O novo camião da Tesla, o Semi, está finalmente prestes a chegar às empresas que o encomendaram, prometendo ser uma ‘pedrada no charco’ em termos de transportes sem emissões. No entanto, um camionista polaco aproveitou a rede social Twitter (curiosamente, detida por Elon Musk, proprietário também da Tesla) para criticar uma série de pontos relativos à funcionalidade do veículo.

Sem abordar questões de prestações ou de capacidades de carga em relação com a autonomia, o polaco Tomasz Oryński abordou numa série de publicações da rede social Twitter todos os aspetos que considera errados no Tesla Semi, camião sem emissões que irá, em breve, entrar ao serviço de diversas companhias de transporte.

Com 17 anos de experiência na condução de veículos pesados de mercadorias, Oryński escalpelizou aquilo que, no seu entender, está errado com a conceção da cabina do novo camião elétrico, chegando mesmo a considerá-lo “estúpido”. As principais críticas vão para o posicionamento central do lugar do condutor, naquilo que considera ser um desperdício de espaço a bordo.

Dizendo que é “o oposto de ter sido ‘construído em torno do condutor’” (descrição utilizada pelo fabricante para este modelo), o motorista polaco indica que o lugar central torna mais difícil atos quotidianos e comuns como abordar serviços de portaria, a transmissão de documentos ou o mero pagamento de portagens.

“Isso torna as ultrapassagens ou a visibilidade por diante mais difícil. Mas também torna impossível chegar pela janela para passar papelada ou para andar até à pessoa na portaria quando se entra num porto, numa fábrica, ou, digamos, numa portagem”, escreve, além de criticar a falta de acesso direto ao lugar do condutor. “As portas estão atrás. Entramos, penduramos o casaco e depois temos de andar alguns passos em frente para nos sentarmos ao volante. Isto significa que se está a desperdiçar espaço na cabina basicamente para um corredor. Não se pode colocar uma cama ali para que o condutor possa descansar porque não existem ali portas”.

“O facto de que se tem de percorrer toda a cabina significa que irá ficar cheia de lama. A parte boa de se entrar diretamente para o lugar do condutor é que se pode abanar a neve [dos sapatos] ou a lama quando se entra e mesmo que as botas continuem sujas, apenas aquele bocado do chão à frente do lugar do condutor fica sujo”.

Este motorista dedica ainda algumas críticas à inclinação do para-brisas, dizendo que torna a acumulação de neve mais fácil, bem como ao posicionamento dos espelhos retrovisores. “Os espelhos têm de ser capazes de ver a parte de trás. Isso significa que têm de estar em braços bastante longos. O que quer dizer que não se pode simplesmente estar no lugar do condutor/passageiro, abrir a janela e limpá-los quando ficam sujos. Não se consegue alcançá-los por dentro e não se consegue chegar-lhes por fora porque estão muito altos”.

Note-se, no entanto, que o Semi terá recurso a câmaras também para apresentar ao condutor as imagens laterais posteriores.

A lista de tweets termina com a afirmação de Oryński de que este “veículo é um brinquedo para rapazes ricos e não um veículo de trabalho porque os designers não fazem ideia das realidades dos transportes”.

A sua publicação já foi, entretanto, criticada por muitos adeptos da Tesla, que apontam a falta de experiência ao volante do Semi por parte do autor.

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