Embora não seja uma consequência direta da pandemia de Covid-19, a Bentley, construtora de luxo britânica, anunciou que irá cortar 1000 postos de trabalho em diversas áreas da empresa, numa estratégia a que a marca deu o nome de ‘Beyond100’ (para lá dos 100, em referência ao centenário da Bentley).

A marca terá já enviado cartas com propostas de rescisão amigável para os seus funcionários, procurando dessa forma que pelo menos 1000 se possam desvincular com base em pressupostos como a idade, salário ou experiência acumulada na Bentley No total, a marca conta com cerca de 4200 empregados, dos quais espera ficar com apenas 3200 após este processo de reestruturação que tem por objetivo torná-la “financeiramente independente e com um negócio imune a recessões”.

A marca, integrada no Grupo Volkswagen, prepara a sua entrada definitiva no universo da eletrificação, com o primeiro esforço a ser o Bentayga Plug-in. Porém, o objetivo da companhia é apresentar uma versão híbrida de cada modelo da sua gama até 2023, antes de receber o seu primeiro veículo 100% elétrico, possivelmente apenas na segunda metade desta década.

Depois de ter obtido 54 milhões de euros de lucros no primeiro trimestre de 2020, a pandemia de Covid-19 obrigou a uma paragem abrupta na produção e nas vendas, com as suas previsões financeiras a serem fortemente impactadas pela crise – apenas deverá regressar aos valores positivos em 2022.

O plano ‘Beyond100’ antevê uma abordagem mais racional e sustentável dos seus negócios, sendo por isso essencial reduzir o número de pessoas a si ligadas nesta fase mais delicada que, de acordo com o próprio CEO da marca, Adrian Hallmark, não foi a causa para os despedimentos, mas sim um acelerador para que a decisão fosse tomada. Além dos planos para rescisões amigáveis apresentados agora aos seus funcionários, a Bentley não descarta a possibilidade de, no futuro, vir a cortar postos de trabalho de forma direta.

“Perder colegas de trabalho não é algo que abordemos de forma leve, mas este é um passo necessário que temos de tomar para salvaguardar os trabalhos da grande maioria, que vão ficar e possibilitar um modelo de negócio sustentável para o futuro através da nossa estratégia ‘Beyond100’. O programa de rescisão voluntário oferece aos colegas, pelo menos, a opção pessoal de deixar-nos com a oferta mais apelativa e apoiada possível tendo em conta as circunstâncias”, referiu Hallmark em comunicado.

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