais nenhuma gota do combustível calculado para sobrevoar o oceano Atlântico e a paciência dos envolvidos.

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